Para se transformar em Ornela, Vera Holtz leva cerca de uma hora e meia. Os cabelos louros e alongados pelo megahair têm cuidado extra. Assim como o figurino. Não são poucos os telefonemas recebidos pela Globo. Todos de telespectadoras curiosas em saber desta ou daquela peça usada pela ricaça na telinha. Vista de fora, Ornela é quase um tótem para mulheres na meia-idade. Afinal, é rica, bonita e, sem culpa alguma, paga por companhia masculina sem fazer disso um drama.
O frescor da personagem que transita por Belíssima transbordando exuberância também contagia a atriz. Vera, já conhecida pelo senso de humor, está ainda mais sorrisos. ?Ela é uma borboleta de mel, adocicada, gostosa e leve?, derrama-se.
Vera soube que iria interpretar Ornela no ano passado, entre um desfile e outro do badalado São Paulo Fashion Week. ?Não tinha noção do que ela iria ser?, conta. Hoje, a personagem já se tornou expressão entre algumas tribos. Quando se faz alguma coisa sem medir conseqüências, apenas para ter momentos felizes, diz-se que vai ?ornelar?.
?Os homens mais velhos brincam comigo dizendo que estou espalhando o mal. Que estou acabando com a praia deles. Já as mulheres dizem entre os dentes: ?Você está pegando o Cauã Reymond…??, diverte-se ela.
Cauã, inclusive, é um capítulo à parte na composição de Ornela. No começo da novela, Vera dizia a todos que havia sido abençoada por poder ver o jovem ator de cueca vermelha todos os dias. O fato é que, para construir o perfil hedonista da personagem, Vera observou e muito. Foi a São Paulo e viu como as paulistanas endinheiradas se comportam.
?As mulheres estão sempre impecáveis, com cabelos arrumados, sapato perfeito e carros lustrosos. São alegres, cosmopolitas. É outra coisa?, descreve a atriz, que costuma andar de cabelos presos e pouca maquiagem. ?Não fico expondo a Ornela?, justifica.
?A Ornela me empresta seu interesse de viver plenamente?
Suas personagens influenciam seu comportamento de alguma forma?
Achava que não, mas estou revendo esse conceito.
A Ornela, por exemplo, me empresta o interesse em viver plenamente. A Santana (de Mulheres apaixonadas) foi uma personagem que me entristeceu, fechou meus chacras. Não dava para fazê-la de brincadeira. Queria fazer mesmo o papel de uma mulher rica e sem culpa. Os personagens vão ficando na minha vida como se fosse um parque de estátuas. Elas me deixam coisas.
Me sinto mais múltipla e solta.
Falando em mulher rica e sem culpa, a Ornela é a primeira personagem realmente sofisticada que você faz na tevê. O que pensa disso?
Adoro! É uma delícia. Para fazer um rico é preciso conhecer o universo de quem manda. Não precisa ficar rindo para os empregados nem ser simpática com ninguém. Estou por cima. Era difícil fazer isso antigamente. Sentia culpa. Hoje não. O rico tem o poder de ocupação de espaço. Ocupa o dele e o dos outros. No Brasil, as pessoas sentem-se culpadas pelos privilégios. Mas a Ornela é generosa. O que o dinheiro paga para ela não é caro. Adoro aquele Mercedes conversível.
Existe muita abordagem pelo fato de Ornela pagar para ter um homem?
Nunca nenhuma mulher chegou para mim e confessou que pagava um garotão. Mas dizem que se pudessem, o fariam. Isso na frente dos maridos!
Os gays dizem que estou inflacionando o mercado,
que estou pagando muito caro. Às vezes levo umas ?broncas? moralistas, mas é divertido. Eu e Cauã combinamos de não fazer cara de fissura ou tesão nas cenas de sexo entre eles. Queríamos que fosse normal, como se eu tivesse a idade dele e ele a minha. Um encontro amoroso de duas pessoas que gostam de transar. Mas nada de tara ou perversão.
Novos Rumos
As últimas semanas têm sido de intenso aprendizado para Guilherme Berenguer. Como se retornasse aos bancos escolares, o ator se muniu de enciclopédias, pesquisas e sites na internet. Tudo para entender dos assuntos tratados no Globo ecologia, onde está atuando como apresentador. Já sabe discorrer sobre técnicas de reflorestamento ou alimentos transgênicos. ?Imagina ir para a tevê e não saber do que estou falando?, justifica. Se não bastasse todo esse movimento, o moço se prepara para dar adeus a Neon, personagem que vive na turbulenta Bang Bang, que termina esta semana. ?Levo dele a sensibilidade?, diz.
