Na tradução do inglês, a palavra hell significa inferno. Foi ela que o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro escolheu para definir as dificuldades para a retirada das quase 600 pessoas socorridas em coma alcoólico do show dos Rolling Stones na noite de sábado, em Copacabana, no Rio de Janeiro. O obstáculo era 1,3 milhão de fãs em quilômetros de praia, onde as piores ocorrências foram quatro esfaqueamentos.
Perfeccionistas também consideraram um inferno a falta de qualidade na transmissão da Globo, que começou com o show da banda inglesa já em andamento. Fãs ardorosos se sentiram no céu, com as lendas vivas do rock silenciando a multidão nos muitos minutos de intervalo para Sir Mick Jagger tomar água, trocar de roupa e respirar.
No retorno dos intervalos, o pai de Lucas, filho de Luciana Gimenez, disse frases simpáticas em português. Definiu os paulistas, cariocas e baianos presentes como fantásticos e afirmou: ?Copacabana, esta é a melhor festa do mundo?. Sessentões, Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood contaram com os agregados à banda para contornar as falhas derivadas da idade e do cansaço das duas horas de show com uma maioria de clássicos dos anos 60s e 70s.
Eles já estiveram no Brasil, em férias e para os shows de 95, em São Paulo, e de 98, no Rio. Famosos como Cristiane Torloni, Suzana Vieira e Vera Fischer assistiram em camarotes vips o que deve ter sido a última apresentação no País. O esquema do palco-móvel, que os colocou no meio da multidão, não funcionou muito bem na tevê, que os deixou espremidos e mostrou alguns mal-educados atirando copos de plástico nos dinossauros do rock. Deve ficar melhor no DVD, que será vendido em todo o mundo, e que não mostrará os Stones nos ensaios da Imperatriz Leopoldinense que Luciana Gimenez arranjou. Porque eles não foram.
Rock engajado
Outra banda que se coloca entre as maiores da atualidade e de toda a história do rock, o U2, faz shows hoje e amanhã no Morumbi, em São Paulo. O vocalista do grupo, Bono Vox, sempre envolvido com questões de ordem política internacional, almoçou ontem na residência oficial da Granja do Torto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Cultura, Gilberto Gil.
Depois do cardápio com peixe, carne assada, saladas, frutas tropicais e pudim de tapioca, Bono conheceu o programa brasileiro de biodiesel, um combustível não poluente, e também foi informado sobre a evolução do programa Fome Zero, sobre o qual já havia conversado com Lula em conferências internacionais. O show de hoje será transmitido ao vivo pela Globo, por volta das 22h30.
A banda irlandesa de Bono, Larry Mullen Jr, Adam Clayton e The Edge, traz na bagagem 30 anos de trabalho e os cinco troféus que arrebanhou no Grammy de 2006, no início de fevereiro: por melhor interpretação de rock para grupo, melhor canção de rock, álbum de rock, álbum do ano e canção do ano.
Opinião
Um jornal de São Paulo foi investigar na Globo por que os comentaristas Franklin Martins, Arnaldo Jabor e o chargista Chico Caruso não apareciam mais no Jornal Nacional. Descobriu que a emissora achou por bem eliminá-los do jornalístico para deixá-lo mais informativo. Franklin e Jabor devem continuar no Jornal da Globo e Chico, ganhar espaço no Fantástico.