O evento será transmitido ao vivo, amanhã, às 23 horas, pela Globo, e pela tevê paga TNT.
Destaques da página, os candidatos ao prêmio para coadjuvante enfrentarão ninguém menos que o homem da vez em Hollywood. O belo, culto, rico e político, George Clooney, que concorre por Syriana, foi tema da matéria de título The best, o melhor, antes do Carnaval. Com ele e o jovem Jake Gylenhaal, do cotadíssimo Brokeback Mountain, sobre cowboys gays, disputam outras três feras do cinema americano.
William Hurt, que foi parceiro de Clooney em Siryana, concorre por Marcas da violência. O ex-ídolo adolescente Matt Dillon está na briga por conta do papel em Crash – no limite, e o promissor Paul Giamatti pela atuação em A luta pela esperança.
Elogiadíssimo pela crítica, Giamatti já participou de três dezenas de filmes, entre os quais Cinderella Man e O show de Truman. Como o concorrente Matt Dillon, chega à faixa dos 40 anos como destaque de sua geração. Só que o outro é muito mais popular pelos papéis de garoto e homens maus que já viveu na telona.
Hard 2
William Hurt (foto acima), e Matt Dillon (foto redonda ao lado do título) são considerados atores versáteis. Só que Dillon ainda integra a lista dos astros mais muquiranas de Los Angeles, onde, conforme os garçons, não aceita ficar na fila e dá gorjetas ridículas. Namorou a loiríssima Cameron Diaz durante muitos anos, coleciona discos de vinil, é fã de música cubana e beisebol. Ano passado esteve no Brasil, se disse impressionado com as morenas e bebeu muitas caipirinhas.
Já o enteado de um dos herdeiros da poderosa revista Time-Life, William Hurt, combateu o gosto que tinha pelas bebidas. Com um acervo de 65 filmes, formado em teologia e teatro, nunca deixou de atuar nos palcos, mesmo depois de consagrado, nos anos 80, como um dos maiores atores do cinema mundial.
Às vésperas de completar 56 anos, viveu quatro casamentos, um deles informal, tem quatro filhos e mora com dois deles. Conhecido do grande público brasileiro por Turista acidental e Mistério no Parque Gorki, tem a trajetória marcada por personagens fortes. Foi sempre obsessivo, melancólico, complicado ou surpreendente, como o gay que lhe rendeu o Oscar pelo O beijo da mulher aranha, de 85, com a participação da brasileira Sônia Braga.
Feras
Duas feras e duas promessas de feras disputam o Oscar de melhor atriz coadjuvante de 2006 com a jovem Michelle Williams, badalada por conta de Brokeback Mountain. As duas feras são Francês Mac Dormand, de Terra fria, e Rachel Weisz, de O jardineiro fiel, filme do brasileiro Fernando Meirelles.
Casada com o respeitado Joel Coen desde 84, Fran já tem uma estatueta de atriz principal por Fargo, escrito e dirigido por ele em 96. Aos 48 anos e com 46 filmes, ela atuou para o marido também em O grande Lebowski e Barton Fink. Com um filho adotado no Paraguai, a atriz repete um pouco de sua história, pois é adotada.
Única inglesa na disputa da categoria, Rachel Weisz tem 35 anos e um estilo clássico. Dirige um Jaguar antigo, preto, gosta de Audrey Hepburn, Ava Gardner, Jimmy Hendrix, Janis Joplin e acha que o ambiente de Hollywood é tóxico. Grávida de sete meses e noiva do pai da criança, estudou na chiquérrima universidade de Cambridge e recebe elogios da crítica inglesa desde 94. Quem assistiu Constantine, com Keanu Reaves, ano passado, se lembra dela.
Com a carreira dividida entre o cinema e a tevê, Catherine Keener, de Capote, e Amy Adams, de Junebug, parecem em desvantagem, mas só estão na briga porque podem. A primeira, de 46 anos, foi premiada pelos críticos de Nova York e indicada ao Oscar pelo filme Quero ser John Malkovich, de 99.
Amy, de 31 anos, chega à disputa com a atuação que a indicou já premiada no festival de Sundance, aquele do eterno galã Robert Redford. Quem gosta de seriados conhece a moça de Smallville, Buffy, a caça-vampiros e The West wing, todos com os títulos mantidos em inglês pelas tevês pagas.
Histórias
Se a história profissional dos atores fosse tudo para definir o resultado de um Oscar, Terence Howard estaria em desvantagem. Aos 37 anos, ele concorre à estatueta de melhor ator principal por Hustle & Flow com uma bagagem de comédias e filmes b, exceto no caso do filme sobre a vida de Ray Charles, Ray, no qual mostrou outros dotes artísticos, tocando piano e guitarra.
Entre ele e outros quarentões queridinhos da crítica e já apresentados em outras edições do jornal, há também David Straithairn. Com 57 anos, indicado pela atuação em Boa noite e boa sorte, o veterano é um dos atores mais ativos no cinema americano e faz teatro desde criança.
Começou a carreira artística viajando com um circo-escola para palhaços e trabalhou nos bastidores de teatros durante anos, até que lhe surgiu a oportunidade de atuar em uma peça.
Realeza
Na disputa pelo Oscar de melhor atriz, como as outras indicadas para a categoria, que a Pop apresentou em outras edições, ela enfrenta a realeza da britânica Judi Dench. Com 72 anos, viúva de um casamento de três décadas, ela é chamada de dama Judi Dench, pois é oficial e dama do Império Britânico desde os anos 70, unicamente pela competência com que atuava apenas no teatro.
Judi se destaca em papéis de mulheres fortes, poderosas e criticadas, como as próprias rainhas britânicas que viveu nos filmes Mrs. Brown e Shakespeare apaixonado, que lhe rendeu o Oscar de coadjuvante em 99. Tem coleções de prêmios Bafta, o Oscar de sua terra, e de prêmios Laurence Olivier, seu equivalente no teatro.