Revelado em Malhação, Guilherme é um dos campeões de cartas da Globo. Natural que saísse da ?novelinha? para fazer o primeiro papel numa produção maior. Quando ?caiu? na empoeirada novela das sete, ficou empolgado. ?É um projeto ousado, diferente. Qualquer ator ficaria muito satisfeito em fazer esse trabalho?, derrama-se o moço, que parece ter escapado ileso do tiroteio de críticas que alvejaram a produção e a trama. ?É lógico que tive receio quando o perfil do personagem mudou. Mas acredito que ele tenha obedecido à curva proposta anteriormente?, analisa Guilherme, que não faz idéia de como seu personagem vai terminar na história.
O ator destaca os ganhos que teve ao ser escalado para a trama. Quando fala da cidade cenográfica, que reproduz o Velho Oeste, se lembra dos filmes que via quando pequeno. ?Era um universo paralelo, como se fosse a Disney?, compara. O fato de contracenar com veteranos como Ney Latorraca, Joana Fomm e Mauro Mendonça também faz com que ele faça um balanço positivo de sua participação. ?Eu fiquei muito mais atento ao meu trabalho?, avalia.
No novo Globo ecologia, Guilherme espera dar conta do recado sem se tornar didático demais. E não tem medo de ficar encostado no programa sem ser chamado para outros trabalhos, como já ocorreu com outros atores, como Cláudio Heinrich, hoje na Record. ?Meu único medo são aquelas matérias em que se tem de mergulhar com tubarões?, brinca.
Raio-X
Nome: Luiz Guilherme Berenguer Santiago;
Nascimento: 20 de setembro de 1980, em Recife;
Na tevê: gosto de noticiários, programas educativos e de entrevistas;
Ao que não assiste na tevê: programas de auditório americanos. Existe muita coisa ruim;
Nas horas livres: teatro, cinema, jantar com amigos;
No cinema: O advogado do diabo, de Taylor Hackford;
Música: Os dois no ar, de Paulo Miklos;
Livro: Livro de provérbios;
Prato predileto: salmão grelhado e legumes;
Mulher bonita: Julia Roberts;
Homem bonito: Fábio Assunção;
Cantor: Bon Jovi;
Cantora: Celine Dion;
Ator: Tony Ramos;
Atriz: Irene Ravache;
Arma de sedução: sinceridade;
Melhor viagem: para Nova York, ano passado. Fiquei só três dias, passeando pelas ruas de mochilão nas costas;
Melhor notícia: quando soube que iria fotografar no Japão;
Inveja: não está com nada;
Ira: hipocrisia;
Luxúria: surpreender. Do nada, aparecer nem que seja para um beijo;
Cobiça: uma vida confortável para minha família;
Preguiça: de explicar alguma coisa pela quinta vez;
Vaidade: ajeitar o cabelo;
Programa de índio: boate lotada;
Mania: beliscar comida;
Filosofia de vida: como o fruto das minhas ações, o que eu planto, colho.
Arte
O Domingo espetacular apresenta os brasileiros que conquistaram uma vaga no circo mais incrível do mundo, o Cirque Du Soleil.
A equipe de reportagem entrevistou cinco jovens brasileiros que integram o espetáculo La nouba. Às 18h, na Record.
Religião
No Cinespecial, a atração é A arca de Noé, com Jon Voight, Mary Steenburgen e F. Murray Abraham. Adaptação da famosa passagem bíblica na qual Noé é escolhido por Deus para tentar salvar a humanidade tão corrompida e impura naquele momento. Deus pede que Noé construa uma imensa arca para abrigar sua família e um casal de cada espécie do reino animal para enfrentarem 40 dias de intensa chuva e provações. Na arca, ao enfrentar o dilúvio e todas as adversidades e desânimos dos familiares, Noé mostra as razões pelas quais foi escolhido por Deus para reconduzir a humanidade ao caminho do bem. Às 21h, no SBT.
Drama
Em Temperatura máxima, na Globo, a atração é Maria mãe do filho de Deus, com Giovanna Antonelli, Luigi Barricelli e Padre Marcelo Rossi. Maria Auxiliadora é uma mulher jovem muito pobre, que precisa buscar no hospital um exame importante de sua filha Joana, de sete anos. Maria pede ao padre da igreja local que tome conta da menina. O padre resolve lhe contar a história de uma mãe que dedicou sua vida ao filho. Às 12h50, na Globo.
