Eterna diva

Foto: DivulgaçãoOnde chega, Vera Fischer monopoliza os olhares. Seja qual platéia for. Mesmo entre os colegas de profissão, a atriz deixa um rastro de expressões, entre curiosas e embevecidas. Ao longo de 35 anos de carreira, Vera não faz mais nenhum personagem. Quando aparece, é a Vera Fischer fazendo uma cena de um jeito, ou vestida de outro. Ela transcendeu a profissão de atriz. É uma diva. As aparições na tevê, como a que faz como a cortesã Lola em Amazônia: De Galvez a Chico Mendes, devem ser cada vez mais raras daqui para a frente. A loura está interessada outras frentes de atuação. Além de estar escrevendo um livro de memórias, já em fase final, nos últimos tempos Vera tem se dedicado especialmente à pintura. ?Já tenho mais de cem quadros prontos. Sou capaz de passar uma noite inteira sem dormir, só pintando?, conta ela, já vislumbrando uma exposição.

A Vera de 55 anos ainda é capaz de espalhar sedução. Mas parece muito mais serena do que aquela que freqüentava manchete de jornais por causa de brigas, depressão ou problemas com drogas. Bem disposta, bem-humorada, ela discorre sobre o novo trabalho como se fosse o primeiro. Quando foi convidada para fazer a minissérie, nem se importou muito em saber o que faria. ?Confio na Glória?, derrama-se. Quando ?encontrou? Lola, apaixonou-se. Tudo porque a dona do cabaré mantém um olhar quase infantil sobre tudo. ?Ela é cheia de vida, tem muito amor. Acho que esse perfil dela me conquistou. Estou muito à vontade em fazê-la porque é leve e chegou num momento muito especial?, avalia.

Magérrima – do tipo que faz qualquer mortal pecar por inveja absoluta -, a atriz ainda se dá ao luxo de dizer que não faz grandes sacrifícios para manter a silhueta esguia. ?Não tenho essa neura com o corpo como todo mundo imagina. Como pouco. Não tenho necessidade de grandes quantidades. Eu como chocolate amargo e geléia de laranja todo os dias?, gaba-se.

Vera parece desafiar o tempo. E parte disso ela credita à infância de moleca que teve em Blumenau, Santa Catarina, onde nasceu. Até aparecer para o mundo como Miss Brasil, ela gostava de passar dias inteiros no meio do mato, brincando com a meninada na rua. O tempo feliz está registrado em um livro que espera lançar este ano. Ainda sem título e sem editora, a biografia aguarda o momento de chegar às prateleiras com histórias de uma Vera que nunca se viu em páginas de revista. ?Vou contar minhas peripécias?, ameaça.

Carolina Marques -PopTevê

Jardineiro fiel

Foto: Foto: Luiza Dantas/CZNPor muitos anos, Joelson Medeiros se manteve fiel ao teatro. O ator, que contabiliza 21 anos de palco e mais de 30 peças, diz que já teve enorme cautela quando o assunto era atuar em uma telenovela. Mas a insegurança passou e o ator, que vive o jardineiro Domingos em Páginas da vida, traiu o teatro pela tevê. ?Foi uma fase imatura. Mas percebi que a tevê tem outra forma de abordar a criação e que novela, por ser uma obra aberta, tem múltiplas possibilidades?, reconhece o ator de 40 anos.

Outro fator que o ajudou a compor – e a apreciar – seu primeiro papel na tevê foi a identificação imediata. Joelson sempre gostou de plantas. Entre flores, hortaliças e ervas aromáticas, o curitibano mantém a jardinagem como uma verdadeira terapia. Por isso mesmo, ao ler a sinopse, percebeu que teria a tranqüilidade de interpretar um homem não muito distante de sua realidade. Para completar, em breve, Domingos deve revelar seu lado galanteador e se envolver com uma das filhas de Tide, patrão de seu personagem, vivido por Tarcísio Meira. ?Ainda não sei com qual das filhas ele se envolve. Em novela tudo muda de uma hora para outra?, avalia.

Antes da novela, Joelson teve algumas experiências na tevê. Ele participou de vários comerciais e alguns humorísticos, como A diarista e Sob nova direção. Por causa desse know-how, o ator não teve dificuldades em relação ao posicionamento de câmera -coisa comum entre os novatos. O que ele teve de descobrir mesmo é como dar o tom certo a uma simples conversa, por exemplo. ?No teatro você verticaliza, se aprofunda no personagem. Na tevê, tem de ser o mais natural possível?, compara ele que, paralelamente à novela, está em cartaz no Rio de Janeiro com a peça Hedda Gabler, uma adaptação da obra de Henrik Ibsen dirigida por Walter Lima Junior.

