Desafio político

Ao assistir pela primeira vez às cenas gravadas de JK, Wagner Moura deixa fluir a emoção. Sentado no amplo salão de conferências do Memorial JK, em Brasília, ele chora copiosamente ao ver os fragmentos da história de Juscelino Kubitschek retratados na tela, num estranho misto de euforia e nostalgia de uma época que não viveu. Com 29 anos, Wagner interpreta essa figura emblemática da história recente do país enquanto jovem. Depois passa a faixa para José Wilker, que viverá o Juscelino da última fase. "Acho que sou privilegiado em fazer este trabalho. Sinto prazer, é uma coisa diferente na minha vida", deslumbra-se.

Na verdade, Wagner vive uma série de experiências novas. Nunca fez um personagem de época, jamais interpretou alguém que já existiu e tampouco atuou em uma minissérie. A proposta chegou quando ele ainda estava gravando sua primeira novela, na pele de Gustavo de A lua me disse, via Denis Carvalho, diretor de núcleo de JK. Desde então, Wagner respira a história do mineiro de Diamantina. "Fiz um estudo da vida dele e depois, conseqüentemente, da época em que ele viveu. Quando a gente começou a gravar, eu já tinha uma bagagem", conta. Além da intensa pesquisa que fez, Wagner é acompanhado o tempo todo por uma fonoaudióloga, que orienta o moço na hora de falar. Baiano de "erres e esses" arrastados, Wagner está se policiando para falar como bom mineiro. "Soa estranho no começo, mas é necessário manter a coisa crível. É a eloqüência que a época pedia, mais formal", argumenta. Para ele, a maior dificuldade em interpretar Juscelino está justamente na personalidade pulsante do presidente. "Ele era muito vibrante, cheio de luz, cativava e seduzia as pessoas. Um magnetismo. E isso não se conquista. Ou você tem ou não. Essa tem sido minha briga constante", confessa.

"Minha geração está descrente"

De tudo o que você pesquisou, estudou, conheceu, o que mais chamou atenção em Juscelino? O que me chama a atenção é o idealismo. A gente está muito descrente. Nasci na época da ditadura, o povo não podia falar nada. Minha geração não acredita em muitas coisas. Vivemos o final das utopias, a queda do muro de Berlim. É uma geração descrente. E na época em que ele viveu, muito por conta da energia dele, as pessoas tinham fé, acreditavam mesmo que algo podia ser mudado. Um cara da minha idade acreditava que trabalhando tudo podia ser diferente. E, hoje em dia, o futuro é agora, o final é o caminho. A gente acha que se estiver bem no dia seguinte já é uma conquista.

Você acha que a minissérie pode influenciar positivamente os telespectadores que, como você, sentem essa desesperança? Acho que passamos por um momento difícil demais para botar mais lenha na fogueira. O bacana vai ser mostrar para as pessoas mais jovens que houve um período da nossa história em que havia crença, que a gente achava que as coisas dariam certo, as pessoas acreditavam no Brasil como país do futuro, independentemente do governo. É uma situação que tem a ver com a conjuntura internacional. O cara que manda no mundo é um careta, um reacionário. Eu vejo o mundo caminhando para direita, para o conservadorismo, para o retrocesso. E nem só político. É retrocesso humano. Acho bom mostrar que no passado, há 40 anos estávamos lutando contra isso. Acho que não vai mudar nada a minissérie estando no ar. Mas é importante saber que houve uma época de esperança.

 Você disse que o ritmo de gravações é intenso. Como se defende dessa carga extra de trabalho? Começou devagar, quase cinematográfico o ritmo. Agora está uma loucura. Imagina isso para um baiano… Estou tomando vitaminas, dormindo mais cedo. Guardando pique, energia, pois não posso fazer um Juscelino baixo astral. Não combinaria. Depois dessa maratona, quero férias. Pode aparecer a proposta que for (ri). Já não sou contratado da emissora para não ser obrigado a fazer nada do que eu não queira.

