Jeito de boazinha

Kelly Valente – PopTevê

tribpop01141007.jpgGabriela Duarte já desistiu da maldade. A atriz atualmente vive Miriam, professora politicamente correta e defensora da boa educação em Sete pecados. Um papel bastante comum em sua carreira, cheia de personagens bonzinhos. ?Começo a achar que a Globo não vai me dar uma vilã. Uma empresa grande como essa sabe o que é legal ou não para determinados atores. E não sei até que ponto o público quer me ver fazendo maldades?, aceita.

Mas isso aparentemente não traz frustração alguma para Gabriela, que já realizou o desejo de interpretar malvadas no cinema e no teatro. Ao contrário, a possibilidade de não fazer uma vilã na tevê lhe traz até um certo alívio, já que teme a rotina de uma intérprete má. ?É óbvio que na minha profissão faço tudo que me derem.

Mas fico pensando se vale a pena carregar uma energia tão pesada por um ano?, questiona.

Enquanto o momento de optar por aceitar ou não este tipo de convite não vem, ela curte a positividade da atual personagem.

A atriz acredita que sua carreira caminha paralelamente à vida pessoal e o convite para fazer a diretora de um colégio público não fugiu a regra. Apenas oito meses depois de dar à luz sua primeira filha, Gabriela encurtou o período de um ano e meio que pretendia passar com a pequena Manuela para entrar em Sete pecados.

A preocupação social da personagem foi o maior atrativo para Gabriela voltar aos estúdios. Ela imagina a tevê como um instrumento que, além de entreter, serve para tratar assuntos importantes como a educação. ?Nunca esperei sair em capa da revista e o glamour da profissão, isso é conseqüência.

Sou uma atriz e já precisei me expor de determinadas maneiras que, hoje, não faria. Mas atualmente o que espero da minha profissão é contribuir para que o País melhore e cresça?, torce.

Infelizmente, nem só de papéis agradáveis é feita a carreira de Gabriela. A atriz tem no seu currículo uma personagem da qual não consegue se livrar, mesmo depois de dez anos: a mimada Maria Eduarda, de Por amor.

Para ela, não só a rejeição foi pioneira, como também a atuação marcou as ?chatinhas? que a seguiriam. Gabriela acredita que, depois da personagem, as atrizes passaram a tomar um cuidado maior para evitar o repúdio, tornando o papel mais atrativo para o público.

Outra coisa que a ronda é a comparação inevitável com a mãe, a também atriz Regina Duarte. Por incrível que pareça, hoje ela fica muito mais incomodada com isso do que quando começou a carreira. Mas a experiência também a fez relevar o incômodo e aceitar que o público torça para ver a semelhança entre pais e filhos.

?Fui percebendo o quanto é bacana ver, por exemplo, como a Maria Rita é parecida com a Elis, ou o Tarcisinho com o pai. Não adianta, é genética.

Então, relaxa que é legal?, ensina.

As duas faces do poder

Fabíola Tavernard – PopTevê

tribpop04141007.jpgBem no clima de Duas Caras, trama em que interpreta a requintada Branca, Susana Vieira está exercitando uma espécie de faceta bipolar de sua personalidade. A atriz, de 65 anos, alterna momentos de extrema simpatia e bom humor com outros de ?tolerância zero?, em que qualquer pergunta menos amistosa merece uma resposta ?torta?. Diante da avidez por demonstrar uma satisfação ímpar com seu atual papel, Susana, sempre alguns decibéis acima da média, revela suas fragilidades, apesar dos 44 anos de carreira. ?Sou tão frágil quanto qualquer iniciante. De nada adianta a experiência, pois sempre tenho medo de não acertar e de não fazer brilhantemente o meu trabalho?, confessa, apressando-se em revidar. ?Por enquanto, a Branca está me dominando.

Mas logo a situação se inverte?, garante.

Na trama de Aguinaldo Silva, Branca é uma mulher da alta sociedade que acredita viver uma rara, feliz e leal união de 20 anos com João Pedro, interpretado por Herson Capri. Sua vida desmorona quando ela descobre, pelos jornais, que é traída por ele desde a época de noivado com Célia Mara, personagem de Renata Sorrah.

