De corpo e alma

Foto: DivulgaçãoQuando foi chamado por Glória Perez para viver o Coronel Firmino em Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, José de Abreu não fazia a menor idéia do que vinha pela frente. Ao conversar com a autora no primeiro workshop entre atores, seringueiros, índios e acreanos, constatou que teria muito mais trabalho do que imaginava. ?Ele é quase o protagonista?, valoriza. De fato, Firmino está em todas e é um personagem de ficção no meio de tanta história para contar. Ao contrário dos grandes heróis das terras amazônicas, porém, Firmino representa tudo aquilo que vai contra o instinto de preservação. Embora José de Abreu defenda com unhas, dentes e bigode os interesses do personagem. ?Ele não é um vilão clássico.

É poderoso, dono de terras e deu emprego para muita gente. E não quer perder isso?, ameniza.

Até agora, o Coronel não mostrou traços odiosos. Mas desde que começou a lidar diariamente com os seringueiros teve lá suas mudanças. ?Ele chega ao seringal e endurece. Ali é lugar para macho. Frouxo morre ou some?, justifica José de Abreu.

Na minissérie, Firmino chega aos 90 anos e vai até a fase de Chico Mendes, interpretado por Cássio Gabus. Antes disso, vai se ver às voltas com um filho bastardo, o outro que não quer estudar para viver nos seringais e com a mulher, que preferia viver em qualquer lugar, desde que não fosse no meio do mato. ?O melhor dele é a família. Ele é um homem rígido, autoritário, mas a relação que ele tem com a mulher, por exemplo, é muito terna e me faz crer que ele é um homem bom?, defende. Mas e a amante Justine?

?Ah, dificilmente um homem naquela época não pularia uma cerca?, minimiza.

Carolina Marques – PopTevê

Sob qualquer ângulo

Dona de belos olhos azuis, cabelos louríssimos e com 1, 75m de altura, Fiorella Mattheis atrai olhares por onde passa. No início do ano passado, durante um show em São Paulo, a então modelo chamou a atenção da produtora Fabiana Misse, que a convidou para apresentar o Rolé, do canal por assinatura SporTV, no qual ficou por cerca de um ano.

A entrada em Malhação, como a mau-caráter Vivian, não foi diferente. Fiorella almoçava despreocupada no Projac -complexo de estúdios da Globo localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro – onde foi fazer seu cadastro como atriz, quando foi abordada pelo até então ?estranho? diretor Ricardo Waddigton sobre um papel na novelinha. Depois de um teste, ela – que nem pensava em atuar tão cedo – já estava escolhida como uma das protagonistas da nova temporada, que começou esta semana. ?Beleza abre portas, sim. Mas posso ser um rosto bonito com conteúdo. Tenho me empenhado muito para convencer como atriz?, diz a garota, de 18 anos, filha de pai alemão com mãe italiana.

Para se dedicar integralmente à nova empreitada, Fiorella não hesitou em largar o Rolé, no qual rodava o País se aventurando em esportes radicais. A vida agitada de modelo – com passagens pela Europa e Ásia – também ficou para trás. Agora, a atriz se divide entre as gravações da novelinha e os estudos diários com a coach Andréia Cavalcanti, preparadora de elenco. ?O trabalho como apresentadora e modelo me fez perder a vergonha das câmeras. Com a Andréia, leio os textos e treino a expressão corporal?, explica.

E, logo de primeira, Fiorella tem a chance de mostrar que convence – ou não – como uma vilã. Na trama, Vivian é uma ambiciosa modelo disposta a tudo para conquistar prestígio na carreira. ?Ela é inconseqüente, ambiciosa e manipuladora?, sintetiza a atriz, que diz ter se ?descoberto? na profissão. ?Tenho noção do que tenho de melhorar. Mas acho que levo jeito para isso?, pondera.

Natalia Castro – Pop Tevê

Raio-X

Nome: Fiorella Gelli Mattheis. ?Fiorella significa florzinha em italiano?, destaca;

Nascimento: 10 de fevereiro de 1988 em Petrópolis, no Rio de Janeiro;

Nas horas livres: gosto de estar com as minhas amigas;

No cinema: Crash – No limite, de Paul Haggis;

Música: sou bem eclética;

Livro: adorei Scar tissue, a biografia do Anthony Kiedis, vocalista do Red Hot Chilli Peppers, escrita pelo próprio;

Prato predileto: comida italiana e japonesa;

Mulher bonita: Angelina Jolie;

Homem bonito: Johnny Depp;

Cantor: Anthony Kiedis;

Cantora: a americana Tracy Chapman;

Ator: Tarcísio Meira;

Atriz: Renata Sorrah;

Animal de estimação: Brigitte e Duda, dois labradores;

Escritor: Manoel Carlos;

Melhor viagem: para a Europa, onde passei o ano passado todo;

Inveja: sou muito invejada e sei o quanto isso é ruim;

Ira: covardia;

Cobiça: poder viver do meu trabalho como atriz;

Preguiça: de levantar da cama;

Vaidade: só uso produtos manipulados para a minha pele. Nos cabelos, faço hidratação de 15 em 15 dias;

Programa de índio: festa rave;

Mania: de mascar chiclete;

Filosofia de vida: ?A gente colhe o que planta?.