Sintomas da fama

Todos os dias, quando se aproxima a hora da novela Alma gêmea entrar no ar, Thiago Luciano sente um intenso formigamento nos pés. O ator, que vive o Ivan na trama das seis da Globo, confessa que não consegue controlar o nervosismo ao assistir às suas cenas. "Acho que minha respiração fica diferente e por isso não há oxigenação no corpo inteiro. Daí o formigamento", conta, aos risos. Lidar com a apreensão e com o reconhecimento nas ruas são apenas algumas coisas que o ator estreante em novelas tem de aprender. Outro dia, numa fila de banco, Thiago não sabia onde enfiar a cara ao ouvir uma funcionária do local bradar: "A Cristina tem de ser enforcada!", referindo-se à vilã interpretada por Flávia Alessandra e de quem Ivan é comparsa. Ele justifica as maldades de seu personagem justamente pela obsessão que este tem pela loira. "Tudo o que ele faz de ruim é em nome do amor que tem por ela. Mas agora ele está mostrando um lado mais humano", ameniza. Apaixonado por cinema, Thiago já atuou e dirigiu alguns curta-metragens. Um deles, O poder e a fé, foi premiado nos festivais de Santa Maria, Aracaju e Brasília. Contratado da Globo até março, mês em que termina Alma gêmea, e com uma personalidade que não lhe permite esperar as coisas acontecerem, Thiago já organiza projetos depois que a novela terminar. Além de dirigir outro curta, ele vai atuar ao lado de Selton Mello e de Michel Bercovitch, que vive o Ciro na trama, na remontagem da peça Os meninos da rua Paulo. "Não importa o que aconteça, só sei que quero fazer cinema para o resto da vida", garante.

Raio X

Nome: Thiago Luciano;
Nascimento: 13/01/1980, em Campinas;
Na tevê: Behind the scenes, Inside the actors studio e desenhos;
Ao que não assiste na tevê: Programas de auditório e tragédias;
Nas horas livres: Vou ao cinema, preparo roteiros em casa e adoro jogar War com os amigos;
No cinema: Irreversível, de Gaspar Noé;
Música: MPB;
Livro: Livro dos monstros guardados, de Rafael Primo;
Prato predileto: Arroz, feijão, bife e queijo derretido;
Perfume: Issey Miyake;
O pior presente: Uma vez ganhei uma coleira em um amigo-oculto, e até hoje não entendi o porquê;
Mulher bonita: Natalie Portman;
Homem bonito: Marlon Brando;
Cantor: Caetano Veloso;
Cantora: Cássia Eller;
Ator: Sean Penn;
Atriz: Drica Moraes; Escritor: Walcyr Carrasco; Arma de sedução: O olhar;
Programa de índio: Ir a qualquer lugar que tenha muita gente;
Animal de estimação: Tenho um gatinho, o Estradinha;
Melhor viagem: Para Maracaípe, em Pernambuco, em 2002;
Sinônimo de elegância: Sinceridade;
Melhor notícia: Quando meu pai operou o coração e fiquei sabendo que deu tudo certo;
Inveja: Abominável. Acho que cada um tem de fazer o seu;
Ira: Perder o controle remoto da tevê;
Gula: Chocolate;
Cobiça: Uma produtora de cinema dentro de casa;
Luxúria: Quando bate a química, não tem coisa melhor;
Preguiça: De acordar cedo;
Vaidade: Com o meu cabelo;
Mania: Várias. Uma delas é ter uma dificuldade enorme de sair de casa. Sempre volto, acho que esqueci alguma coisa… É horrível;
Filosofia de vida: Absorvo demais a energia das pessoas. Adoro mergulhar no mar, por exemplo, antes de começar o dia.

Amor proibido

Na sessão Fim de noite, o SBT exibe Amor ilícito, de Chris Thomson. Lola, 15 anos, conhece o adolescente Brownie. Ambos filhos de famílias pobres e desestruturadas. Eles se apaixonam e Lola engravida, fato que os motiva a fugir da pequena cidade. Mas, a mãe dela os detém com a polícia. Brownie conhece um marinheiro que o acolhe no navio. Lola é encaminhada para um reformatório. Ao sair, reencontra Brownie e o obriga a escolher entre ela e o mar. Às 20h45, no SBT.

