Na sinopse de Belíssima, Silvio de Abreu descreve a personagem Tosca Rodrigues, interpretada por Jussara Freire, da seguinte forma: ?mãe dedicada ao filho Fladson, de Marcelo Médici, melhor amiga de Katina, personagem de Irene Ravache, e dona do açougue da Vila Paulista, região fictícia da trama?. Ou seja, a açougueira parecia apenas ?mais uma? das peças do jogo cheio de artimanhas muitas vezes confusas e até surpreendentes proposto pelo autor. Mas uma característica que, em princípio, ninguém desconfiava, é cada vez mais reforçada nas últimas cenas. Na reta final da novela, a mãe zelosa de língua afiada se tornou uma das principais ?chaves? para desvendar os mistérios da trama. Com isso, a rotina de gravação de Jussara ficou bem mais puxada e nem a própria atriz que, pela segunda vez, atua em uma trama de Silvio – a primeira foi Éramos seis, da extinta TV Tupi, em 1977 -, sabe mais o que esperar dos próximos capítulos. ?Não sei mais se o que ela diz é verdade ou mentira. A gente fica em dúvida.
O Silvio é a Agatha Christie do Brasil?, exagera.
Mas nem só de decifrar e propor ?enigmas? através de austeros diálogos com Bia Falcão, de Fernanda Montenegro, vive a singular personagem. Só agora se sabe que foi a ela que a vilã entregou o filho – ou filha – recém-nascido. Mas, desde o início, o ponto forte de Tosca foi o tempero cômico, o que lhe rende boas cenas ao lado do filho Fladson. Ao intérprete do gago e desengonçado personagem, aliás, a atriz de 55 anos que parece não ter papas na língua, tece rasgados elogios. ?Ele é um prato cheio. E fazer comédia não é para qualquer um. É diferente de fazer humor, uma coisa mais escrachada. Quando você lida com personagens divertidos no dia-a-dia, tem de ter o tom certo?, ensina, já se preparando para viver uma personagem provavelmente bem mais dramática na minissérie Amazônia – de Galvez a Chico Mendes, de Glória Perez, com estréia prevista para janeiro de 2007.
?Se eu não quisesse ser reconhecida, trabalharia num banco?
A Tosca tem um perfil bastante popular. Como é a resposta do público?
Há uma diferença entre você ser vista como celebridade ou como atriz. Eu, graças a Deus, tenho uma ótima resposta do público, e adoro. Não entendo como existem atores que não gostam de serem reconhecidos. Lido muito bem com isso. Se eu não quisesse ser reconhecida, seria melhor trabalhar num banco.
Com 40 anos de profissão, qual sua opinião a respeito da volatilidade dos novos rostos que aparecem na tevê?
Acho que algumas coisas estão equivocadas. Existem muitos jovens atores sensacionais, citando os de Belíssima, como a Paola Oliveira e a Bianca Comparatto. Mas, às vezes, alguns caem de pára-quedas numa novela. E acho que cada um tem de desempenhar o seu ofício. Médico é médico, ator é ator, modelo é modelo… Não dá para confundir as coisas, ainda mais numa profissão como a nossa, porque somos formadores de opinião.
Você já trabalhou em quase todas as emissoras de tevê aberta do País. Como você diferencia o atual estágio de cada uma, em termos de dramaturgia?
É indiscutível a superioridade técnica da Globo, até porque ela já está estabelecida. Posso dizer isso porque já trabalhei na Record, que ainda está dando os primeiros passos; na Band, que está querendo engrenar com Floribella. E, no SBT, sinceramente, eu não acredito. Nunca me esqueço quando, em 1994, o Silvio lançou o projeto da tal ?fábrica de novelas?. Nós, do elenco, acreditamos demais, mas não deu certo. O Silvio Santos muda muito de opinião. Com isso, a emissora varia de acordo com o humor do dono.
