Dois meses após a estréia de Ciranda de pedra, Lucy Ramos ainda tem uma série de dúvidas a respeito do caráter de sua personagem, Luciana. Dá para entender. Afinal, a empregada da casa de Daniel, vivido por Marcello Antony, é capaz de tudo para conquistar o amor do patrão. Embora tenha um jeito singelo e pareça pacífica à primeira vista, não é raro ela palpitar indevidamente no relacionamento do médico com Laura, de Ana Paula Arósio. Diante disso, tudo indica que, aos poucos, ela colocará as ?manguinhas de fora? para conseguir o que quer. ?É ótimo fazer uma personagem misteriosa, sem saber se ela é boa ou má. Tudo pode acontecer. Estou rindo até dizer chega?, comemora.
De qualquer forma, a atriz de 25 anos não nega a torcida para que Luciana se revele uma megera. ?Dizem que fazer a malvada é melhor?, diverte-se. Esta, aliás, é a primeira personagem de índole duvidosa da carreira da atriz, que estreou na tevê fazendo uma participação em Começar de novo. Depois, Lucy ganhou destaque como a dama de companhia Adelaide de Sinhá Moça e, mais recentemente, deu vida à Guguta de Pé na jaca. Em sua segunda trama de época, ela diz não perceber tantas disparidades entre o final dos anos 50s em que se passa Ciranda de pedra e os dias de hoje. ?Quando vivi uma escrava em Sinhá Moça, era muito diferente. Ela mal sabia falar, era bem reprimida e nem podia beijar. Já a realidade de 1958 é bem próxima à nossa?, compara.
Com pouca experiência no teatro, Lucy se diz apaixonada pela televisão. A atriz reforça que, ao contrário do que possa parecer, trata-se de um veículo difícil, que exige dedicação, concentração e disciplina, já que o ritmo de gravações é bem acelerado. ?Na hora de gravar, tem de prestar atenção em muita coisa ao mesmo tempo: câmaras, posição, estar com o texto entendido além de decorado… Não é fácil?, comenta.
Depois de duas breves participações no cinema ela atuou em Um dia de ontem, de Thiago Luciano, e em Turistas, de John Stockwell , Lucy diz que, além de interpretar os mais diferentes tipos, pretende fazer muitos filmes ao longo da carreira. Tanto que ela está idealizando, ao lado de Chico Abreu, um longa sobre a vida de sua mãe, Lúcia Maria, que, segundo ela, tem vivências tão interessantes que merecem ser transformadas em história. No filme, será narrada sua trajetória desde a infância até os dias de hoje, e caberá a Lucy vivê-la na juventude. ?É uma história linda, diferente e que merece ser contada?, avisa.
Senhor do destino
Nino Sato – PopTevê
Dado Dolabella acredita ter uma nova chance em Chamas da vida, trama da Record, em que interpreta o rebelde Antônio. Com uma carreira pontuada por altos e baixos, o ator diz viver seu melhor momento profissional e aponta o destino como o grande responsável pela conquista. ?Acho que o destino me trouxe até aqui. Não encaro como uma segunda chance, mas como uma nova chance, talvez?, pondera.
Dado ainda terá uma música de sua autoria na trilha da novela. O nome da música é homônimo à filosofia do rapaz: Destino. ?Será tema do meu personagem. Na letra, coloco uma pergunta no ar: o destino é traçado no berço ou somos nós que o fazemos??, indaga, defendendo seu ?jeito de ser?. ?A imagem que fizeram de mim não condiz com o que sou. Se o que falam de mim fosse verdade provavelmente não estaria trabalhando até hoje. É tudo intriga da oposição. Já houve um tempo em que eu ficava transtornado, que dava cabeçada na parede e pensava: cara, esse não sou eu.
O que é isso? Hoje não ligo mais para o que sai na imprensa a meu respeito. Agora estou em um momento mais tranqüilo?, explica.
O ator de 28 anos teve de aprender a manobrar uma empilhadeira para gravar uma cena que vai ao ar nos primeiros capítulos. Além disso, precisou ter dicas sobre como dirigir um carro ?tunado?.
O veículo, decorado com desenhos de chamas na parte da frente e uma caveira no pára-choque, exige certos cuidados. ?O carro faz aqueles barulhos tipo ?owah? e ?vush?.
E não pode acelerar muito. É cheio de frescuras?, explica.
