Cada vez que Eliane Giardini entra em cena na pele da ?beata? Eva Padilha, em Cobras & lagartos, é gargalhada certa. Seja por reprimir os filhos, seja quando assume seu ?alter ego? como a cigana Esmeralda, ou quando alopra com seus discursos católicos fervorosos, a comerciante criada por João Emanuel Carneiro é o que se pode chamar de uma ?figura?. ?Minhas personagens, em geral, são divertidas, fortes, italianas?, reconhece a atriz, de 52 anos.
Talvez por saber que Eliane é ?tempero? certo em uma trama, João Emanuel já quisesse trabalhar com ela há tempos. Em 2004, ele a convidou para Da cor do pecado. Mas a atriz não pôde aceitar o convite porque estava no ar como a Tarsila do Amaral na minissérie Um só coração. ?O texto dele é ótimo. E foi ainda mais irrecusável porque a direção é do Wolf Maya?, elogia.
As cenas divertidas se refletem diretamente no reconhecimento do público. Afinal, viver uma personagem para lá de engraçada não poderia resultar em outra coisa. Eliane não esconde que, neste caso, o melhor e o pior da profissão caminham de ?mãos dadas?. ?Eu me sinto morando numa cidade do interior de uma rua só. Esse reconhecimento é gratificante. Mas também não há como escapar de nada, nem ir ao motel escondida?, diz, com bom humor.
?Minhas personagens estão sempre subindo na mesa, gritando, esbravejando…?
Essa virada da Eva, de se transformar numa cigana, já estava prevista na sinopse da trama?
Em novela, por mais que a sinopse fale de um personagem, nunca é exatamente aquilo. Ele começa de um jeito, muda e só se completa no último capítulo. Mas acho que todo mundo esperava uma reviravolta da Eva, porque ela não é muito a minha cara. Ela é carola demais. Eu tinha certeza de que aconteceria alguma coisa, mas foi mais surpreendente do que eu imaginava. Quando li que ela iria cair, bater a cabeça e virar uma cigana fogosa, tomei um susto.
Apesar de já ter feito vários papéis dramáticos, de uns tempos para cá, você teve uma seqüência de personagens cômicos. Como é a sua relação com a alternância entre drama e comédia?
Isso é muito surpreendente para mim, justamente porque comecei como uma atriz dramática. Como eu só tinha papéis densos, achava que só sabia fazer aquilo. E talvez só soubesse mesmo. Aos poucos, fui aprendendo a fazer comédia. Aliás, acho a comédia muito mais matemática, ela tem um tempo preciso. Quando você perde a piada, não recupera nunca mais.
Viver mulheres sensuais e de personalidade forte, aliás, tem sido uma constante em sua carreira…
Pois é. Foi assim com a Nazira de O clone, com a Neuta de América, e agora com a Eva, por exemplo. Mas tenho muito pouco a ver com minhas personagens. Ou talvez não exercite tanto na vida o temperamento delas. Às vezes saio exausta do
Projac, parece que levei uma surra. Porque nunca ganho um papel em que tenha de deitar no sofá e dizer: ?Me dá um drinque?. Todas estão sempre subindo na mesa, gritando, esbravejando.
Viver constantemente personagens com características tão parecidas te incomoda?
Acho que eu acabo criando uma ?persona? com isso. O diretor pega a sinopse de uma novela e vê que tem uma mulher brava que manda no marido… A Eliane! Tem que ter cuidado com isso, porque pode aprisionar. Tenho que dar um tempo e procurar algum outro tipo de personagem. Sinto que estou chegando nesse ponto, porque estou sempre usando a mesma energia, com personagens muito reativas.
Fora de foco
Guilherme Trajano já tinha traçado o perfil de Adam, seu personagem em Cristal do SBT, quando soube que teria de modificá-lo. Dois dias antes de começar a gravar, descobriu um Adam mais atirado e menos idealista. Principalmente porque teria de fazer contraponto a João Pedro, de Dado Dolabella, para conquistar o coração da mocinha que dá nome à trama, vivida por Bianca Castanho. ?Era para ele ser apenas um amigo mais preocupado, que camuflava qualquer tipo de paixão?, conta Guilherme. Em meio a muitas reviravoltas -como a saída do diretor Herval Rossano e texto readequado ao original mexicano -, o fotógrafo teve leucemia, se curou de maneira inexplicável para o público, e agora quer a todo custo assumir o filho da amada, que nem é dele.
Em seu segundo trabalho no SBT – o primeiro foi em Os ricos também choram -, Guilherme diz não se surpreender com tantos desvios. Acredita até que o clima melhorou nos bastidores, assim como a audiência, hoje nos 7 pontos. Adam agora tenta dar o seu sobrenome para o filho de Cristal, mas já não corre mais tanto atrás de seu amor. ?Acredito que ele vai acordar para vida e, quem sabe, encontrar alguém que goste dele de verdade?, elocubra um romântico Guilherme, que se diz apreciador de paqueras longas, vinho e restaurantes exóticos.
