?Ele não é nem bom, nem mau. Apenas o representante de uma classe política e econômica?. É assim que Osmar Prado reage ao ouvir dizer que o seu Coronel Ferreira, intitulado Barão de Araruna, é o grande vilão de Sinhá Moça. Para o ator, como todo escravagista, o inflexível Barão apenas defende seus interesses. ?O que eu tento é humanizá-lo?, justifica.
Assim, ?antagonista? é a melhor forma encontrada pelo ator de 58 anos para definir o pai da personagem-título vivida por Débora Falabella. A relação nada pacífica com a filha, aliás, é um dos pontos fortes da releitura da obra de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, numa época em que ideais abolicionistas eram ferrenhamente combatidos por escravocatas. ?Ele pensa assim: ?se o negros forem soltos, quem é que vai plantar e colher nas lavouras de café???, pondera.
Acostumado a viver papéis densos e marcantes – como o Sérgio Cabeleira de Pedra sobre pedra, o Tião Galinha de Renascer, e o Lobato de O clone, e os ditadores Adolf Hitler, na peça Uma rosa para Hitler, e Getúlio Vargas, no filme Olga -, o politizado Osmar vê no Barão de Araruna a possibilidade de fazer o público repensar valores e o atual momento histórico do País. Mas observa que o envolvimento de seu personagem com uma escrava, Maria das Dores, vivida por Cris Vianna, deixa transparecer parte da hipocrisia que, inevitavelmente, pairava no ar. ?Por idéias totalmente preconceituosas, é claro que ele tenta apagar o passado. Mas insisto: ele apenas luta pelo que acredita?, opina, com convicção.
?Hoje eu posso escolher os trabalhos?
Quais os elementos que você buscou para dar credibilidade ao caráter forte e dominador do Barão?
O que eu quero é que as pessoas vejam que ele é de carne e osso, e apenas tem a forte tendência de defender seus interesses, pois viu o pai batalhar muito para construir o patrimônio que ele herdou. Montar a cavalo eu já sabia, então o mais importante foi mesmo o meu processo interno de tentar humanizá-lo. Sem contar que o texto do Benedito é perfeito, e eu não preciso alterar uma vírgula. Então, procuro ser fiel ao texto, que tem toda uma elegância típica das construções gramaticais da época.
Depois de mais de 40 anos de carreira, você se dá ao luxo de recusar certos papéis? Quais os critérios que utiliza?
Chega um ponto em que você pode escolher, e eu já recusei vários. O meu critério é o contexto da obra. A qualidade do texto, do que você quer falar, da direção. Afinal de contas, sempre se trata de um investimento onde o objetivo principal é fazer sucesso. Não tenho nenhum preconceito contra drama ou comédia. O que eu preciso para embarcar num trabalho é um bom papel num bom contexto.
E o convite para o remake de Sinhá Moça trouxe tudo isso?
Sem dúvida. A obra é um clássico, porque o assunto é sempre atual. Ainda mais hoje, em que se discute tanto a questão do preconceito com o negro. Então, considero um remake muito importante não só para reavivar o assunto, mas para trazer a possibilidade infinita de recriação daquilo que já está escrito.
O que a profissão de ator traz de melhor e pior?
O melhor é o privilégio de questionar o ser humano e autoquestionar-se através do papel que se representa. Da mesma forma que emprestamos muita coisa a um personagem, também aprendemos com ele. E o pior de ser ator no Brasil, é que somos reféns de uma série de situações e regras do próprio sistema, que não permitem que o ator tenha um mercado sólido, diferenciado. Acho que a nossa mão-de-obra tem de ser mais valorizada, e que este mercado seja capaz de absorver essa grade massa de atores que estão desempregados.
Dura na queda
Patrícia França quase morreu de medo quando foi chamada para viver a policial Diana em Prova de amor, na Record. E via dois motivos para ter receio: teria de lidar com armas e enfrentaria o preconceito que mulher policial é meio masculinizada. Isso sem falar nas arriscadas cenas de ação. Mas todos os temores ficaram para trás quando a atriz se armou de pretextos para transformar Diana numa espécie de exemplo de policial.
O primeiro tiro certeiro foi mostrar um lado ético da polícia, uma policial séria, que não costuma aceitar propinas, por exemplo. Outra preocupação foi manusear as armas de uma forma correta e fazer com que a personagem tivesse uma postura sóbria, sem nenhum tipo de apelo sexual. ?É muita responsabilidade. A gente lida com um universo repleto de licenças poéticas. Mas, por outro lado, apostei que ela poderia ser charmosa. É instigante ver uma mulher usando uma arma, um objeto do universo masculino?, provoca a morena, com sua voz firme.
