Sete jornalistas e uma profissional de estética com mais de 30 anos participaram desta reportagem sobre o uso de lentes de contato coloridas. Apenas duas pessoas não se sentiram lindas nem receberam elogios. Três se adaptaram à mudança, mas só uma consegue ver a vida com outros olhos o dia todo.

continua após a publicidade

As que não se sentiram lindas acharam que os novos olhos as deixaram com a aparência artificial. Ainda assim, uma dessas pessoas ficou com as lentes, que poderia ceder à colega que gostou de sua imagem com os tais olhos azuis.

A proposta do trabalho era unicamente colher relatos sobre como é a vida com outros olhos. A conclusão, no entanto, se tornou um alerta: evitem usar lentes de origem duvidosa e não entrem nessa sem orientação médica.

Incapacidade de colocar as lentes sem ajuda, irritação, desconforto e visão embaçada frustraram as animadas expectativas de quatro dos sete participantes que se mantiveram na experiência.

continua após a publicidade

Com os olhos sensíveis a lentes de contato, eles não toleraram ver a vida com outros olhos por mais de duas horas, mesmo depois de dias de insistência e com o apoio de colírio especial. Ficaram literalmente chorosos.

Todos partiram entusiasmados para a experiência, com kits fornecidos por uma empresa líder, a Baush & Lomb, contendo lentes coloridas sem grau ou curvatura específica, líquido especial para a limpeza e estojo.

continua após a publicidade

O mesmo par de olhos de cor cinza (foto) que foi rejeitado pela pessoa que desistiu das lentes na primeira piscada ficou maravilhoso para o único jornalista homem que se dispôs a participar.

O rapaz do grupo esperou semanas, ansioso, para se ver com olhos claros. Ele só conseguiu colocá-la depois de receber a aula prática da jornalista que já usava lentes de grau e que realizou a experiência plena, comentada no texto A vida com outros olhos.

A felizarda gostou tanto do resultado obtido com o kit, que resolveu comprar olhos verdes com grau no consultório médico. À exceção dela, que incorporou as lentes ao dia-a-dia, apenas o rapaz e a jornalista que não gostou do resultado, mas se apegou ao mimo, conseguem ficar mais de duas horas com esses outros olhos. Os dois pretendem usá-los para incrementar o visual nas saídas noturnas.

Kit pra profissional

As infecções causadas por falhas na limpeza, que deve ser rigorosa, são os problemas mais comuns entre usuários de todos os tipos de lentes, inclusive coloridas. Causam coceiras, vermelhidão, lacrimação e ardência. ?A adaptação de lentes de contato é um ato médico, pois a córnea do paciente deve ser medida e a lente testada?, afirma o oftalmologista Miguel Grespan, de Curitiba.

Ele acompanha o mercado desde os anos 80s. Na época, custava uma fortuna um par de olhos azuis ou verdes, que hoje tem preço mais do que popular. O par para uso estético custa cerca de R$85,00, mais ou menos a metade do valor das lentes que oferecem cor e também grau para correção de miopia.

Algumas pessoas, explica o médico, podem colocar qualquer tipo de lente como se nada tivesse acontecido, outras podem ter sensibilidade extrema, com intolerância imediata e permanente, e há ainda quem possa resolver o desconforto inicial com o uso de colírios que auxiliam no processo de adaptação.

?Lentes de marca ou procedência duvidosas, adaptadas em salões de beleza, centros de estética ou estabelecimentos de venda de óculos sem acompanhamento médico põem em risco a saúde dos olhos das pessoas?, destaca o médico Miguel Grespan.

Do ponto de vista estético, o risco de comprar um pacote fechado também existe. Afinal, não há como prever qual será o resultado que as lentes coloridas darão aos olhos de verdade.

No consultório, primeiramente você descobre se pode usá-las, para então aprender a colocar e a limpar. Sem contar que há os testes para conferir qual das diversas tonalidades de cor fica realmente bonita para você. Quem sabe um tom castanho não fica bem…

A vida com outros olhos

Depoimento de participante da experiência Ter olhos claros é fantástico. Gostei tanto da experiência que comprei um par de lentes de cor verde com grau adequado para mim. Ao me olhar no espelho com as lentes azuis cedidas para a reportagem, me senti Frankenstein, com órgãos que não me pertenciam.

Não vou conseguir usar isso, pensei. Saí para a rua, no entanto, para cumprir a pauta, de ver a vida com outros olhos. O atendente da farmácia não tirou os olhos dos meus olhos, quase hipnotizado. Achei engraçado. Depois fui ao shopping, e o mesmo aconteceu com quem cruzou o meu caminho.

Será que fiquei mais bonita ou as lentes chamam a atenção, me perguntei. Acho que é a soma das duas coisas, mas um fato marcou mais a vivência de estar com olhos claros: as pessoas olham nos olhos de quem tem olhos claros. Por prazer de apreciar o belo e nada mais profundo.

Ainda com as lentes cedidas pela reportagem estive numa praia, em Santa Catarina. Como elas não tinham grau e sou míope, para enxergar melhor acabei usando os óculos modelo punk que normalmente só uso em casa.

