Com a estréia de Negócio da China na última semana, Fábio Assunção retoma um papel bastante familiar a sua carreira: o de mocinho. Mas não deixa de ser curioso que o devotado Heitor não seja exatamente o tipo exemplar que o ator experimenta desde seus primeiros trabalhos na tevê que teve como exemplo mais bem-acabado o “paladino” Daniel, da recente Paraíso tropical. Mimado e acomodado, ele também é excessivamente apegado à mãe, Luli, de Eliana Rocha. “Heitor é um homem sem ambições.

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Ele tem muito amor pela mulher e pelo filho, mas não se “coçou” para ter um apartamento para a família, por exemplo”, explica o ator. É justamente esse comportamento “relaxado” que leva ao fim o casamento do personagem com Lívia, interpretada por Grazi Massafera. Apesar do amor que sente, a jovem não consegue suportar a falta de perspectiva ao lado do marido e pede a separação. A tarefa de transformar alguém com tantos defeitos em um protagonista por quem o público torça não é nada fácil, mas Fábio garante que sabe o que fazer. “O que o telespectador quer ver é conflito e verdade. Por isso, quero deixar o Heitor humano, respirando. Essa é minha busca”, filosofa.

A relação próxima com a família, aliás, é uma característica que o ator pai de João, um menino de 5 anos garante ter em comum com o personagem. “Sempre que não estou gravando, corro para ficar com meu filho em São Paulo. Fico indo e vindo o tempo todo”, garante.

Em relação ao seu par romântico, Grazi, o protagonista é só elogios para a colega de elenco. Entre palavras de aprovação como “positiva”, “estrela” e “verdadeira”, Fábio argumenta que um julgamento negativo da imprensa não pode ser o foco da vida de quem está na mídia. O ator lembra que não teve de enfrentar o olhar atravessado da imprensa só no início da carreira. Afinal, não foram poucos os comentários quando o ator dispensou um papel de destaque em A favorita: Dodi, vilão que acabou nas mãos de Murilo Benício.

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Minimizando a negativa, Fábio garante que não se sentia preparado para a responsabilidade na época do convite. Com quase 20 anos de carreira, o ator não ignora as dificuldades do horário, que vem patinando no Ibope há um bom tempo. “Moro em São Paulo e sei o quanto é complicado estar sentado em frente à tevê às seis da tarde.

A gente sabe que não vai ter o mesmo público de novela das oito”, reconhece.

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Louise Araujo – PopTevê

Estreante de luxo

Há 31 anos, mais exatamente no dia 22 de janeiro de 1977, morria a cantora capixaba Maysa Figueira Monjardim Matarazzo em um acidente de carro na ponte Rio-Niterói, no Rio. Um ano depois, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nascia a atriz Larissa Maciel. Os dois destinos, que aparentemente não deveriam ter qualquer ligação, hoje se cruzam na produção da minissérie Maysa, que estréia em 5 de janeiro na Globo. Tudo porque Larissa foi escolhida entre mais de 200 atrizes para viver a cantora na tevê. “Antes da minissérie só sabia que a Maysa era cantora de Meu mundo caiu e Ouça”, confessa Larissa.

Mas a falta de conhecimento sobre a carreira da cantora, que poderia ser um obstáculo, serviu de aliada para a atriz. Afinal, desde o dia que soube que tinha desbancado outras 200 atrizes e conseguido o papel-título da minissérie, Larissa mergulhou na biografia de Maysa.

Larissa vai viver Maysa em quatro etapas de vida diferentes, dos 15 aos 40 anos. Para isso, ela se esforçou para interpretar a cantora da forma mais perfeita possível. Teve uma sofisticada preparação corporal e vocal. Além, é claro, das constantes aulas de canto e das minuciosas sessões de fonoaudiologia que continua tendo.
Nascida em Porto Alegre, Larissa faz teatro amador desde pequena. Na adolescência, resolveu estudar Interpretação Teatral na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde se formou há oito anos. F,ez diversas peças profissionais no sul e participou de curtas e projetos de dramaturgia na RBS, emissora afiliada da Globo.
Mesmo estando ciente da responsabilidade que é estrear como o papel-título de uma minissérie da Globo, e com o agravante de estar sendo dirigida pelo filho da homenageada na produção, Larissa não tem medo das críticas. “Nesse momento, não estou pensando nisso. Por enquanto, toda a minha energia e a minha atenção estão voltadas para dar o melhor de mim, para fazer jus ao papel para o qual fui escolhida”, assegura ela.

Carla Neves – PopTevê

Mudança de palco

No ar como a Lorena de A favorita, Gisele Fróes confessa que ainda está se adaptando aos “mecanismos” da tevê. Dá para entender. Afinal, apesar dos 23 anos de carreira grande parte deles no teatro, a simpática atriz de 44 anos ainda está em sua terceira novela. A primeira foi Mania de querer, da extinta Manchete, em 1996. Dez anos depois, ela atuou em Sinhá moça. Desde então, Gisele confessa que tomou gosto pelo veículo, que antes praticamente “ignorava”. “Não parava para ver novela. Desconsiderava os folhetins. Não era preconceito, era ignorância. Hoje vejo o valor e o quanto é difícil fazer tevê”, pondera.

Até porque o que não falta à sua personagem são elementos para uma rica composição. Além de manter sua família unida com pulso firme, vira e mexe a filha do meio de Coppola, vivido por Tarcísio Meira, leva uns “sustos”. Primeiro teve de segurar as pontas e as contas com uma van de cachorro-quente quando o marido, Átila, de Chico Diaz, perdeu o emprego. Agora, acabou de ter uma “velha”, porém, inesperada notícia: soube que o marido manteve, no passado, um caso com Cida, sua irmã mais nova interpretada por Cláudia Ohana. “Acho legal falar das crises de um casal que supera tudo com amor. E mostrar que um problema desses não é fatal para um casamento”, avalia.

Filha do ator Rogério Fróes, Gisele começou sua carreira, por acaso, no teatro. Jurando que não foi influenciada pela rotina paterna, ela fez Escola Normal pensando em ser professora e trabalhar com crianças excepcionais. “Mas saí aos prantos no primeiro dia de estágio, não consegui”, recorda. Na eterna dúvida adolescente de “o que fazer da vida”, ela acompanhou uma amiga em uma aula do Tablado. Ali descobriu seu caminho. “Fiquei apaixonada e decidi na mesma hora que queria fazer aquilo para o resto da vida”, afirma ela, que trabalhou com renomado diretores como Aderbal Freire Filho, Moacyr Góes, Domingos de Oliveira e Jefferson Miranda. “Trabalhei com pessoas brilhantes, que me ensinaram tudo”, reconhece. Gisele conquistou o Prêmio Shell de Melhor Atriz em 2004, por sua atuação na peça Deve haver algum sentido em mim que basta, da Companhia de Teatro Autônomo.

Apesar das poucas novelas, Gisele já participou de várias produções televisivas, como Mandrake, da HBO, A diarista, Carga pesada e A grande família, todas da Globo. Contratada por obra, Gisele tomou tanto gosto pela tevê que afirma não ter o menor problema em emendar um trabalho no outro. “A gente é biscateiro e vai aceitando as propostas que surgem”, diverte-se.

Fabíola Tavernard – PopTevê