Na verdade, Patrícia comemora mesmo é poder ter sua primeira personagem onde a profissão fica em primeiro plano e interfere em todas as atitudes da personagem. ?O Tiago conduziu isso da maneira que eu sonhava?, celebra a atriz, se referindo ao autor da trama, Tiago Santiago. Esse fator profissional sempre presente no dia-a-dia da personagem faz com que Patrícia não perca a dramaticidade que considera necessária à policial. ?Ela perdeu os pais muito cedo. Precisava ser séria, sofrida. Não poderia fazer uma policial perua?, constata. Para incrementar e até mesmo suavizar esse lado mais árido de Diana, Patrícia volta e meia traz uma linguagem bem coloquial, até um pouco cafajeste ao seu linguajar. ?De vez em quando solto algo como ?vai malandro, coloca a algema? ou ?ei, malandro! Não vacila não!??, exemplifica, com uma voz autoritária.
O jeito sempre durão e firme da atriz tem lhe rendido papéis de mulheres cada vez mais fortes e destemidas. ?É, mas já estou cansada disso!?, avisa, aos risos. Desde Suave veneno, com a advogada Clarice, passando pela Blanca de A padroeira, Patrícia tem interpretado mulheres cada vez menos frágeis. ?Tenho essa postura na minha vida e acabei levando também para o meu trabalho. Sei que tenho a personalidade e o estigma de uma mulher forte?, analisa a atriz, que gostaria de enveredar um pouco pela comédia em sua carreira. Este gostinho com papéis mais engraçados surgiu já na Record, em 2004, quando viveu a Rosa em A escrava Isaura. ?A Rosa me fez descobrir a comédia não só na minha profissão, mas em mim. Meu leque como atriz abriu muito depois disso. Não dava para querer ser a mocinha a vida inteira?, ressalta a atriz de 34 anos.
Raízes nordestinas
De fato, Patrícia estreou como a mocinha na tevê quando atuou como a personagem-título da minissérie Tereza Batista, baseada na obra Tereza Batista cansada de guerra, de Jorge Amado, em 1992. No ano seguinte, fez uma participação como a Maria Santa em Renascer, também com a mesma temática nordestina na qual a atriz, nascida no Recife, tanto se identifica.
Segundo Patrícia, dessas raízes nordestinas vem grande parte de sua força, seu lado guerreira na profissão e na vida. Esse impulsividade a fez sair da Globo em 2003, logo depois de viver a Sofia em Chocolate com pimenta, para estrear na Record em A escrava Isaura no ano seguinte. De lá para cá, o investimento da emissora em dramaturgia cresceu, e, com ele, o Ibope da trama em que atua, Prova de amor, que se estabilizou com média de 10 pontos de audiência. ?Me sinto uma desbravadora. No início, chegaram a torcer o nariz quando eu disse que estava na Record. Hoje eu vejo que valeu a pena?, salienta.
Polêmica
Em entrevista ao Domingo espetacular, a cantora mexicana Glória Trevi fala pela primeira vez à televisão brasileira desde que saiu da prisão. Glória Trevi foi inocentada pela Justiça e agora mora em Miami. Ela mostrou os filhos e falou do drama que viveu quando esteve presa no Brasil e no México. Às 18h, na Record.
Música
No Rei majestade de hoje, Silvio Santos apresenta mais cinco atrações. Desta vez, a disputa será entre Irmãs Galvão, Ary Sanches, Claudete Soares, Sandro Becker e Núbia Lafayette. O escolhido da noite pelo auditório levará para casa uma coroa de prata. O preferido pelos telespectadores receberá uma coroa de ouro e ficará classificado para a grande final, podendo ganhar prêmios em dinheiro e gravar quatro músicas no CD do SBT. Às 20h30, no SBT.
Drama
A sessão Cinespecial apresenta hoje o filme À espera de um milagre, com Tom Hanks, Michael Clarke Duncan e David Morse. Paul Edgecomb relembra a época em que foi guarda no corredor da morte, e viveu uma experiência incrível ao conhecer John Coffey. Coffey foi condenado pelo assassinato de duas garotinhas, mas a atitude pacífica e simpática do prisioneiro não combinava com o crime de que era acusado. Com o tempo, Paul descobre que essa figura misteriosa, na verdade, tinha o dom da cura. Sabendo da ?capacidade? de Coffey, Paul tenta tirá-lo da prisão. Às 21h, no SBT.