Fôlego de alma

Foto: Pedro Paulo Figueiredo/CZNDaniele Suzuki não titubeia quando o assunto é trabalho. Desde 2000, quando estreou na televisão como a Sarah – em uma pequena participação em Uga-uga – a atriz vem emendando personagens. Integrou por um ano o seriado Sandy & Junior e saiu de lá direto para Malhação, onde interpretou por dois anos a espevitada Miuki. Depois da novelinha, foi direto para Bang-bang, na qual viveu a prostituta Yoko Bell. No meio da trama, foi pessoalmente convidada pelo autor Carlos Lombardi para dar vida à tímida Rosa em Pé na jaca.

E, apesar de exausta, não conseguiu resistir à tentadora proposta. ?Ele disse que estava escrevendo para mim, não deu para recusar. Amo atuar e fico feliz porque, mesmo trabalhando sem parar, meus papéis são muito diferentes um do outro?, comemora Daniele.

Além da intensa carreira como atriz, há dois anos Daniele dá expediente como apresentadora do canal por assinatura Multishow. Segundo ela, a experiência no comando do Tribos – que exibe os hábitos de variados grupos de jovens existentes no País – serve como um valioso laboratório para seus personagens na tevê. ?Para mim, um trabalho complementa o outro. Vivenciar tipos tão diferentes no Tribos me dá muita base de composição?, explica a atriz, que volta a gravar novas edições do programa no final do janeiro.

Por causa disso, Daniele terá que driblar o tempo para conseguir conciliar as duas atividades. Com pouquíssima frente, Pé na jaca exige que a atriz esteja diariamente nos estúdios de gravação.

E é bem provável que Tribos tenha gravações fora do País. ?Tento não sofrer por antecipação. Vou fazer o máximo e acreditar que vai dar tudo certo?, torce a artista, que já conhece bem o ritmo de trabalho de Lombardi. ?Quando aceitei o convite, sabia que a novela exigiria muito de mim. E me dispus a isso?, explica.

Natalia Castro – PopTevê

Novas fronteiras

Foto:  Pedro Paulo Figueiredo/CZNAndré Frateschi passou a infância em coxias de teatro e estúdios de gravação. Filho dos atores Celso Frateschi e Denise Del Vecchio, ele acostumou-se desde cedo a acompanhar a corrida rotina de gravações dos pais. Mas nem por isso quis seguir a mesma carreira. Ao contrário. André, que atualmente vive o Dorival em Páginas da vida, dedicou-se exclusivamente à música até os 25 anos. Foi quando, como ele mesmo diz, não teve como escapar. Ele fazia parte da banda do espetáculo Um certo faroeste caboclo, baseado na música de Renato Russo, quando um dos atores não pôde comparecer à apresentação. Sobrou para ele substituí-lo. ?Adiei os planos de ser ator, porque sei que é uma profissão difícil. Mas bastou subir ao palco para me apaixonar?, recorda o ator de 32 anos.

Foi então que o paulistano decidiu investir na interpretação. Fez vários cursos, participou de peças – a mais recente foi Ricardo III, uma adaptação da obra de William Shakespeare feita por Celso Frateschi – e teve apenas uma única experiência no cinema, no premiado filme O cheiro do ralo, de Heitor Dhalia. Na tevê, André atuou nas minisséries Um só coração, Mad Maria e JK. ?Acho novela mais difícil porque é uma obra aberta. Você não sabe o rumo que o personagem pode tomar?, compara.

Ainda sem saber os rumos de Dorival – ele pode ou não permanecer até o fim da trama -, André já pensa em novos projetos. Vocalista de duas bandas, a Heroes – na qual faz cover do cantor David Bowie – e a Poltrona F – que toca funk e soul das décadas de 80 e 90 -, ele pretende unir o trabalho de músico à interpretação. De preferência, à comédia. Isso mesmo. O ator jura que tem uma veia histriônica muito forte, e pretende explorá-la. ?Agora me sinto seguro como ator. Já estou procurando textos que me permitam unir a música ao humor. São duas coisas que me deixam realizado?, conclui.

Fabíola Tavernard – PopTevê

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