Chris Beller

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Na Boa Forma Bruna Lombardi, 55 anos, conta que há 15 faz yoga: desde as posturas simples como a torção (acima) até as invertidas.

Houve um tempo que a moda para modelar o corpo era dançar balé, depois veio o jazz, o sapateado, aí veio a onda das academias de ginástica com as vigorosas aulas de aeróbica. Modernizadas e combinadas com musculação, as academias continuam fazendo sucesso, mas desde que as celebridades apareceram alardeando os benefícios do yoga os ambientes mudaram. As melhores já oferecem salas adaptadas para essas aulas de baixo impacto.

E graças aos adeptos famosos mundo afora as aulas de yoga estão bombando por aqui.

Madonna faz yoga. Mas ela não conta porque também faz pilates, dança e musculação. Já Snoop Dogg, famoso cantor de rap e encrenqueiro profissional dos Estados Unidos não gosta de exercícios, mas aderiu ao yoga para relaxar sem o uso da maconha.

A informação está no site da revista Rolling Stone. Outro astro americano, o ator Matthew MacConaughey – namorado da top brasileira Camila Alves – já foi visto praticando as posturas indianas. Rodrigo Santoro diz que faz bem pra alma. Ele e a namorada, a modelo Ellen Jabour, praticam há anos. As Fernandas – Lima e Torres – também são fãs e, mesmo agora grávidas não abandonaram a prática diária. A atriz Sheron Menezes faz yoga há dois anos e recomenda. ?Depois que comecei a fazer yoga, minha postura mudou e eu fiquei mais calma?, conta.


A atriz Sheron Menezes (acima à esquerda) garante que em dois anos de prática sua
postura mudou. Ela procurou o yoga para relaxar, incentivada pelos colegas na Globo.
Entre eles Fernanda Lima, que lançou até um DVD para praticar em casa. E nem
a chegada dos gêmeos a fez desanimar. Ela evita posturas invertidas, mas
continua se exercitando diariamente.

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A lista de famosos que acabaram fazendo a milenar filosofia indiana tão popular hoje no Ocidente, quanto na Índia onde é praticada há cinco mil anos é enorme. Há até um site mostrando os adpetos (www.eufacoyoga.com.br). A moda pegou, invadiu as academias e o interesse só aumenta. A modelo e apresentadora Fernanda Lima até lançou um DVD ensinando as posturas que pratica, mas o melhor mesmo é ter acompanhamento de um profissional. Em Curitiba há muitas opções. Vá até a academia mais próxima e experimente.

A primeira vez

Chris Beller

Foto: Anderson Tozato
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Crente que não descobriria grandes diferenças entre as práticas do yoga – apesar de ter pesquisado entre os adeptos as diferenças de estilos (veja box) – fui fazer aulas experimentais. E sim, há muita diferença. Na academia Hype, no Juvevê, segui as orientações de Roberta Sartor, instrutora de swásthya yôga. A coreografia de execícios vigorosos do ashtanga foca o equilíbrio e a concentração. ?No swásthya não tem repetição?, explica a instrutora, que incentiva todos a tentar novas posturas – até a invertida (de cabeça pra baixo) garantindo que com um pouco de prática os músculos estarão fortalecidos e prontos para ?mudar a sua visão do mundo?.

Não é assim fácil, mas ela faz parecer possível.

As aulas no ashram e na academia são diferentes, mas a procura é grande nos dois, e todos os praticantes concordam que o exercício dá mais fôlego, flexibilidade e força muscular. Os instrutores garantem que a concentração também melhora.

Na academia, a prática não tem música indiana, incenso e nem palavras em sânscrito (língua sagrada indiana que ainda hoje é usada para rezar os mantras). E a tranqüilidade da aula de 45 minutos, embalada por jazz ou pop rock, contrasta com as outras atividades aeróbicas, que abusam do som e das luzes coloridas. Mas no dia seguinte seus músculos doem tanto quanto depois de uma aula puxada de ginástica localizada.

No Ashram Pérola de Souza, no Centro Cívico, a hospitalidade impressiona. Chá, suco e boa conversa antecedem a prática que dura uma hora. Um som de metal que se propaga depois de uma leve batida é o sinal para o início da aula de hatha yoga. Palavras em sânscrito acompanham os exercícios, que vão exigindo cada vez mais força e respirações ora profundas, ora curtas. No final da prática você se descobre cansado, mas não suado. Relaxado, mas não apático. E quem diria, respirar dá barato e uma sensação de alegria que dura algumas horas.

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Hatha é o estilo mais popular. Foca a saúde do corpo, sem tanto aprofundamento filosófico. O objetivo é trabalhar mente e espírito por meio do corpo. Gerou dezenas de ramificações e estilos em todo o mundo.

A aula varia bastante de acordo com o professor, alguns deixam a prática mais leve, com movimentos mais lentos e suaves enquanto outros puxam mais pela força e alongamento, mas todas terminam com o relaxamento (yoganidra) no final.

Vantagens: melhora do condicionamento físico, força e flexibilidade.

Swásthya é uma prática que usa as posições do yoga antigo em coreografias. Não há repetição e as posturas se sucedem de forma que uma sempre termina dando início à próxima. É uma prática forte, que agrada aos jovens e é a que está na maioria das academias.

Vantagem: elasticidade, força e equilíbrio.

Ashtanga é das práticas mais vigorosas, trabalhando com seis séries fixas, que vão sendo aprendidas progressivamente, exigindo um grau cada vez maior de força, flexibilidade e consciência. Cada aluno faz sua série no seu próprio ritmo, com ajustes e correções feitos pelo professor. A prática evolui para seqüências em pé e no chão, todas seguindo o ritmo de um tipo de respiração forte (ujay), que produz um som característico das aulas de ashtanga. A aula é forte, para suar e assim, desintoxicar o organismo. Vantagens: define a musculatura, traz condicionamento físico e força.

Iyengar concentra-se mais na postura do que nas repetições. É uma prática intensa, detalhista. As aulas têm acessórios como cintos, almofadas e blocos e exigem bastante permanência em cada posição. Durante esse período, o professor alinha o corpo do aluno corretamente.

Vantagens: ótima para combater a má postura e até para quem possui problemas motores.

Power também é bem vigorosa, combina movimentos fortes com respiração dinâmica, aliando posturas do yoga com exercícios e movimentos extras. A aula faz transpirar bastante e exige bom condicionamento. Começa com uma série de aquecimentos, seguidos de posições básicas intercaladas pelas seqüências de manutenção do aquecimento. No final da prática, têm vez os exercícios que ajudam na assimilação dos efeitos e relaxam o corpo.

Vantagens: aumenta a força, resistência e flexibilidade.

Kundalini durante muitos anos foi considerada uma prática secreta. Tem por objetivo a subida da kundalini (energia que fica adormecida na base da coluna, no primeiro chakra, e que vai subindo junto com a expansão da consciência do indivíduo). Os professores muitas vezes usam branco e os movimentos fluem com suavidade, o que não quer dizer que não exijam força.

Vantagem: revigora o organismo, fortalecendo e alongando o corpo.

Raja meditação é a palavra-chave deste tipo de yoga, que significa real, da realeza. Seu objetivo é o desenvolvimento espiritual do indivíduo e não tem foco no esforço físico. É para quem quer aprender a meditar e não faz questão de muita atividade física.

Vantagens: combate a insônia e relaxa.