Mau até o fim
Quando recebeu a sinopse de Gerião, seu personagem em Prova de amor, André Segatti percebeu que se tratava de um vilão incorrigível. Mesmo assim, acreditou que, ao longo trama, Tiago Santiago mudaria de idéia e, de alguma forma, mostraria que o bandido não era tão mau assim. Por isso, até baseou a construção do personagem como se este ainda guardasse algum escrúpulo. Doce ilusão. Na reta final da novela, Gerião só confirma seu caráter nada confiável, ao se envolver com Elza, de Vanessa Gebelli – a grande megera da história -, e com Lola, interpretada por Silvia Bandeira, só por interesse. Ou seja, nem após ?cortar laços? com Lopo, o bandidão da trama, Gerião deu sinais de ?recuperação?.
?Foi o que o Tiago disse. Ele nasceu bandido e vai morrer assim. O objetivo de vida dele é se dar bem?, explica.
Justamente por conta das armações de Gerião, André mostra um grande entusiasmo pelo trabalho. Comenta as nuances do personagem, diz que é um dos tipos mais difíceis que já fez e comemora as conseqüências do primeiro vilão da sua vida. ?Hoje sou muito mais respeitado na rua.
É impressionante?, afirma. De fato, em novelas, este foi o papel mais significativo de André. Seu currículo inclui apenas uma pequena participação em Torre de Babel. Fora isso, participou da série Mandrake, do canal a cabo HBO, da minissérie Chiquinha Gonzaga, e, durante cinco anos, do seriado infantil
A turma do Didi. Agora, se prepara para atuar em O senhor da guerra, trama de Marcílio Moraes que substitui Cidadão brasileiro, no horário das oito da Record. Segundo ele, tudo graças à credibilidade que transmitiu ao interpretar o mau caráter. ?Renovei contrato por três anos. Hoje estou mais maduro, consciente. Interpretar um vilão não é para qualquer um?, gaba-se.
Raio-X
Nome: André Luciano Segatti;
Nascimento: 15 de maio de 1972, em Ipiranga, São Paulo;
Na tevê: seriados, filmes, e, especialmente, a série Nip tuck;
Ao que não assiste na tevê: programas de fofoca;
Nas horas livres: ler, estudar, ir ao cinema e teatro;
No cinema: Menina de ouro, de Clint Eastwood;
Música: sou eclético. Gosto de hip hop, Ana Carolina, Jota Quest, Santana;
Livro: A arte sagrada de Shakespeare, de Martin Lings;
Mulher bonita: minha irmã, Andréa Segatti;
Homem bonito: prefiro não opinar;
Cantor: Marcelo D2;
Cantora: Ana Carolina;
Ator: Johnny Depp;
Atriz: Hilary Swank;
Escritor: Tiago Santiago;
Arma de sedução: a verdade;
Melhor viagem: para Paris, no ano passado;
Sinônimo de elegância: ter personalidade;
Inveja: sentimento dos fracassados;
Ira: da mentira;
Gula: sou comedido;
Cobiça: todo ser humano já sentiu um dia;
Preguiça: tem de ser exorcizada;
Vaidade: depende do personagem que faço no momento;
Mania: de limpeza e organização;
Filosofia de vida: fazer o bem sem olhar a quem.
Turismo
O Planeta turismo viaja para a Argentina, no estado de Corrientes, às margens do Rio Paraná. A equipe de reportagem visita as cidades de Itaibaté e Itati, fortes no turismo religioso, e depois faz um passeio pelas praias que se formam nas margens do rio, suas formações de pedras e areia, que se tornaram verdadeiras esculturas da natureza da região. Às 7h30, no SBT.
Aventura
Mar em fúria, de Wolfgang Petersen, com George Clooney, Mark Wahlberg e Mary Elizabeth Mastrantonio. O barco de pesca de Billy Tyne, avança para o cabo Flemish, um lugar remoto conhecido por sua abundância de pesca. Quando já está no mar, Tyne fica sabendo de uma tempestade que está se formando. Mas ele acha que pode enfrentar a tempestade, que tem proporções fora do normal. Às 21h, no SBT.