Na trama de Cristianne Fridman, que estréia no dia 8 de julho, o ator interpreta Antônio, irmão de Pedro, vivido por Leonardo Brício. Antônio é um jovem que perdeu os pais muito cedo. Revoltado com a vida, será um dos vilões do folhetim. ?Meu personagem é inconseqüente, quase irracional. É um daqueles típicos casos que só a vida ensina?, define.
Quase sem querer
Nino Sato – PopTevê
Clarice Falcão está no pequeno grupo de artistas que foi convidado para ingressar no elenco de uma novela sem esperar muito por isso. A estudante de Cinema conta que, quando recebeu a proposta para fazer um teste para viver a Mariana, de A favorita, não pensava em conseguir um papel em um folhetim. ?Produzir os meus curtas-metragens era o que eu gostava naquele momento. Não estava buscando por isso. Mas já que aconteceu, aceitei e estou adorando fazer a novela?, conta a recifense de 18 anos.
A jovem ganhou visibilidade na mídia após protagonizar o curta Laços, de Flávia Lacerda, que venceu o concurso internacional Project direct, do site YouTube, em 2007. ?Por causa do curta apareci nos jornais e, assim, me chamaram para o teste?, conta. A atriz se diz indecisa sobre qual profissão escolher. Além de estudar e atuar, Clarice faz aula de música e se interessa por roteiros. ?Estou enlouquecida. Gosto de tudo?, admite.
Na trama, a atriz vive Mariana, a filha rebelde de Catarina, interpretada por Lília Cabral. A revolta da personagem acontece por causa da passividade da mãe, que é submissa e maltratada pelo marido, Leonardo, de Jackson Antunes. Clarice teve de mudar os cabelos, que agora possuem madeixas quase brancas na parte de trás. ?Depois de três sessões de descoloração, meu cabelo não está muito bom. Mas gostei. Seria chato fazer algo muito próximo do que sou?, pondera, quase tímida, bem diferente de sua personagem na tevê.
Panos e personalidade
Fabíola Tavernard – PopTevê
Quando questionada sobre quem considera um exemplo de elegância, Raquel Galvão não hesita: Agostinho Carrara, o taxista suburbano vivido por Pedro Cardoso em A grande família. Por aí, dá para perceber que a intérprete da Melissa uma das ?meninas? do bordel de Cilene, vivida por Elizângela em A favorita não é lá muito adepta de padrões estéticos tradicionais. Ao contrário. Nascida em Afogados da Ingazeira, sertão de Pernambuco, ela conta que, antes de sair de lá para seguir carreira de modelo em São Paulo, já gostava de chocar. ?Eu ia para o forró de meia-calça e blusa preta, saia lilás, maquiagem carregada e com uns dreads no cabelo. Sentia-me confortável na minha estranheza?, diverte-se, durante sessão de fotos realizada no Clube Marapendi, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Mas o estilo ?único? não impede que Raquel siga determinados padrões. A linha ?básica?, por exemplo, ela adora. Tanto que a atriz, que nunca dispensou xadrez e estampas variadas, está numa fase em que prefere cores mais sóbrias, como o preto e o branco. ?Também estou aprendendo a gostar de dourado, que até pouco tempo considerava cafona?, acrescenta. Peças que explorem a feminilidade também estão em alta em seu guarda-roupa. Antes adepta de bonés e calça comprida, ela vem aderindo às saias e decotes, além dos inseparáveis saltos, que ela jura se equilibrar tranqüilamente pelo tempo que for preciso. ?Tinha um estilo meio menino. Vergonha de usar decote, saia… Agora estou mais mulher, menos menininha?, avalia.
Nada fiel a grandes marcas, a atriz de 21 anos também adora garimpar peças em brechós e supermercados. Ela conta que há tempos procurava um blazer preto de determinado modelo e nunca encontrava. Até que, enquanto fazia compras em um hipermercado, deparou-se com o ?perfeito?. Na época em que trabalhou como modelo na África do Sul, por exemplo, ela jura ter encontrado peças ?incríveis? em brechós. ?Até uso roupas de marca, mas não ligo para isso. Dá para encontrar coisas lindas em lugares alternativos?, ensina ela, que tira qualquer maquiagem ou penteado de letra. ?Também sei fazer as unhas, me depilar… Me viro numa boa, e é bom porque fica do meu jeito?, garante.