Humor
Em Sob nova direção, Pit e Belinha disputam a mesma vaga de emprego. Pit se prepara para fazer uma entrevista de emprego na revista Chiquíssima. Ao saber da novidade, Belinha também se entusiasma com a idéia e, usando o mesmo currículo em que sua amiga indica uma série de qualificações exageradas, torna-se sua concorrente. Às 23h, na.
Celebridades
O programa Top Report terá uma sessão exclusiva de cinema. Luana Piovani, Mariana Weikert e Supla são alguns dos convidados de Rico Mansur para a pré-estréia de V de Vingança, adaptação da obra de Alan Moore. Rico revela para apresentadora Caroline Bittencourt que está investindo na carreira de ator e já fez seu primeiro filme. Às 22h, na Rede TV!
Fashion
Mais ou menos 450 modelos, inclusive top models, como a paranaense Isabelli Fontana, Isabela Fiorentino, Cláudia Liz e Giane Albertoni, movimentam Curitiba entre os dias 24 e 29 de abril. É a 14.ª edição do Crystal Fashion, evento do Shopping Crystal, um dos mais sofisticados da cidade.
Lançado no início da semana, numa festa para a imprensa, organizadores e patrocinadores – Natura, Coca-Cola, Kaiser, Volkswagen – o Crystal Fashion coloca Curitiba no circuito da moda nacional, reunindo grandes empresários e estilistas, além de consumidores de alto poder de compra.
A partir de consulta a algumas marcas de moda feminina que serão destaques do evento e figuram na lista das preferidas das ricas e famosas, a Tribuna Pop antecipa pra você tendências da estação Outono/Inverno 2006 que estarão nas passarelas.
Elas serão instaladas em meio a 3 mil metros quadrados de um dos pisos da garagem, onde os desfiles reunirão 1.350 convidados por dia. Nos seis dias de evento, que inclui convidados das lojas apenas para a área dos expositores, a gerente de marketing, a socialite Lylian Vargas, calcula que 42 mil pessoas vão transitar pelo Crystal.
Clássico moderno
Entre o urbano moderno e o clássico, a marca Patachou reúne na coleção outono/inverno tendências que com certeza vão pegar. Entre elas, a saia com gomos, os mini-boleros, as cores da escala do roxo, camisas brancas, rendas e calças de alfaiataria.
No lado mais chique da marca mineira está o tricô, que está com tudo na estação, e aparece em cardigãs, casacos com jeito de robe e vestidos com silhuetas soltas, inspiradas na vanguarda dos anos 20s e 30s da Europa.
Casual chique
Combinações de jeans com botas sobre as calças e casaquinhos de alfaiataria devem estourar neste outono/inverno. São uma amostra do estilo casual chique que a marca Le Lis Blanc vai mostrar em Curitiba.
Rendas, georgete de seda pura, veludos e tafetás também entram nessa proposta e na coleção, especialmente em peças da chamada moda vitoriana, que deve pegar mesmo na nova estação.
Elas aparecem nas blusas com jabôs – babados em volta da gola e dos botões de camisa – assim como no entorno de mangas, em vestidos e saias que também vão dividir espaço com bermudas e calças corsário.
Shakespeare & Cia.
O autor de Romeu e Julieta, William Shakespeare, sai da Inglaterra do século XVI para inspirar a coleção de outono da marca Bob Store, que vai além do babado para sintonizar as brasileiras e curitibanas com o que vem sendo definido como moda vitoriana.
As tachas e desenhos de crucifixos, que vão com tudo para as baladas, aparecem nas saias de veludo, um dos hits da estação. Misturas de tecidos numa mesma peça são outra tendência forte que a marca abraçou com o tema Shakespeare, que inclui as rendas e cores sóbrias.
Outro tema, London calling, nome de música da banda punkThe Clash, se aplica à coleção de peças de alfaiataria, xadrezes e misturas de moletons com blazeres e camisas, uma coisa por cima da outra, como manda outra tendência quente.
Preto, marinho, vinho, goiaba e verde são as propostas da marca para um inverno também inglês, mas já com estampas florais miúdas, decotes à moda camponesa e cachecóis de todo o tipo, com jeito artesanal.
Lãs e sedas
Com Alexandre Herchcovitch dirigindo a criação, a Cori reúne na sua coleção cores e idéias dadas como certas para a moda da nova estação. Preto, vermelho escarlate, branco, rosa, verde, marinho e marrom-pinho dão o colorido que a marca buscou na dança flamenca.
Sedas, lãs, rendas, laises de algodão e telas de cashemere com seda estão nos vestidos longos, tradicionais da marca e apostas seguras da temporada. Casacões, saias e calças de corte seco, cintura pra lá de alta e estampas florais com fundo preto também estão entre as tendências consideradas fortes.