André Bankoff ainda olha assustado o círculo de repórteres à sua volta. As perguntas vão desde a composição do personagem ao xampu que utiliza. Assim como Juba, o protagonista que vive em Bicho do mato – que sai da mata para encarar a selva de pedra na cidade grande -, o jovem ator também trava a sua própria ?batalha?. Vindo de papéis secundários em produções sem muita audiência na Globo, como Mad Maria e Bang Bang, André reconhece a responsabilidade que tem. ?Sei que existe um peso grande nas costas. Ainda mais que, na primeira versão, o papel foi feito pelo Osmar Prado, por quem tenho profundo respeito e admiração. Mas procuro me divertir com tudo isso. É uma escola diária?, analisa o ator.
Tímido até a última ponta dos cabelos dourados, André já teve sua prova de fogo em cena, quando gravou no Pantanal. Nadou pelado em águas tão azuis quanto os próprios olhos. ?Só ouvi quando disseram: ?Agora é a cena em que você nada nu.? Achei que fosse brincadeira, mas não. De qualquer forma, fiz a cena amarradão. Das nove da manhã às quatro da tarde?, conta ele, ainda surpreso. Além de se banhar desnudo nas belas paisagens pantaneiras, André pulou de penhascos, laçou bois, andou muito a cavalo e conheceu de perto alguns rituais indígenas. ?O Juba é contemplativo e, assim como ele, também sou muito chegado à natureza. Fui criado em fazenda?, compara.
Há nove anos, ele não sabia o que era passar tanto tempo dentro do mato. A experiência resultou num André ainda mais observador. Do garotão que chegou a jogar futebol e ser dono de bar em Americana, cidade onde nasceu no interior de São Paulo, sobrou um homem mais preocupado com o futuro. ?Acho que precisamos de mais gente como o Juba. Que ajuda as pessoas, está sempre pronto para fazer o bem sem esperar nada em troca. A gente vive numa sociedade transtornada demais?, pondera.
Carolina Marques – PopTevê
Você ainda é um ator relativamente inexperiente. Como acredita que ganhou o protagonista de Bicho do mato?
Eu fiz testes e concorri com vários atores, inclusive com muito mais experiência do que eu. Acredito que estava nos padrões que a direção queria e, pode ser lugar-comum, clichê, mas foi realmente um presente de Deus. Sei que ainda existe muito preconceito ao redor de quem foi modelo e de repente vira ator. Mas estudei, corri atrás do que queria para minha vida. Também estou sendo muito amparado pelos diretores. Pela primeira vez vejo a delicadeza com que se conduz as cenas, a gente conversa. Estou tentando fazer o melhor que eu posso para não decepcionar ninguém.
Que tipo de pesquisa você fez para viver esse papel?
Para fazer o Juba assisti muita coisa. Vi O último dos moicanos, a trilogia de Indiana Jones, Lendas da paixão, O último samurai. Todos protagonizados por homens muito ativos, fortes. O Juba, ao mesmo tempo em que é muito instrospectivo, também tem humor, tem força. É um herói que monta a cavalo, enfrenta animais selvagens. Tem muita virilidade.
Já que falou em virilidade, ele vai viver um triângulo com a índia Tiniá e a médica Cecília. Como será essa história?
Ele nutre pela Tiniá um amor muito puro, quase de irmão. Cresceram juntos, fazem parte do mesmo mundo, têm a mesma essência. Já com a Cecília, ele se surpreende, pois vê uma mulher ousada, que vai para a frente, destemida. Com Tiniá, ele sabe como proceder, mas não a ama. A Cecília representa toda a novidade na vida dele.
O Juba vai para a cidade grande para descobrir o assassino do pai. Mas os autores não querem tratar do assunto como vingança. Como espera conduzir isso?
O Juba quer justiça. Para ele, não adianta matar o homem que atirou no pai. Ele quer que o mandante do crime vá para a cadeia. E acho que isso está bem claro nos capítulos. Essa coisa de olho por olho, dente por dente não combina com a forma do personagem ver o mundo.
Face oculta
Quando entrou em Malhação, em janeiro do ano passado, Joana Balaguer recebeu a missão de fazer de Jaque uma vilãzinha cheia de conflitos. Apaixonada por Bernardo, de Thiago Rodrigues, a garota engravidou do namorado, sofreu um aborto espontâneo, presenciou a separação dos pais, teve síndrome do Pânico e brigou com a melhor amiga Betina, de Fernanda Vasconcellos. Mas, após tantas desgraças, Jaque se redimiu. Deixou para trás o mau-caratismo e passou a ser considerada a nova ?santinha? do Múltipla Escolha. Apesar da singular ?mutação?, Joana ainda convive com os resquícios deixados pelas malvadezas da personagem: ?As pessoas me vêem como uma destruidora de lares, acham que eu tenho o segredo para roubar namorado dos outros e mentir para os pais. Elas se identificam com a Jaque porque ela não era perfeita?, opina.