Carioca, o ator de 25 anos tem descoberto a noite paulistana, mas não parece muito seduzido pela badalação. Pára tudo o que faz, no entanto, para assistir aos musicais em cartaz e sonha com a carreira estável. Não esconde que foi sondado para testes em outras emissoras, mas enquanto as propostas não se consolidam continua se preparando. ?Leio muito e estudo. Não quero ser só mais um ator, ou o cara conhecido da tevê. Quero que meu nome seja reconhecido por algo que fiz bem?, argumenta o belo moço, que começou a carreira como Papaquito, no antigo Planeta Xuxa. ?Foi uma experiência que me deu muita disciplina?, valoriza.
Para o que der e vier
Assim que recebeu a sinopse de Cristal, do SBT, Bianca Castanho ficou empolgadíssima. Fã de moda, a atriz vibrou ao saber que sua personagem – a protagonista Cristal – seria uma modelo requisitada. Para não fazer feio, Bianca aprendeu a andar nas passarelas e assistiu a vários desfiles. No entanto, após inúmeras turbulências envolvendo o afastamento do diretor Herval Rossano e os baixos índices de audiência da novela -em torno dos cinco pontos – a atriz viu a personagem mudar. Em pouquíssimo tempo, Cristal deu um ?adeus? aos desfiles e tornou-se apenas modelo fotográfico. Mesmo assim, são raras as vezes em que aparece em frente às câmeras de Adam, o fotógrafo vivido por Guilherme Trajano. Diante da situação, Bianca tenta ser diplomática. ?Estou acostumada a estes imprevistos. Não posso achar que a obra esteja fechada. Procuro me manter flexível e vou me adequando ao que me exigirem?, defende a bela, que pintou os cabelos de preto por causa da personagem.
E se nas telas o romance com o ?playboyzinho? João Pedro, de Dado Dolabella, é conturbado graças às más intenções da vilãzinha Marion, de Marisol Ribeiro, fora da televisão, são cada vez mais fortes os boatos de que o casal protagonista vive às turras nos estúdios. ?Em cena eles brigam muito, com tapa na cara. Acho que as pessoas confundem um pouco?, justifica a atriz, que desmente qualquer desentendimento. ?Muito pelo contrário. Em função dos problemas da novela, o elenco ficou bem unido?, revela.
Como protagonista, Bianca sabe que está no centro da trama. Mas diz não se sentir pressionada com os rumos de sua atuação. Muito pelo contrário. ?Eu faço o que os diretores pedem. É um trabalho conjunto. Se dá errado, a culpa não é apenas de uma pessoa?, analisa ela, que tenta não ser muito crítica com seu trabalho. ?Se a gente se critica muito, acaba se derrubando?, analisa.
No papel de ?queridinha do patrão?
Bianca realmente parece não se influenciar pelas críticas. Começou a carreira na Globo, em Terra nostra, em 1999. De lá para cá, fez Uga-Uga, Malhação e O beijo do vampiro até chegar ao SBT. Há três anos na ?casa?, virou a ?queridinha? de Silvio Santos. E depois de Canavial de paixões e Esmeralda, vive sua terceira protagonista em Cristal. ?Já sou entrosada com a equipe, eles conhecem meu trabalho. Me sinto bem onde estou?, afirma.
Mas embora tenha status de estrela no SBT, Bianca não descarta a possibilidade de mudar de emissora. Mesmo que para um papel menos significativo. ?Há papéis riquíssimos que não são o de protagonista?, avalia a atriz, que tem contrato apenas até o fim de Cristal, em novembro.
Ela tem na ponta da língua o papel que gostaria de fazer: o de vilã. Intérprete de três mocinhas consecutivamente, Bianca sente saudades das maldades de Valéria, sua primeira e única vilãzinha, de Malhação. ?Tanto a vilã quanto a mocinha são personagens difíceis. Têm de ser muito bem feitos para não cair no estereótipo e na pieguice?, compara.
Antes de uma nova empreitada na televisão, a moçoila pretende investir no cinema. Em seu currículo, há apenas uma pequena participação no longa A partilha, de Daniel Filho, em 2001. ?Durante a novela, é impossível me dedicar a outro trabalho. Mas no ano que vem pretendo fazer alguma coisa?, planeja Bianca, que, por conta do trabalho na televisão, teve de abandonar a peça Amigas, em cartaz no Rio de Janeiro.