Estranhei um dia, que meus lindos olhos azuis não pareciam chamar a atenção. Pus a culpa nos óculos que me deixam com o ar esquisito. E depois saquei tudo: putz, aqui todo mundo é meio alemão, e ter olhos claros é uma coisa comum. Minutos depois, na fila da confeitaria, uma mulher de meia-idade, sentindo-se culpada pelas calorias que consumiu, desabafou. Depois dos quarenta o corpo não reage mais à ginástica e mesmo assim é preciso malhar para não engordar.

Concordei, olhando animada para o bolo de chocolate do pacote a ser pago. Mas tu, com esses olhos lindos, não tens com o que te preocupar, me disse a mulher que, até agora, me rendeu o melhor causo dessa vida com outros olhos.

Corpo e Alma

Para o ator, o corpo funciona como uma ferramenta de trabalho. Por isso, a cada novela que faz ele adota dietas diferentes para moldá-lo conforme o personagem. Na primeira fase do empresário Glauco, de América, por exemplo, ele caprichou na alimentação, largou a malhação e engordou uns quilinhos – que logo perdeu quando o personagem se interessou por uma ninfeta. Agora, para interpretar o militar Sílvio, em Páginas da vida, Edson novamente mudou seus hábitos. Trocou os aparelhos de ginástica por corridas na esteira, além de reduzir a quantidade de carboidratos e aumentar a absorção de proteínas. Resultado: perdeu quatro quilos e ganhou massa muscular. ?Acho esta dinâmica muito saudável. No caso do Sílvio, quis dar a ele mais leveza e rigidez muscular. Não quis fazê-lo grandalhão, acima do peso. Ele é militar, tem disciplina?, explica.

Esse comportamento ?certinho? de Sílvio tem sido a razão de conflitos entre ele e a liberal Olívia, sua mulher interpretada por Ana Paula Arósio. Protagonistas de seqüências apimentadas no início da trama – como a comentada cena do strip tease de Ana – os dois atravessam uma crise. Enquanto Olívia compromete seu tempo ajudando Léo, de Thiago Rodrigues, a se entender com o filho, Sílvio se esgueira para o lado da artista plástica Tônia, de Sônia Braga, uma mulher até mais moderna do que a própria Olívia. ?Se ele quisesse alguém diferente da Olívia, nunca procuraria a Tônia. No fundo, o que ele quer é uma mulher independente, dona de si, como as duas?, analisa.

Mas antes de Sílvio partir para esta relação extraconjugal, a sexualidade do personagem foi bastante comentada pelos telespectadores. Muita gente achava que Sílvio era bissexual. Não confirmado por Manuel Carlos, o autor, e nem pelo próprio ator, o boato se espalhou pela mídia. Embora Edson afirme nunca ter ficado ciente desta possibilidade, ele garante que faria cenas calientes com um homem. ?Tudo que serve para levantar questões é válido?, teoriza ele, que já viveu o imperador romano Calígula no teatro e um jogador homossexual no filme Asa Branca, de Djalma Limonge Batista. Celulari também relembra a polêmica causada pela série Decadência, de Dias Gomes, em que interpretou Mariel Batista, um líder espiritual mau-caráter. ?Foi numa época em que houve um crescimento de igrejas no país. Fiquei satisfeito com a polêmica da minissérie?, comemora.

Natalia Castro – PopTevê

Pés no futuro

Quando foi convidado para protagonizar O profeta, Thiago Fragoso disse sim sem titubear. Logo depois, procurou se cercar de informações que o ajudariam a compor um personagem tão complexo, repleto de conflitos por causa de um dom especial: a possibilidade de prever o futuro das pessoas e antever catástrofes. Marcos não é um mocinho habitual em folhetins clássicos. Ele é o fio condutor de uma história em que a paranormalidade é o tema central. ?Ele é um personagem muito angustiado, tem um dom diferente de todos os outros, não é típico. O Marcos lida com emoções que a maioria dos personagens não vai lidar?, explica.

Thiago logo procurou um místico indiano para conversar. Nas visitas que fez a Ananda – o tal guru indiano – aprendeu um pouco da filosofia budista e de hinduísmo. Fez um mix de terapias e até se arriscou a aprender a ler mãos. ?Sei o básico. Ver casamento, número de filhos?, brinca.

Seu último trabalho na tevê foi em Senhora do destino, mas o ator credita a boa safra ao momento de maturidade que vive. No último ano participou de quatro filmes, entre eles O mistério de Irma Vap, de Carla Camurati, e Caixa 2, de Bruno Barreto, com estréia prevista para o ano que vem. Thiago também subiu ao altar. Casou-se com a atriz Mariana Vaz, no elenco da novela como a professora Fátima, e demonstra muita serenidade para seus inquietos 25 anos. ?Sempre quis casar. Era uma meta desde garoto. A Mariana é a pessoa certa. Só de saber que tenho um porto seguro, me sinto muito tranqüilo?, derrama-se.

Carolina Marques – PopTevê