Com a chegada da nova temporada, e, conseqüentemente, de novos vilões, restou ao casal Jaque e Urubu, de Marco Antônio Gimenez, a redenção. ?Não faria sentido tanto vilão na história?, justifica Joana que, afinal, prefere o papel de má. ?Como sou muito comunicativa e falante, é muito fácil para mim rir o tempo todo e fazer caras e bocas. Como um vilão você pode criar mais?, arrisca ela, que, como muitas atrizes, sonha em um dia interpretar uma prostituta.
Adepta do ?que seja eterno enquanto dure?, a atriz diz não fazer planos de carreira. Ex-modelo e sem nenhuma experiência na televisão, ela caiu de pára-quedas em Malhação. Quando pisou pela primeira vez no estúdio, não conseguia decorar textos, e muito menos, atuar e olhar para as câmaras ao mesmo tempo. Ciente de sua beleza fora do normal, faz pouco caso diante de eventuais pressões da mídia para que prove seu talento. ?Se o Ricardo (Waddington) me colocou nisso, é porque vê algo em mim. Se eu tiver que fazer novela, vou com o que sei. Vivo o hoje, não sei se amanhã quero continuar na profissão?, minimiza.
Natália Castro – PopTevê
Tendências
Valéria Palombo
O evento de moda São Paulo Fashion Week -Verão 2007 só termina na terça, mas o contraste entre o que foi mostrado nos primeiros desfiles e as coleções apresentadas em junho no Fashion Rio já revelam algumas tendências para o calor que está chegando.
Com a África no centro da inspiração das coleções de vários estilistas, o evento paulistano também se baseou no continente negro ao escolher os elementos decorativos e musicais do show de moda que influencia as escolhas de lojistas e consumidores.
Na moda feminina, Alexandre Herchcovitch e a badalada Zoomp estão entre as marcas que abraçaram essa temática africana. Eles mantêm as cores vivas e os aspectos étnicos, típicos do continente, mas se esforçam para ir além com a mistura de estilos que produz um ar de modernidade.
Nessas fotos da coleção de Herchcovitch, por exemplo, esse esforço aparece nas botas de couro, que nos soam estranhas para o calor, e também nos óculos estilo aviador: são modelos da marca Ray-Ban que o estilista foi autorizado a renovar e nos quais aplicou miçangas nas hastes.
Nas estampas coloridas dos vestidos e bermudas com o estilo africano, ele também aplicou miçangas coloridas. Com o realce do bordado, um outro jeito de sofisticar o traje.
Tribal clean
Objetos de desejo entre os jovens magrinhos, os jeans de corte seco da Zoomp desfilaram nas passarelas paulistanas nas cores envelhecidas que a marca chama de azul-céu e cinza-esfumaçado.
Foi na inspiração africana, no entanto, que ganhou projeção de mídia. O estilo escolhido foi o dos trabalhadores das plantações de cana-de-açúcar, que dá à coleção um aspecto tribal com formas, cores, estampas e texturas sutis.
Destaque para as minis, para o tecido de gaze de seda com efeito craquelado, e para os fundos de flores, grafismos e filhotes de leopardo. Sobreposições e acessórios que imitam o marfim completam os looks clean, sem exageros, da coleção da marca.
Cores e volumes
Destaque dos desfiles no Fashion Rio, a marca Maria Bonita Extra aposta no verão de cores vivas e formas sedutoras. Curtos e decotados, com cintura marcada e laços românticos, os modelos da marca têm loja em Curitiba, no Park Shopping Barigüi.
À brasileira
Completando 60 anos, os biquínis – que foram inventados na França, mas promovem a moda brasileira no exterior – vem aí em versões bem menininhas, triquinis, e com as peças de baixo maiorzinhas.
Com inspiração no tropicalismo ou lisas, os maiôs também vêm com tudo. A Cia. Marítima desfilou todo tipo de aplique nos biquínis e maiôs que levou ao São Paulo Fashion Week: de búzios a correntes, a brilhos e alças de argolas.
Vem aí…
Comprimentos que sobem bastante e deixam as pernas de fora, com destaque para os shorts, e a volta ao auge das minissaias e minivestidos.
Reaparecem, de lá dos idos dos anos 80s, as peças únicas chamadas de macaquinhos quando curtas, e de macacões quando compridas.
Blusas ou vestidos e saias até o joelho ganham modelos mais soltos e até mesmo amplos, e as costuras em camadas e babados se mantêm em alta, como há alguns verões.
Bufantes aparecem nas mangas e nos balonês de saias, calças e shorts. Lacinhos e lações também voltam à cena dos detalhes.
As cores do verão, de forma geral, serão vibrantes: verdes, amarelos, vermelhos e rosas. O branco vem com tudo e para tudo, valendo os trajes tipo branco total.
O azul-marinho, discretíssimo, dá força às peças de trajes clássicos, como bermuda até o joelho e casaquinhos no máximo até a cintura.
Nos calçados, o domínio das sandálias amarradas nos tornozelos ou com salto anabela torcidão, como essas, do estilista Reinaldo Lourenço.