Humor
A turma do Didi recebe Kelly Key durante a preparação de uma grande festa. O cantor Daniel, interpretado por Daniel Del Sarto, iria fazer um show durante a festa, mas aparece muito rouco, comprometendo o evento, que é cercado de trapalhadas comandadas por Didi. Às 12h15, na Globo.
Turismo
O Planeta turismo vai a Carolina, extremo sul do Maranhão, uma região inexplorada, cheia de aventura e belas paisagens. A equipe de reportagem mostra vários pontos como o sumidouro do Rio Farinha e uma grande cachoeira que desaparece numa fenda nas rochas. Os telespectadores vão conhecer ainda a pedra caída, um fenômeno da natureza. Às 7h30, no SBT.
Tecnologias da beleza
Completando um ano dia 9 de maio, a Tribuna Pop estréia hoje uma nova seção, de presente para as mulheres e os homens que lêem o jornal. É a seção Estética, que publicará reportagens sobre tratamentos baseados nas tecnologias que o mercado coloca à disposição de quem quer ganhar ou manter a beleza e o poder de sedução.
Enquanto os homens cada dia mais movimentam consultórios de médicos especializados e clínicas de estética, entre as mulheres, até as belas entre as mais belas não dispensam a ajuda da tecnologia nessa área. É o caso da atriz Juliana Paes, um dos maiores símbolos sexuais do País.
Ela já confessou à revista Boa forma, sem medo de ser feliz, que faz uma série de tratamentos, durante o ano todo, e especialmente às vésperas do Carnaval, quando brilha na função de rainha da bateria da escola de samba carioca Unidos de Viradouro.
Fora a malhação de todos os dias, e o controle alimentar complementado por componentes especialmente receitados a ela por especialista da chamada medicina ortomolecular, Juliana Paes faz a maioria dos tratamentos indicados na foto em clínicas que não precisam oferecer o apoio de médico para prestar serviços. A minicirurgia, invasiva, é que pertence ao território médico.
O rosto e o resto
Quem chega a um consultório de medicina estética quer consertar o rosto e o resto. E a procura por serviços na área não pára de crescer, o que promete reprisar, em algumas das novas tecnologias que se apresentam no mercado, o que já acontece na área de cirurgias plásticas. Em todo o mundo, o Brasil é o segundo país em volume de plásticas, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Quando se fala de medicina estética, o que está em foco são procedimentos exclusivamente médicos que têm como objetivo a estética da face e do corpo, define o médico Afrânio Lamy Spolador, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética no Paraná.
?Todo procedimento que for invasivo, use desde uma agulha, por exemplo, ou medicamentos cosmecêuticos, diferentes dos cosméticos, é de exclusividade médica?, diz ele. Com isso, reforça, o universo da medicina estética vai além das populares plásticas, e inclui complementações de outros procedimentos médicos.
?Um lifting, por exemplo, pouco ajuda no rejuvenescimento da boca, que obtém melhores resultados com outros procedimentos estéticos?, diz Spolador. A saída é complementar o lifting, que recorre a implantes para combater a flacidez da face. Substâncias sólidas ou líquidas preenchem então os sulcos ou rugas em volta da chamada boca com os chamados códigos de barras.
Outros tratamentos que se popularizam e que pertencem ao território médico são o da toxina botulínica, conhecida como botox, comumente aplicada no preenchimento das rugas da testa, e o da carboxiterapia. Este tratamento que injeta gás carbônico nos locais atingidos pela celulite e a gordura localizada foi a febre do verão entre as mulheres.
Tratamentos para o frio
No verão não se faz nada que represente riscos em caso de exposição à luz, lembra Afrânio Lamy Spolador, presidente da regional paranaense da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.
Isso coloca uma série de tratamentos na agenda do outono/inverno: tratamentos de pele, com cosméticos ou laser, cirurgias e procedimentos que precisem de cicatrização, mesmo de marcas pequenas, como a escleroterapia, para a eliminação daqueles vasinhos visíveis na pele do rosto ou das pernas.
O que dá para fazer durante o ano todo são os chamados preenchimentos, com toxina botulínica e outras substâncias.
?O problema é que as pessoas engordam no inverno, isso aumenta a celulite e a gordura localizada, e as pessoas buscam soluções mágicas na véspera do verão?, comenta Spolador.