A primeira cena que fez com Fernanda Vasconcellos em Páginas da vida deixou Marcos Caruso apreensivo. Alex reencontraria a filha Nanda, depois dela passar uma temporada fora do País. O ator tinha consciência da carga dramática daquele encontro, que se deu no aeroporto. Na hora em que Fernanda apareceu no saguão, os dois foram tomados pela comoção. ?Era realmente o pai e a filha. Tenho muito que agradecer a essa menina?, derrama-se.
Comoção, aliás, parece ser a palavra que resume toda a abordagem que Caruso tem recebido do público. Outro dia, um homem lhe deu os pêsames na praia. ?Acho que estou representando muitos homens e mulheres desse País?, valoriza. Para o ator, Alex está tão próximo do público por ser extremamente humano. ?Ele conjuga o verbo ser o tempo todo.
É um homem que passa por complicações, mas segue em frente sem remoê-las?, define.
Para Caruso, está justamente aí a dificuldade em fazer Alex. Com farta experiência em trabalhos cômicos fora da tevê, o ator procura seguir o texto de Maneco à risca. ?Obviamente tem meu filtro de ator, mas posso pesar. Ele é um homem comum e estou encontrando muitos Alex por aí?, justifica.
?O Alex precisa de alguém que mande nele?
O Alex é o contraponto de Marta o tempo inteiro. Não dá a impressão que esse homem vai explodir a qualquer momento?
Eu vejo que o Alex conjuga o verbo ser, enquanto ela conjuga o ter. Ele é subjetivo, emocional. Ela é pragmática e racional. São opostos que se complementam. Um precisa do outro para alimentar a própria vivência. Ela precisa de alguém que obedeça, e ele, de alguém que mande. E por mais que a gente olhe e diga, isso não dá certo, para eles, conforme decidiram, dá. E esse casal, logicamente guardadas as devidas proporções de um folhetim, é parecido com muitos outros casais que estão por aí.
A carga dramática desse personagem é muito grande. Tem sido extenuante de alguma forma?
Sim. Às vezes saio cansadíssimo de cena. É muita emoção, interpretação que vem do gestual, do olhar. Eu jamais poderia fazer o que a Lilia está fazendo, por exemplo. Tenho uma enorme dificuldade.
É incrível o trabalho dela. Mas eu, por outro lado, tenho muito de Alex. De alguma forma, também conjugo o verbo ser, nesse mundo doido. Procuro ajudar as pessoas, e isso não é querer dizer ?olha como sou bonzinho!?.
Você vê a Marta como uma vilã ou também acha que todos têm seu ?dia de Marta??
A Marta não é uma vilã clássica, que mata criancinhas para ganhar dinheiro. As pessoas não sentem ódio por ela, mas indignação. E acho que isso é muito mérito da Lilia, que conferiu à personagem um olhar desesperançoso, infeliz. E as pessoas mal amadas são capazes de fazer muito mal aos outros e a elas mesmas. São sempre muito endurecidas.
Você é escritor e diretor. Sua peça Trair e coçar, há 21 anos em cartaz, acaba de virar filme, com roteiro seu. Não tem vontade de escrever uma novela?
O Silvio de Abreu já me convidou três vezes. Disse que uma quarta não convida. Eu acho que minha profissão me dá um leque grande de opções. Se fosse apenas autor, e sei que escrevo bem e por isso faria um bom trabalho, acho que me acomodaria numa situação confortável. A necessidade é mãe da criatividade. Não aceitar um contrato desses é a minha maneira de buscar novidades.
Amor e ódio
Contrastes como céu e inferno ou alegria e decepção até servem para ilustrar. Só que amor e ódio definem melhor as diferenças nas reações das mulheres às chamadas lingeries funcionais. Algumas simplesmente a-do-ram. Outras, demonstram rejeição absoluta.
Com amostras de novidades da Dilady e da Demillus, a Tribuna Pop constatou esses sentimentos opostos na prática. Adolescentes, mulheres maduras e mais velhas provaram as peças com as funções de modelar barriga e culotes, reduzir, firmar ou turbinar seios e bumbum.
Na hora do vamos ver, fica clara a distância entre ouvir falar que um produto realiza esta ou aquela pequena maravilha, desejá-lo e verificar como se ele funciona para a realidade física de cada mulher. Começa aí o caminho que conduz à alegria ou à frustração com a experiência.
