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Apesar dos preços nada populares dos ingressos, variando entre R$ 60,00 e R$ 140,00, Bruno e Marrone conseguiram lotar o Teatro Guaíra para o show de hoje à noite, que marca os 20 anos de carreira da dupla. Acostumados com uma média de 30 mil pessoas em cada apresentação, como acontece em rodeios e estádios, esta é a primeira vez que a dupla se apresenta em um teatro. Os 2 mil ingressos colocados à venda acabaram há seis dias.

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Com mais de 7 milhões de discos vendidos em todo o Brasil, Bruno e Marrone estão há quatro anos seguidos na liderança de vendas de CDs. Nem mesmo o escândalo envolvendo o cantor Marrone, acusado de ter estuprado uma adolescente no mês passado, como foi divulgado pela Tribuna Pop, ofuscou o sucesso da dupla que se conheceu por intermédio do cantor Leonardo e estourou nas rádios com a música Dormi na praça. Em entrevista por e-mail à Tribuna Pop, Bruno, à esquerda na foto, fala do sucesso, do trabalho, mas evita comentar sobre suas vidas pessoais ou a acusação contra Marrone.

Vocês estão comemorando 20 anos de carreira, mas demoraram dez anos para gravar o primeiro disco e somente depois de 2000 é que vocês começaram a ser conhecidos nos grandes centros. Por que a dupla demorou tanto para fazer sucesso?

Fazíamos essa mesma pergunta todos os dias. Depois, descobrimos que tudo tem seu tempo certo. E, quando algo acontece precipitadamente, também vai embora da mesma forma. Sem contar na experiência que adquirimos em todo esse tempo. Ela é fundamental para a nossa carreira até os dias de hoje.

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Hoje em dia, a música sertaneja parece ter perdido suas raízes, está mais romântica. É exigência do público, das gravadoras ou, por vocês serem artistas populares, podem gravar qualquer coisa?

Eu acho que os tempos mudaram. Hoje, o homem do campo não cozinha mais no fogão à lenha, vê televisão e tem equipamentos sofisticados para a agricultura. A música tinha de acompanhar esse processo, as pessoas se tornaram mais românticas, abriram as portas para um mundo novo e nós também. Atualmente, só nos chamam de sertanejos porque cantamos em dupla. Mas adoramos ouvir Tião Carreiro e Pardinho, Mococa e Paraíso, curtimos muito música de raiz.

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Diferentemente de outras duplas sertanejas de sucesso, vocês quase não aparecem na televisão.

É falta de oportunidade ou há alguma barreira com a televisão?

Não. Se aceitássemos todos os convites, as pessoas iam se cansar da nossa imagem. Optamos por aparecer somente em momentos certos. Não queremos expor nossa vida pessoal e nos limitamos a falar somente de nosso trabalho. É nossa estratégia: aparecer, mas não cansar. Isso tem surtido bom resultado, toda vez que nos apresentamos na tevê conseguimos alavancar os índices de audiência.

Se abusarmos disso, as pessoas se cansam e partem para outra.

Entrando na vida pessoal, como está a vida amorosa dos dois?

Estamos bem, mas preferimos preservar nossa vida pessoal.

Com tantos shows, dá tempo de se dedicar a um relacionamento, filhos, etc.?

Aprendemos a dar qualidade ao tempo que passamos com nossos familiares. Já que a nossa profissão não nos deixa dar quantidade. Isso é bom porque conseguimos aproveitar cada minuto.

Recentemente, Marrone foi acusado de estupro. Como ele recebeu a notícia e que providências está tomando?

Na verdade, quem está cuidando desse caso é a Justiça. O que o Marrone tinha a dizer, foi dito num comunicado oficial.

O que mudou na vida de vocês após o sucesso?

Tivemos de reprogramar tudo à nossa nova realidade. Delegar funções, porque não passamos mais despercebidos nos lugares, lojas, restaurantes. Shopping então, nunca mais… Tivemos de aprender a conviver com a ausência de casa e da família. Mas o melhor de tudo é a sensação de um sonho realizado. Somos felizes e abençoados.

O que vocês estão preparando para o show em Curitiba?

Em primeiro lugar, queremos aproveitar para agradecer o público. Já soubemos que os ingressos esgotaram e isso nos deixa muito felizes.

E nossa maneira de retribuir é fazer com que as pessoas voltem para suas casas satisfeitas.

Essa turnê já é especial por estarmos comemorando 20 anos de carreira e, sem dúvida, o Sul tem sua parcela de contribuição nesse período.