Para dar vida à poderosa empresária, Susana pintou as madeixas num tom louro claríssimo. Vaidosa, ela diz ter adorado o visual, ainda mais por receber elogios de um público para lá de crítico: os gays. ?Eles estão me achando linda. Então, já tenho metade do Brasil ao meu lado?, contabiliza. Nada discreta, a atriz também teve de deixar no porta-jóias seus acessórios dourados. ?Sou uma mulher colorida. Mas a Branca só usa ouro branco. Então, deixei minhas cafonadas na caixinha?, diverte-se.

E parou por aí. Susana não é dada a maiores preparações para compor personagens. Ela acredita estar na disciplina e nos textos todos os elementos necessários para uma boa atuação. ?Não fiz mergulho nem no mundo intelectual nem no do ?chiqué?. Você não precisa ir à Vila Mimosa para saber como é uma prostituta, por exemplo?, dispara ela, que pela segunda vez interpreta uma personagem chamada Branca.

A primeira foi a vilã de Por amor, trama de Manoel Carlos exibida na Globo há dez anos.

Parceira de longa data de Aguinaldo Silva, Susana não se sente pressionada em repetir o mesmo sucesso de Senhora do destino, trama de 2004 do mesmo autor, eE que ela deu vida à batalhadora Maria do Carmo – que aponta como o melhor papel de sua carreira. A trama bateu recordes de audiência na época. ?É a personagem mais completa que já fiz. Portanto, se Duas caras não for campeã de audiência, já fiz a minha parte?, esnoba.

Histórias secretas

Carla Neves – PopTevê

tribpop03141007.jpgQuando foi escalado para viver o enigmático Flávio Falcão na segunda fase de Eterna Magia, novela das seis da Globo, Thiago Rodrigues pouco foi informado sobre o perfil do personagem. O ator conta que, na ocasião, Elizabeth Jhin, autora da trama, só pediu a ele que fizesse algumas leituras sobre mitologia celta. ?O resto encontrei na brincadeira, como o tom de voz, o jeito de andar. É complicado fazer um deus, mas está sendo divertido?, acrescenta o carioca de 26 anos. Com a credencial de bacharel em História, Flávio Falcão chegou a Serranias sob o pretexto de fazer uma tese de doutorado sobre as lendas de bruxaria que envolvem a cidade e passou a ter grande importância nas viradas da história, demonstrando que é mais do que aparenta. ?O Flávio Falcão não existe. Ele não tem RG nem CPF. Nunca sentiu raiva, ciúme, saudade, essas coisas de gente como nós. Tudo é novidade para ele?, descreve, cujo último papel foi o conflituoso Léo, de Páginas da vida.

Apesar de ser descrito como um ?deus? por seu intérprete, ainda existe na novela um mistério por trás da verdadeira identidade de Flávio. Muitas vezes citado como um ?ser de luz? pelos outros personagens da trama, ninguém sabe direito quem é o pesquisador. Thiago, contudo, insiste em afirmar que seu personagem é um deus e torce para que ele abra mão de seus poderes divinos e se transforme em humano. ?Assim ele poderá se relacionar com a Elisa. O mais legal é ele estar se humanizando em função do sentimento que tem por ela?, opina o ator, referindo-se à personagem interpretada por Milena Toscano.

Na Globo desde 2004, quando fez uma pequena participação como Miguel Arcanjo na primeira fase de Começar de novo, Thiago começou a carreira aos 15 anos, quando decidiu estudar teatro em uma escola de Botafogo, Zona Sul do Rio. Depois, estudou na Casa das Artes de Laranjeiras e fez alguns cursos na Casa da Gávea, ambas também na Zona Sul. Sua carreira deu uma virada, quando ele entrou para a Oficina de Atores da Globo e, em apenas um ano, se tornou protagonista da temporada 2005 de Malhação. ?Adoro tevê, mas também gosto muito de teatro e cinema. Quero ser ator e me sair bem onde tiver oportunidade de trabalhar?, planeja.

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