No estúdio, quartel-general do CQC, Marcelo Tas, Rafinha Bastos e Marco Luque assumem a bancada, conduzem o programa e chamam as entradas gravadas por Rafael Cortez, Danilo Gentili, Felipe Andreoli e Oscar Filho. Dessa turma um já caiu no gosto popular: Danilo Gentili, no papel de um repórter abestalhado. O personagem faz parte do formato original do programa, criado na Argentina. Gentili, ator formado em publicidade, vai de microfone em punho e munido de uma cara de pau acima da média perguntar o que ninguém tem coragem. O resultado é um improviso que diverte sem agredir o público – já ele, apanha às vezes. Na Bolívia, semana passada, no Festival de Tinku levou socos e pontapés.
O que o carioca Marcelo Adnet faz também não é programado. Ele chegou na MTV para popularizar ainda mais a programação da emissora comandando o 15 Minutos, onde faz comentários engraçados sobre qualquer assunto direto do seu quarto, com o amigo mascarado Quiabo. Consagrado pelo público no teatro e no YouTube, na tv ele lê e-mails, canta músicas, imita celebridades e provoca risadas com um humor sutil e cheio de ironias. É um bom imitador e suas paródias também divertem: quem perdeu José Wilker cantando créu e Sílvio Santos cantando Sweet child o mine pode recorrer à internet. As versões estão lá e são hilárias.
O grupo de Petrópolis, cidade serrana do Rio de Janeiro, caiu no gosto dos telespectadores ao parodiar as pornochanchadas, programas de auditório, novelas e figuras da vida real ?sem noção?, representadas por Joselito (Silva). O sucesso atual são as dublagens toscas do Tela class – a primeira temporada chega às lojas em formato de DVD no segundo semestre.
Os seguranças – A dupla Leandro Hassum e Marcius Melhem é cria do teatro.
O segundo, engraçadinho por natureza, é jornalista, roteirista – assina o seriado Casos e acasos, da Globo – e diretor teatral. Os dois se conheceram em 2000 e formaram a dupla no ano seguinte. Surgiu Pedrão e Jorginho, Os seguranças, do Zorra total, da Globo. ?Temos várias referências, mas a maior é Abbott e Costello?, revela Melhem. O duo, porém, não se considera comediante. ?Sou um ator que no momento faz comédia bem, mas quero outras coisas, como fazer novela?, entrega Hassum.
Jajá e Juju – A Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo nasceu em Brasília, há 13 anos. É formada por Adriana Nunes, Adriano Siri, Jovane Nunes, Ricardo Pipo, Victor Leal e Welder Rodrigues. Roda o País com diversos textos, como Misticismo e Notícias populares.
A estréia na TV ?foi um desastre?, diz Rodrigues, o Jaja do quadro Jaja e Juju, do Zorra total, da Globo. O sexteto, escalado para o Domingão do Faustão, não gostou de se ver em rede nacional. ?Saímos de lá com a certeza de que o teatro era o nosso lugar. Não rendeu, não tínhamos intimidade com a câmera?, completa Adriana, a Juju.
Essa percepção mudou em 2005, com o convite para o Zorra. Os artistas transformaram o casal gay Emílio e Montenegro, sucesso nos palcos, no heterossexual Jaja e Juju. E o barulho começou. ?Jaja e Juju fazem sucesso pela simplicidade, são meio palhaços, crianças e adolescentes gostam. ?O Zorra é a segunda audiência infantil da Globo?, argumenta Adriana. Hoje, a dupla tem espaço fixo nos sábados à noite com o casal e o guru Bhaguiva Shalla. ?Para uns ele é santo, para outros é um picareta. É o Oswaldo Montenegro da religião, ou amam ou odeiam?, diverte-se o ator.
Do Rádio
A migração para a telinha carregou o estilo do dial e somou recursos conhecidos no veículo, como as entrevistas de rua das quais o Casseta & planeta usou e abusou. Ainda transformou celebridades em vítimas de piadas – às vezes geniais, outras infames – e ?bombou?.