Cachorrada

A atração de hoje da sessão das Oito e meia no cinema Cinespecial é a comédia Spot, um cão da pesada, de John Whitesell. Spot é um cão treinado pelo FBI e que depois de virar alvo de bandidos, entra para o programa de proteção à testemunhas. As confusões começam quando o cão encontra um carteiro muito atrapalhado que detesta cachorros. Com David Arquette, Michael Clarke Duncan e Leslie Bibb. Às 20h30, no SBT.

Loucuras

– No humorístico Dedé e o comando maluco, um louco aparece no pedaço e ameaça todo mundo com uma bomba. Enquanto isso, a tribo dos Tererê invade o parque e leva a trupe pro caldeirão. E depois de mais um dia de trabalho duro, o general Dedé sonha com Tarzan, só que doente e desenganado. Às 13h, no SBT.

 No Tudo é possível de hoje, Eliana mostra uma matéria especial feita em Portugal, na companhia de Tom Cavalcante e seus personagens hilariantes. E no palco, a dupla Edson e Hudson canta seus sucessos e participa do jogo Verdadeiro ou falso. Às 14h, na Record.

Cego de paixão

Em Temperatura Máxima, a atração é O amor é cego, de Peter Farrelly e Bobby Farrell. Um homem que busca sempre namoradas esbeltas é hipnotizado de forma a visualizar apenas a beleza interior das pessoas. Até que ele se apaixona por uma mulher obesa que, aos seus olhos, é simplesmente linda. Com Jack Black, Gwyneth Paltrow e Jason Alexander. Às 14h55, na Globo.

Comer e beber

O programa Dois a um de hoje, apresentado pela jornalista Mônica Waldvogel, reprisa a entrevista com Alex Atala e Manoel Beato, dois experts na arte de fazer comer e beber. Alex é chef premiado e dono do restaurante Dom em São Paulo. Manoel carrega o título de melhor sommelier do Brasil, experimenta, por dia, 40 vinhos diferentes e há mais de uma década trabalha para os restaurantes da família Fasano. À meia-noite, no SBT.

Sinceramente

Luiz Fernando Guimarães estréia hoje o quadro O super sincero, no Fantástico. Franco, seu personagem é um homem que não consegue se controlar. Ele fala todas as verdades, doa a quem doer. Serão quatro episódios que mostram, com humor, quanto constrangimento o excesso de sinceridade pode provocar. O Fantástico começa às 20h30, na Globo.

Parabéns

8/1 – Adriana Bombom, 32 anos, e Guilherme Fontes, 39 anos;
9/1 – Paulo Goulart, 73 anos;
10/01 – Luciana Vendramini, 36 anos;
11/01 – Patrícia Pillar, 42 anos;
12/01 – Fernando Pavão, 35 anos;
13/01 – Renato Aragão, 71 anos.

Renato Aragão, ou melhor, o trapalhão Didi Mocó, que completa 71 anos no dia 13, chegou a se formar em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Mas seu lado humorístico falou mais alto e ele sequer exerceu a profissão de advogado. Preferiu tentar a carreira de comediante, que começou em 1960, na TV Ceará.

Em 1963, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi contratado pela TV Tupi. Foi com o programa Os trapalhões, criado em 1966, que Didi se consolidou na telinha, ao lado de Dedé, Mussum e Zacarias. Mas seu trabalho também se destaca no cinema. Com Didi, o caçador de tesouros, atualmente em cartaz, são 45 longa-metragens sete em carreira solo.

O comediante também se destaca pelas ações em prol das crianças e, por causa disso, recebeu o título de Embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), concedido pela ONU.

Operação enxuga!

Uma das dietas mais famosas do Planeta pode ajudar você, que exagerou na comilança das festas de final de ano, e agora precisa de uma operação enxuga para que a barriga e o peso voltem ao normal.

A chamada dieta de South Beach, nome de uma praia que reúne famosos em Miami, nos Estados Unidos, foi bem divulgada a partir do momento que o então presidente americano, Bill Clinton, resolveu adotá-la. Os hotéis em que se hospedava durante as viagens oficiais viravam notícia pelo esforço para adaptar os cardápios e atendê-lo.