Babá
No último episódio da primeira temporada de SuperNanny, que vai ao ar hoje, Cris Poli visita a família de Adriane e Ricardo. O casal estava de cabelo em pé com as travessuras das filhas Rhanna, de 6 anos, e Nadjla, de 2. Às 15h50, no SBT.
Drama
Entre Amigas, de Lou Antonio, com Elizabeth Taylor, Carol Burnett e Henry Ramer. O destino une duas mulheres maduras: Liz e Debora. Liz, viúva, tem problemas financeiros e decide vender sua grande casa e por isso uma corretora, Debora, 48, vem avaliar o imóvel. E a amizade das duas se torna a única arma que elas têm para enfrentar os problemas da vida. Às 2h, no SBT.
Comédia
A incrível aventura de Bill & Ted, de Stephen Herek, com Keanu Reeves, Robert Barron e Clifford David. Dois adolescentes estão com problemas para passar de ano em História. Um viajante do tempo vem do futuro para ajudá-los, já que aparentemente o futuro da humanidade depende dos dois serem aprovados naquele ano. Com a máquina do tempo, o grupo viaja pela história criando várias confusões. Às 14h, na Band.
Diversão
No Tudo é possível, Eliana apresenta uma matéria especial gravada em Berlim, na Alemanha, na qual ela visita uma fábrica de salsichas e mostra o processo de fabricação da iguaria que é a marca registrada da culinária alemã. No estúdio, a apresentadora recebe a cantora Alcione, a dupla Hugo e Tiago e ainda Chitãozinho e Xororó. Às 13h30, na Record.
Jornalismo
O Domingo espetacular de hoje mostra o lado milionário e luxuoso de Miami, nos Estados Unidos. Na expedição Selvagem ao extremo, o repórter Richard Rasmussen se diverte com um leão-marinho no Rio Grande do Sul. Às 18h, na Record.
Humor
Em Sob nova direção, Rick faz uma grande comemoração na revista Chiquíssima para inaugurar a nova aquisição da empresa: uma copiadora superpotente, capaz de fazer cinco mil reproduções por minuto. Em busca de um emprego, Pit pede à Belinha, responsável pelo uso do equipamento, para fazer cópias de seu currículo. Só que elas estragam a copiadora e chamam Franco, Moreno e Horácio para socorrê-las, mas acabam piorando ainda mais a situação. Às 23h, na Globo.
Sapatinho, sapatão
Cláudia Raia, uma das estrelas de Belíssima, é colecionadora de sapatos e garota-propaganda da campanha de inverno da marca Arezzo, um dos destaques desta reportagem sobre as tendências da moda para os calçados femininos.
Cercada por sandálias e usando meias, dobradinha em alta na estação, a atriz nos faz lembrar que os primeiros calçados da história foram sandálias, luxo para poucos numa época em que os povos grego e romano andavam descalços.
Seguindo os rumos da indústria do vestuário, hoje felizmente o setor calçadista coloca nas vitrines uma variedade cada vez maior de modelos e materiais, na tentativa de oferecer opções de consumo para os mais diferentes estilos de vestir e de viver.
Acompanhando a moda para as roupas, com um pé na tecnologia e o outro no artesanato, o setor de calçados também valoriza o design – o desenho – das peças que, neste inverno, se apresentam em couro, plástico, e tecidos, especialmente veludos, além de peles exóticas, de cobra e croco.
Junto com os modelos lisos e aqueles que têm todo tipo de detalhe como aplique, ainda se destacam os bordados, com ou sem pedras e fios que imitam ouro. Entre as cores impera o preto, mas há espaço para tons de bege, marrom, verde-musgo, vermelho e vinho, além de metalizados, prata, bronze e dourado.
Aos bicos finos e alongados, que se mantêm em alta há várias estações, somam-se os resgates das sandálias peep-toes, que vêm dos anos 60 para deixar o dedão à mostra, e os clássicos scarpins, fechados, ou modelos Chanel, que liberam os tornozelos e as solas dos pés.
Concorrendo com os saltos finos e as plataformas, chegam os saltos mais grossos e os anabelas, altos, médios ou baixos, todos sob o comando absoluto das botas, que estão com tudo nesta estação. As botas se integraram à moda muito tempo depois de serem produtos exclusivos de uso militar, aliás, outra forte tendência inclusive no vestuário e nos acessórios.
