E pelo sorriso franco, demonstra ter encontrado o próprio caminho. A poucos capítulos do fim de Sinhá Moça, pode ser encontrado andando pelo Projac metido nas roupas de Rodolfo, um personagem que lhe confere certa maturidade profissional. A despeito das comparações, subverteu a alcunha de ?irmão de Selton Mello? e comemora o término de mais uma interpretação bem-sucedida.
?Estou muito feliz e satisfeito. É bom olhar para trás e ver que pude desempenhar um bom papel numa história tão bem contada?, avalia.
O ator credita à história recontada por Benedito Ruy Barbosa os bons índices de audiência conseguidos – média de 35 pontos mantidos desde o início da novela. Inclusive, já está se especializando nos textos do autor. Esta foi a terceira vez que Danton atuou numa produção de Benedito. ?Gosto da forma como ele se relaciona com as questões da terra, da visão política. As obras dele são sempre atuais?, derrama-se ele, que também destaca o entrosamento da equipe e do elenco pela harmonia nos estúdios. ?Quando a gente trabalha com pessoas bacanas e comprometidas, tudo flui melhor. E acabamos formando uma turma mesmo. Já estamos há algumas novelas juntos?, argumenta.
Viver personagens de época também tem sido uma constante na vida de Danton. Ele havia acabado de interpretar o Neco de Cabocla quando foi convidado para Sinhá Moça. Na ocasião, nem parou para pensar que poderia ter um papel muito parecido com o da novela anterior. ?O Rodolfo é diferente. As convicções dele são muito fortes. O Neco era mais sonhador, romântico. Até o fim, Rodolfo está lutando por uma causa?, compara. Desde o início, o moço se manteve na linha de tiro contra o poderoso Barão de Araruna, de Osmar Prado, defendendo a abolição da escravidão. ?Ele não se vendeu, não se conformou. Se apaixonou pela filha do Barão e, ainda assim, defendeu bem seus pontos de vista?, observa.
Carolina Marques – PopTevê
?Estamos reféns da falta de solidariedade?
Para Danton, mesmo se passando há dois séculos, a história de Sinhá Moça tem um tom muito atual.
?Ela mostra principalmente como é importante as pessoas estarem abertas para as outras, como estamos reféns da falta de solidariedade. Hoje, temos muito mais recursos, modernidade. Mas está faltando olho no olho?, dispara ele, que recorreu a muitas referências para compor o personagem. Nascido em Passos, no interior de Minas Gerais, o ator se lembra até hoje dos dias inteiros que brincava pelos cafezais da fazenda da família. ?Às vezes, sinto até o cheiro daquela terra?, confessa.
Assim que gravar a última cena de Rodolfo, Danton quer férias. Ainda não sabe se vai viajar ou se está reservado para alguma outra produção. Mas quer passar ao menos alguns dias no ?dolce far niente? com as filhas Luiza e Alice. O ator vai aproveitar ainda para retomar as negociações para a captação de recursos do primeiro curta, ZEH 2308, roteirizado por sua ex-mulher, a jornalista Laura Mallin. ?É a história de um carro que passa por vários lugares e vira um agente transformador?, adianta ele, que vai dirigir a produção.
Danton também tem alguns roteiros para analisar, mas, como sempre, mantém uma calma invejável para tomar decisões. ?Já recusei muita coisa e não me arrependo. Às vezes é preciso priorizar a vida pessoal?, justifica. Uma recusa jamais viria se a proposta fosse reuni-lo ao irmão Selton num projeto.
Há tempos, os dois ensaiam atuarem juntos. ?É uma coisa que vai rolar.
Nem que seja nós mesmos produzindo?, promete o ator, que vê um saldo positivo em ter começado cedo na profissão. ?Adquiri maturidade, disciplina. Sempre fui muito responsável. O lado menos agradável disso tudo talvez seja a exposição exacerbada?, teoriza ele, que gostaria apenas de ter completado a faculdade de História.
?Tenho curiosidade pelo mundo e suas transformações?, conclui.
Resultado concreto
Apesar da seqüência de papéis pequenos, Luana jura que sempre preferiu acreditar que sua ?hora? chegaria. Não deu outra. Meses antes de Páginas da Vida estrear, ela fez teste para a novela. O resultado demorou tanto para sair que já tinha perdido as esperanças. Mas se surpreendeu ao receber um telefonema de um produtor de elenco dizendo que Manoel Carlos fazia questão de tê-la no elenco. ?Acho que convite tem a ver com talento, e o Maneco gostou do meu trabalho em América?, avalia, referindo-se à trama da qual participou após ficar em segundo lugar em um concurso do Caldeirão do Huck.
Feliz com a repercussão de sua personagem, que é filha da porteira do prédio em que mora Marta, a vilã vivida por Lília Cabral, Luana não esconde que seu maior ?xodó? é o cinema. Estudante do terceiro período de Cinema da Universidade Estácio de Sá, ela já atuou em dois filmes, Mulheres do Brasil, de Malu de Martino, e O passageiro, de Flávio Tambellini. E já está em fase de pré-produção de seu primeiro documentário, ainda sem título definido. ?Se dependesse só de mim, faria cinema o tempo todo?, derrete-se.