As regras da operação enxuga baseada nessa dieta foram criadas pelo cardiologista americano Arthur Agaston. Você pode adotá-la só para a emergência, que garante o sumiço de três a seis quilos em quinze dias, ou continuar. A segunda fase promete a eliminação de mais de meio a um quilo por semana, e a terceira fase, para se manter com boa forma a vida toda.

Jornalistas da Tribuna do Paraná que já experimentaram a dieta, e a médica paranaense Luciana Muniz Pechmann, dizem que o resultado justifica o empenho, considerável especialmente nos três primeiros dias, em que o candidato a pessoa mais magra quase sobe pelas paredes se não estiver preparado com um bom kit de receitas leves.

A vontade de brigar com o mundo, mesmo sem passar fome, se explica pela imensa falta que você sente dos doces, pães e massas, que dão ao ser humano a sensação de bem-estar e que são retirados do seu cardápio durante quinze dias.

"Passados esses três dias terríveis o único risco é da pessoa se empolgar e achar que dá para ir seguindo com a dieta sem nenhum açúcar ou carboidrato, o que não é viável até porque o organismo se vacina e ela não funciona do mesmo jeito", afirma Luciana Pechmann.

Não pode

Arroz, Massas, Pães, Doces, Frutas, Bolachas, Bebidas alcoólicas e Sucos de frutas industrializados.

A primeira das três fases da dieta de South Beach é a única que estabelece restrições alimentares. Para enfrentá-la, uma jornalista que se livrou de seis quilos reforça a indicação dos médicos, de que se tenha um bom kit de receitas de comidas gostosas e de baixas calorias antes de começar.

Pode bastante

Carnes magras, frango, peixes e frutos-do-mar . Água, café, chás, refrigerantes e sucos diet ou light

Gelatina diet

Ovos

Saladas, legumes e verduras

Azeite de oliva e óleo de canola

Adoçantes

Leite desnatado e derivados como iogurte desnatado, coalhada e queijos leves, como polenguinho, mussarela, parmesão, ricota e tofu

Conforme a endocrinologista Luciana Pechmann o diferencial desta dieta é que você pode comer até se sentir saciado.

Ela recomenda um total de seis refeições diárias: café, almoço, janta e mais os lanches da metade da manhã, da tarde e a ceia.

Quando fizer a refeição principal, procure preencher 3/4 do prato com legumes e verduras, deixando o restante para as carnes.

"Esses hábitos devem ser mantidos na alimentação das pessoas, inclusive o maior número de refeições, porque o consumo de porções menores mantém o organismo acelerado."

Depois ou sempre

Quem aprovar a primeira fase da dieta de South Beach e quiser emagrecer mais, encontra na segunda fase a possibilidade de se livrar de mais, entre meio e um quilo por semana.

Essa nova etapa deve durar o tempo necessário para você atingir o peso que deseja. Já a terceira, é para quem acha que dá para ser feliz sem os carboidratos que consumiu e acha válido controlar a alimentação para sempre.

As frutas e os chamados bons carboidratos retornam à mesa aos poucos. Nos primeiros dois dias você inclui no café da manhã uma fruta e no terceiro, além dela, um cereal ou fatia de pão integral. Após alguns dias, acrescente arroz integral no prato do almoço.

A médica Luciana Pechmann ensina que cada metabolismo funciona de forma específica. Pode ocorrer do candidato, à pessoa mais magra, inserir de três a quatro porções de frutas e carboidratos por dia e continuar perdendo peso, ou então, parar de emagrecer com apenas 2 porções.

De porção em porção…

Na terceira etapa, para quem acha que dá pra viver à base de massas integrais, a dieta de South Beach permite uma porção em cada refeição principal. O chato é que uma porção significa uma fatia de pão, um prato de macarrão…

Aqui você volta a ter direito a alguns pratos mais quentes, como feijoada, ou sobremesas, como chocolate. O chato é que vale o mesmo raciocínio da porção e o que é pior: para apenas uma vez por semana.

Pra quem chegar até aí, a saída para os casos de exagero é retornar à segunda fase ou até mesmo a primeira, para daí retomar sua dieta de vida com saúde e controle.

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