Fabíola Tavernard – PopTevê

Raio-X

Nome: Joelson Medeiros Alves Pereira;

Nascimento: 22 de junho de 1966, em Curitiba, Paraná;

Nas horas livres: caminho na praia, curto a natureza;

No cinema: O inocente, de Luchino Visconti;

Música: sou eclético, mas gosto muito de MPB e black music;

Livro: O sofrimento do jovem Werther, do escritor alemão Goethe;

Homem bonito: Chico Buarque;

Mulher bonita: Patrícia Pillar;

Cantor: Tom Jobim;

Cantora: Maria Bethânia;

Ator: Marcos Caruso;

Atriz: Natália do Valle;

Escritor: Rubem Fonseca;

Animal de estimação: três cachorros e um gato;

Programa de índio: qualquer evento com multidão e fila;

Melhor viagem: pela Europa, há seis anos;

Cobiça: ter minha casa própria com espaço para as minhas plantas e cachorros;

Filosofia de vida: tentar crescer e levar as pessoas próximas comigo.

Jeitinho mau

Foto: DivulgaçãoFernanda de Freitas foi buscar no passado referências para Leila, de Pé na jaca. Assim como a personagem, uma menina do interior, a atriz de 26 anos nasceu na cidade paulista de São José do Rio Preto. E passou boa parte da adolescência em meio à natureza da fazenda dos avós, no interior do Mato Grosso do Sul. Fernanda, que diz ser meio ?moleque?, conta que até o sotaque carregado teve de perder quando decidiu seguir a carreira artística no Rio de Janeiro. E para compor Leila, aliou esta ?caipirice? a um olhar provocativo. ?Ela tem um ar ingênuo, mas não é nem um pouco boba. Tem jeito de boazinha, mas é bem maliciosa?, analisa ela, que se inspirou na personagem Lolita, de Vladimir Nabokov.

Malícia é mesmo o que não falta à Leila, uma legítima ?santinha do pau oco?. Noiva do padeiro Tadeu, de Rodrigo Lombardi, ela se mantém ?pura? para o rapaz. E somente para ele. Já que todos os outros rapazes de Deus Me Livre, fictícia cidade da trama, são alvo de suas inúmeras ?caras e bocas? para lá de sensuais. Principalmente o cunhado Lance, vivido por Marcos Pasquim. ?Acho que a Leila é apaixonada pelo Tadeu. Mas ela é igual à mãe. E quer ir testando um por um até encontrar um bom partido que a tire daquela cidade?, justifica a atriz, referindo-se à Laura, vivida por Betty Faria.

Na história, Leila vive às turras com a irmã, a noviça Elisabeth, papel de Deborah Secco. As diferenças entre as duas, porém, ficam só na ficção. Afinal, a semelhança física entre Fernanda e Deborah sempre impressionou. Tanto que a atriz já perdeu as contas de quantas vezes foi confundida com a colega de elenco na rua. O que já chegou a incomodá-la. Hoje, as duas fazem piada sobre o caso. ?No começo eu gostava porque ela é bonita e boa atriz. Mas fiquei incomodada quando a imprensa só falava disso. Agora que tenho o meu trabalho, acho uma delícia?, comemora.

Parece mesmo que Fernanda conseguiu se livrar do estigma. Depois de estrear na tevê como uma das Garotas do Zodíaco, do extinto Planeta Xuxa, a bela caiu nas graças do diretor Ricardo Waddington, com quem faz a quarta parceria – a primeira foi em Coração de estudante, de 2002, também sua primeira novela. E no breve currículo de cinco produções, apenas em Como uma onda ela não esteve sob a supervisão do diretor. ?Ele me dava muita bronca no início. Mas acho que melhoro a cada trabalho?, valoriza.

Natalia Castro – PopTevê

De cara com a fama

Foto: Jorge Rodrigues Jorge/CZN Dia desses, Thiago Luciano estava na academia quando um homem – que falava ao telefone – gritou: ?Filha, estou com um ator da Globo aqui do lado, fala com ele!?. Surpreso, o ator ficou sem reação. Sem graça, deu um ?olá? para a menina e logo esquivou-se para um canto. Pedidos de autógrafos e abordagens mais explícitas assustam o ator. Ainda porque o assédio começou de repente, depois que Paulito, de O profeta, passou a ir ao ar.

O personagem é o terceiro na carreira televisiva do ator – ele estreou numa ponta em Esmeralda, do SBT, e depois fez o Ivan de Alma gêmea. ?Às vezes esqueço que estou sendo observado o tempo inteiro. Gosto de fazer as minhas coisas e continuo levando minha vida normal. Mas tenho de aprender a lidar com a fama?, explica o ator, de 27 anos.

Pela segunda vez, Thiago vive um personagem de época numa novela das seis escrita por Walcyr Carrasco. Mas há diferenças entre Paulito e Ivan, o chofer de Cristina, a vilã interpretada por Flávia Alessandra em Alma gêmea. A mais visível é o bigode, incorporado ao personagem de O profeta. Outra, mais sutil, é o comportamento de cada época, que muda bastante apesar da distância de apenas uma década na ambientação das duas novelas. ?Em Alma gêmea era tudo mais formal. Agora é bem mais leve, o visual é mais moderno, temos mais liberdade para falar o texto?, compara. Outro detalhe que não mudou: Thiago ainda sente o mesmo formigamento a cada vez que se vê na televisão, embora garanta que sua autocrítica está menos implacável. ?Ainda sou crítico, mas acho que melhorei muito até aqui?, analisa.

Natalia Castro – PopTevê

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