Fabíola Tavernard – Pop Tevê
Raio X
Nome: Luana Leal de Carvalho.
Nascimento: 22 de fevereiro de 1981, no Rio de Janeiro.
Nas horas livres: passeio ao ar livre e leio.
No cinema: Cidade dos sonhos, de David Lynch.
Música: gosto de tudo, sem exceção.
Livro: Cabeças trocadas, de Thomas Mann.
Mulher bonita: Brigitte Bardot.
Homem bonito: meu namorado.
Cantor: Frank Sinatra.
Cantora: Ella Fitzgerald.
Ator: Wagner Moura.
Atriz: Denise Stoklos.
Animal de estimação: uma cocker spaniel, a Babi.
Escritor: Rubem Fonseca.
Arma de sedução: ficar à vontade.
Programa de índio: acampar na chuva.
Melhor viagem: morei na Espanha durante seis meses em 2002.
Sinônimo de elegância: espontaneidade.
Melhor notícia: saber que minha mãe dedicou um show a mim.
Inveja: de pessoas que cumprem tudo a que se propõem.
Ira: arrogância.
Cobiça: dois apartamentos: um em Paris e outro em Nova York.
Gula: não sou gulosa.
Preguiça: em dias frios e chuvosos.
Vaidade: com o cabelo e com o rosto.
Não saio de casa sem blush.
Mania: de morder a língua.
Filosofia de vida: não levar a vida muito a sério e ser feliz.
Boneca
É preciso saber costurar e ter vontade de se empenhar no negócio, afirma a professora de artesanato de São Paulo. Segundo ela, num mês comum é possível tirar até mais de R$1 mil com a venda das bonecas country que você aprende a fazer nesta edição da Tribuna Pop. Esta da foto custa R$3 para ser produzida e você pode vender por R$10,00.
?Ofereça modelos de tamanhos variados e com roupinhas diferentes?, sugere. Entre as versões, vale adotar algodão marrom para fazer a pele da boneca negra. Outras alternativas são a versão mini, com 25 cm ao invés de 40 cm, e o modelito pop. Ainda menor, com 16 cm, e só com um nome e coração colocados no corpo, sem vestido, ela pode custar R$1,00 e ser vendida por R$6,00.
Material
Retalhos de tecido de algodão cru, para o corpo da boneca fibra siliconizada (plumante), 7 x 20 cm de tecido de algodão xadrez para o vestido, 6 x 10 cm de algodão cru para o avental, 2 x 4 cm de tecido de algodão colorido para o laço, agulha de mão linha número 10, 30 botões de camisa vermelhos, 2 botões de madeira contas de madeira, canetas permanentes preta e vermelha, blush.
Passo a Passo
2 – Vire para o lado direito e recheie com a fibra siliconizada. Aperte bem a fibra para cima, e prenda com um alfinete, para facilitar o fechamento. Feche com pontinhos à mão, mas somente na parte central.
3 – Empurre os cantos para dentro e feche também com pontos feitos à mão.
4 – Ainda com a mesma linha, inicie a montagem das perninhas. Coloque oito botões, alternando brancos e vermelhos, e passe o fio por apenas um buraco de cada um deles. Depois coloque uma conta de madeira para ser o joelho, e mais dez botões, sempre alternando as cores. Coloque um botão de madeira e volte com a linha para baixo, passando pelos buracos pelos quais ainda não passou o fio. Faça a outra perna da mesma forma, ao lado da primeira. Arremate.
5 – Recorte um retângulo de 7 cm x 20 cm de tecido colorido e feche os lados menores, à máquina, formando um tubo.
7 – Em um dos lados, passe um alinhavo com pontos à mão, dobrando uma pequena bainha. Coloque no corpo da boneca e aperte para ajustar na altura do pescoço. Com a linha número 10 faça os braços sobre o vestido, mas também os prenda ao corpo. Coloque seis botões alternados, uma conta de madeira e mais seis botões. Coloque uma conta para ser a mão e volte pelo outro buraco dos botões, como nas perninhas. Passe a agulha para o lado oposto e monte o outro bracinho. Arremate.
8 – Faça novelos dando quatro voltas com a lã no polegar e amarre no centro com a linha.
9 – Para formar os cabelinhos, prenda os novelos ao redor da cabeça, usando a cola quente.
10 – Prenda a linha no alto da cabeça e faça um alinhavo no centro do tecido para o laço e puxe-o, para franzir o detalhe.
11 a 14 – Desenhe o rosto, usando as canetas permanentes, preta e vermelha, e use a maquiagem para formar as bochechas.
15 – Corte um retalho do algodão cru com 6 cm x 10 cm. Escreva a frase com as canetas permenentes (a). Alinhave na extremidade superior para franzir (b).
16 – Amarre o avental, primeiro com um nó duplo ao redor da cintura, e para dar acabamento, faça um laço.