Além disso, o estilo de vida e a função dada à lingerie também fazem diferença nas reações a esse tipo de novidade. Uma dona de casa de seios grandes, com mais de 60 anos, por exemplo, ficou praticamente deslumbrada com a experiência com modelos da linha que a De Millus define como de sutiãs de sustentação com sensualidade.
Batizados de Negri, Luar, e Qatar, esses conjutos De Millus custam em torno de R$50,00, cerca de 30% mais que a média dos conjuntos simples das marcas de qualidade que disputam espaço nas araras nas lojas de departamentos.
Em tule elástico, esses sutiãs têm suporte, forros em parte ou no todo das taças, bordados e as calcinhas combinando, como os conjuntos das fotos de abertura da matéria.
?Nunca imaginei que os seios pudessem ficar menores e ainda levantar com todo esse conforto?, comentou a senhora. Para ela, a lingerie é praticamente uma obrigação social que gostaria de dispensar. Mas a experiência a fez prestar atenção e gostar, inclusive do aspecto sensual do sutiã.
Uma jornalista, vinte anos mais nova, também aprovou o produto. Além de bonito, o que nem sempre acontece com as lingeries funcionais, observou, o sutiã deu uma sensação de seios mais firmes e empinados. A calcinha ficou na altura certa e segurou a barriga, função importante para ela.
Já a empresária de mais de 40 anos achou lindas as peças e aprovou o resultado de redução dos seios. Só que usou a expressão ?jamais? para o conjunto, afirmando que calcinhas com tanto pano estão proibidas de entrar no guarda-roupa dela porque acabam com a sensualidade.
Forma corporal
Pioneira no mercado de lingeries funcionais, a Dilady lançou nova coleção no recém-realizado Salão Lingerie Brasil. É a chamada Corporal Shape que, na tradução, significa forma corporal.
As peças são de lycra de alta compressão, para proporcionar aparência leve e estrutura forte, sustentação e liberdade de movimentos. Vão do tamanho 44 ao 52, com exceção do bustiê, até 48. São modelos modernos e tamanhos grandes, se comparados aos que a maioria das marcas oferece.
Entre as novidades da coleção, o bustiê também conta com alças de elástico e de silicone transparente para se transformar em sutiã. Para mulheres com seios grandes, tem bojos sem costura e laterais reforçadas.
Profissional de marketing que provou a peça a pedido da Tribuna Pop sentiu que o bustiê espalha os seios, mas ainda assim, os deixa com formato bonito, porque a peça é estruturada. O preço sugerido às lojas é de R$43,00.
Segura e arrebita
O sucesso da calcinha com discreto bumbum extra feito de silicone, lançada ano, fez a indústria aperfeiçoar o produto e dar a ele uma função além de arrebitar o traseiro: segurar a barriga.
A cinta com enchimento Modele, de R$45,00, também divide opiniões. A jornalista que adorou a primeira versão também ficou empolgada com a proposta da segunda.
Outra colega, no entanto, provou, mas disse que não usaria o produto, pela sensação de ter um corpo estranho colado ao seu. ?Ela ficou bonita com a calça, mas com saia fiquei parecendo uma sambista bunduda?, acrescentou.
Aperto bom
A coleção Corporal Shape tem ainda de novidade dois modelos das chamadas camisetes, que não precisam ser completamente escondidas por baixo da roupa. A adolescente que experimentou, aprovou. Sentiu que as peças dão um aperto que segura a barriga e melhora a postura. Gostou da versão modeladora, que sustenta os seios mesmo sem ter costuras, e também curtiu a redutora, que diminui as medidas. Cada camisete custa em torno de R$50,00.
Bermuda redutora
É um jeito novo de chamar o que para as antigas eram modeladores. Eles dão aparência mais firme para as pernas e disfarçam as gorduras.
A peça da foto custa em torno de R$50,00 e faz conjunto com o sutiã moldado, de cerca de R$30,00. Este, aliás, é para quem gosta de sutiã sem aro. Sustenta os seios apenas com bojos moldados em tecido duplo e laterais mais largas.
A coleção inclui mais dois modelos de sutiãs, inclusive com aro, e três calcinhas, das quais uma do tipo cinta, que comprime a barriga, cada peça por valores na faixa de R$30,00.