Completando hoje o seu primeiro ano de publicação diária, a Tribuna Pop contou com o apoio da assessoria de imprensa de Lulu Santos para antecipar uma entrevista com o ídolo pop que estará em Curitiba quinta-feira para o show Popstar, nome de uma das faixas do CD, Letra & música, lançado ano passado.
Com 53 anos completados semana passada e 23 anos de carreira, Lulu Santos respondeu as perguntas numa linguagem internauta que jura adotar desde adolescente, quando teve a primeira banda.
O primeiro instrumento, com o qual descobriu que amava música, foi a vitrola, que o deixou louco pelos Beatles e de quebra, lhe deu a certeza de que devia seguir o caminho artístico da banda inglesa.
Para encontrar um lugar ao sol do sucesso, Lulu Santos ralou muito nos anos 70s. Entre seus esforços nesse sentido houve as experiências de tocar com Ritchie e Lobão na banda Vímana e de tentar a carreira-solo com o nome de Luís Maurício.
Foi em 82, com a faixa-título de Tempos modernos que ele abriu sua grande temporada de sucessos, lançando um hit atrás do outro até meados dos anos 90s, quando se deu ao direito de sair na frente na experimentação do que era novo demais para a época.
O show será no Teatro Guaíra, com ingressos de R$100,00 a R$200,00, e desconto de 50% na doação de livro não-didático.
Vovô moderno e bem Brasil
Sempre se reinventando, Lulu Santos conta que o público pode esperar sons bem brasileiror no mix musical do novo disco, que já começou a gravar e apresenta parcialmente no show Popstar, com antigos e novos sucessos. Casado com Scarlet Moon de Chevalier há 22 anos, ele tem três filhos, Gabriela, Christovam e Theodora, que dará ao popstar o primeiro neto, em dezembro.
Nesta entrevista pingue-pongue, que ele respondeu com o jeito internetês de escrever que usa desde garoto, comendo letras, maiúsculas e criando palavras que não existem, deixou de lado as perguntas sobre os boatos dando conta de que está separado da mulher, não quis revelar se algum dos filhos o seguiu na carreira musical, nem como se sente diante da perspectiva de ser vovô.
Olá, Lulu. Obrigada por nos ajudar a produzir uma página especial sobre você, a quem consideramos o rei do pop nacional, com este pingue-pongue pela internet. Gostaria de começar comentando que nos últimos discos você caprichou no mix do rock com música eletrônica e black music para perguntar o que vem aí nas misturas para o novo trabalho que você começou a gravar no início do mês e já apresenta parcialmente no show Popstar.
Bacana, obrigado eu. vamolá. o ingrediente novo mais importante nessa mistura agora é o Brasil, suas gentes diferentes, suas culturas múltiplas, suas expressões. o país, sua música e o jeito q seu povo a produz e processa estão d frente nas coisas novas.
E quem são os criativos envolvidos com a produção do novo CD?
Hiroshi Mizutani é co-produtor e consultor eletrônico. No meu site existe um remix do DJ Mãozinha d Seu aniversário q acho um escândalo, digo mais, es-cân-da- lo! gostaria q ele re-fizesse outras canções, como Olhos de jabuticaba.
Vi uma entrevista sua, de 2003, quando completou 50 anos e lançou o CD Bugalu, em que você comemorava a volta à produção de uma música ensolarada. É essa a tendência para a sua terceira década de carreira, já que você gosta da idéia de falar em ciclos profissionais de dez anos?
Hmmm… não gosto tanto assim destes ciclos, seja qual for a periodicidade… pelo menos no momento, ñ estou relacionando o q esteja fazendo no momento a nada anterior. a ?ensolaridade? e sua busca continuam no novo projeto, e, pensando bem se contrapõe a um certo tom sombrio d? Letra & música. Seriam ciclos…? o futuro, a história dirá.
Entre as influências musicais que você destaca de antes e do início de sua carreira houve Beatles, rock progressivo, Mutantes e The Police. Hoje e nos últimos anos, quais os artistas e as bandas que mais têm influência sobre o seu trabalho?
Só zoeira, funk e pagode a noite inteira… mesmo um certo axé, juro! estou muito conectado ao país, seus anseios e expressões. a canção Ninguém merece, recentemente gravada pelo Cidade Negra p?ra seu próximo DVD/CD é profundamente influenciada pela música baiana d hoje, sobretudo pelo inegável alcance deste som pelo Brasil todo.
Sua autobiografia no site www.lulusantos.com.br confirma com uma linguagem internauta e na brincadeira com as palavras a imagem que se tem de você, de um artista que está sempre se reinventando. Dá a impressão de que você adora a internet. É isso mesmo? Com que freqüência você acessa a rede mundial e o que gosta de ver ou fazer quando navega?
Uso a rede quase como quem usa um liquidificador ou cafeteira, continuamente, mas sem nenhum fetiche. meu Mac é só mais um eletrodoméstico inteligentíssimo. me informo (BBC, N.Y.Times, Globo.com), faço compras, troco informação o tempo todo e sem me dar conta, sem fetichizar o ato. a questão da linguagem é muito menos internética do q parece. é mais e antes uma forma d apropriação, otimização expressiva e personalização da escrita, meio Guimarães Rosa ou Joyce, mal comparando. sempre escrevi assim, desd adolescente, muito antes da rede.
Num dos trechos da sua biografia você brinca que a vitrola foi seu primeiro instrumento. Você tem guitarras ou outros equipamentos de estimação meio que guardados como numa espécie de museu de você mesmo? Se tem, quais e quantos são.
De jeito nenhum! tenho instrumentos d trabalho na medida certa e precisa, tenho uma relação profunda e sincera e prazerosa d uso com eles, porém, d novo, sem fetiches. instrumento q ñ uso dou, passo a diante. tenho instrumentos, amplificadores e processadores suficientes, mas sem coleções.
Você colabora com algum movimento ou entidade social? Por favor, dê detalhes em caso positivo, ou comente o porquê de não participar em caso negativo.
A entidade social com q colaboro é o povo brasileiro na medida d minhas relacões mp-essoais e profissionais. sou bom pagador d serviços, generoso e compreensivo com associados e empregados, dou boas gorjetas e valorizo o trabalho d quem bem o desempenha. alem disso faço o possível para ser um bom cidadão. valeuson!
Meio solto
Preso há um ano e meio pelo crime de associação para o tráfico de drogas, o cantor Belo conquistou ontem o direito à prisão semi-aberta. Com isso, pode passar o dia fora da cadeia, trabalhando, e retornar à noite.
A autorização foi do juiz Carlos Augusto Borges, da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, onde Belo não terá direito a finais de semana em casa.
A advogada de Belo, Sandra Almeida, contou a jornalistas da Agência Estado que o emprego do cantor é de diretor operacional da Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes (Amar) do Rio, onde tem a tarefa de gerenciar gravações de músicas, com o salário de R$ 2.800,00. A Amar negou a contratação e a advogada disse que talvez isso tenha ocorrido para evitar tumultos no local.
Sob cuidados
Lenda do rock, o guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, retirou um coágulo do cérebro em operação bem-sucedida realizada ontem, conforme notícia do site oficial da banda. Aos 62 anos, ele curtia férias nas Ilhas Fiji, num intervalo da turnê de A Bigger Bang quando caiu de um coqueiro, em 27 de abril. Foi atendido e operado no hospital Ascott, de Auckland, na Nova Zelândia.