Saltos firmes e delicados
Com nada menos que 300 modelos que se dividem em 50 linhas de calçados, a popular Dakota orienta a coleção de inverno em três temas afinados com a moda do vestuário. Os modelos das fotos estão nas lojas por cerca de R$80,00.
É o caso da linha Luxo, que coloca pérolas e cristais em calçados de uma cor só, como o marrom de salto nem fino, nem grosso, que aparece na foto, e remete ao estilo vitoriano dos babados e das rendas.
Outra linha foi chamada de Urbana, com a inspiração no estilo colegial americano que aparece nestes sapatos de salto anabela, tanto o fechado, vinho, como o modelo Chanel, rosa.
Tachas, estampas e símbolos militares enfeitam os calçados e botas que a Dakota colocou na chamada linha Neo folk, que buscou inspiração na moda também definida dessa forma, com saias largas, em gomos, coletes e tricôs.
Novo luxo
É com o termo novo luxo que a badalada Arezzo define sua coleção para o inverno 2006. A sofisticação da idéia se materializa nas peças sem excessos nos detalhes, que valorizam as propostas clássicas da moda em calçados. Os valores médios, em torno de R$200,00, também são clássicos para os padrões da marca.
Com modelos para combinar com a moda vitoriana, com os estilos folk, anos 60 ou 80, a Arezzo está arrasando com os scarpins e com as sandálias de saltos altos do tipo peep-toe, que deixa parte dos dedos à mostra.
Para se diferenciar com elas, que estão com tudo na estação, a marca deixa a discrição de lado, e adere ao verniz e ao vermelho, que conferem sensualidade extra aos modelos feitos para contar com o acompanhamento de meias e pernas bem torneadas.
Scarpins e clogs
A Tribuna Pop selecionou as peças de duas das principais linhas de modelagem da coleção de inverno da Ramarim. Querida por mulheres despojadas e de espírito jovem, a marca propõe bicos finos com saltos e detalhes diferenciados para reforçar o toque feminino e delicado das saias longas e calças compridas.
O scarpin de veludo preto bordado é simples e completamente chique. Em contrapartida, com os chamados clogs, a Ramarim atende a quem procura um visual irreverente e divertido, como o modelo em couro natural da foto. O valor sugerido para os calçados das fotos varia de R$ 75,00 a pouco mais de R$100,00.
Linha rock
Explorando parcerias com famosos do mundo fashion, a Melissa tem muita opção para quem provou e aprovou o uso do plástico nos calçados. Estão entre os lançamentos de inverno, por exemplo, o tênis polibolha, criado pelo brasileiro Alexandre Herchcovitch, e as sandálias assinadas pelo designer inglês Judy Blame.
Colocando botões no clássico modelo aranha da Melissa, o queridinho de gente do rock como Boy George e Björk quer justamente atrair quem sai para a balada. A versão sem salto sai por cerca de R$100,00, quase a metade do modelo Judy Blame com salto, e quase o mesmo preço do par de tênis com nome divertido.
A inspiração para o nome vem do plástico bolha, que protege eletroeletrônicos. O detalhe é que o do tênis tem um revestimento que se desbota, a exemplo do que acontece com o jeans, ganhando efeito estonado à medida que sofre atrito.
Botas: tudo!
Entre as diversas linhas da coleção de inverno da Azaléia, destaca-se a linha City, das botas que ocupam espaço privilegiado nos guarda-roupas deste inverno, por preços que variam de R$70,00 a R$150,00.
Predominam as opções com bico redondo e os saltos plataforma. As variações estão nos detalhes, como cadarços e fivelas, na altura dos canos e dos saltos de diferentes formatos, além do solado rasteiro, que também está valendo.
Entre os toques diferenciados nas versões de cano alto, a novidade mais chique do segmento botas nesta estação, destacam-se os ilhoses, de ar militarizado, e os bordados que acompanham o romantismo da moda folk.