Hipnose
Quando pequena, Quitéria Chagas parava o que estivesse fazendo se via alguém dançando. Ficava hipnotizada e ensaiava os movimentos na própria cintura. Ainda infantis, claro, sem muita bossa. O fascínio se transformou rapidamente em obsessão. Ela então foi matriculada no balé. ?Mas achava tudo muito rígido e eu tenho quadril largo, bundão. Sofria para entrar nos padrões?, confessa ela, que fez inúmeras modalidades de dança. Passou pelo jazz, afro, dança de salão até chegar à dança do ventre. ?Nossa, me encontrei mesmo. Além de ser ultrafeminina, me ajuda a melhorar o condicionamento físico?, conta ela, que faz a Dorinha em Páginas da vida.
Ao contrário do modelo ortodoxo imposto pelas sapatilhas, a dança do ventre proporciona à Quitéria a possibilidade de criar os movimentos. Rainha de bateria do Império Serrano, ela aproveita alguns passos da dança milenar para incorporar à cadência do samba. ?Os movimentos ficam muito mais bonitos e dá uma graça que nenhuma outra dança dá?, avalia ela, especialista também em danças folclóricas portuguesas.
Para Quitéria não foi tão complicado aprender a requebrar quadris, mexer a cintura e busto. Tudo alternado como manda a dança do ventre. A moça já tinha em casa o exemplo. A avó, marroquina, fazia questão de ensinar alguns passos às netas toda vez que se encontravam. ?Ela tinha um jeito mais agressivo de dançar, mas era lindo. Muito sensual?, recorda a atriz.
Adepta do exercício há dois anos, além de verificar como as formas mudaram, Quitéria diz que a dança ajudou a amenizar a temida e incômoda TPM. ?Sempre sofri com cólicas, inchaço e a dança me ajudou muito a diminuir esses sintomas?, comemora.
Além dos braços bem definidos e da barriga irrepreensível, Quitéria conta que o que mais mudou no corpo foram as panturrilhas, por ter de dançar praticamente todo o tempo na ponta dos pés. A respiração também mudou e Quitéria consegue ver benefícios também no sono. ?Eu durmo e respiro melhor, porque a caixa torácica é muito mais exigida. É uma dança que cansa, mas dá um prazer enorme?, incentiva a atriz de 25 anos, que para manter os 58 quilos bem-distribuídos em seus 1,70 m de altura, também se exercita em outras atividades, como alongamento e fitball, uma ginástica mais leve com bolas.
Comédia
A herança de Mr. Deeds, de Steven Brill. Com Adam Sandler, Winona Ryder e John Turturro. Deeds vive na pequena cidade de Mandrake Falls, em New Hampshire, onde faz sucesso com sua pizzaria e leva uma vida tranqüila. Até que, repentinamente, um tio afastado morre e lhe deixa uma fortuna de US$ 40 bilhões, além do comando da maior empresa de comunicação do mundo. Deeds, então, parte para a cidade grande e começa a implantar em seus novos negócios os valores de sua pequena cidade. É quando Babe Bennett, repórter de um tablóide sensacionalista, é enviada para observá-lo de perto, mas acaba se apaixonando por ele. Às 13h, na Globo.
Ação
O senhor da guerra, de Perry Lang. Com Dolph Lundgren, Charlotte Lewis e B. D. Wong. Um mercenário que deveria convencer um grupo de ilhéus a mudarem-se para o continente, torna-se amigo e defensor deles. Às 20h30, na Record.
Aventura
Alta pressão, de Jean Pellerin. Com Rob Lowe, Larissa Miller e Craig Wasson. Na Grécia, o destemido engenheiro John resgata a esposa, Chloe, refém num navio de criminosos. A viagem se transforma numa luta pela sobrevivência, quando o navio começa a afundar. Às 23h45, na Globo.
Drama
Short cuts: Cenas da vida, de Robert Altman. Com Tim Robbins, Andie Macdowell e Julianne Moore. Cenas da vida traz uma série de histórias sobre moradores de Los Angeles, que de uma certa forma acabam interligadas. Às 00h25, no SBT.
Animação
Dinotopia A terra dos dinossauros, de Marco Brambilla. Com David Thewlis, Katie Carr e Jim Carter. Sr. Frank Scott viajava com os filhos, Karl e David, num pequeno avião quando se depararam com uma tempestade, caindo no mar. Embora tentassem resgatar o pai, os garotos chegam sozinhos a um lugar mágico chamado Dinotopia, uma terra de dinossauros, onde logo conhecem o esperto arqueólogo Cyrus, o simpático bibliotecário Zippo e a bela Marion. Inconformado com a situação, Karl só pensa em ir embora, enquanto David entende que dali não há saída, resolvendo seguir as regras do local. Às 21h, no SBT.
Documentário
O Domingo espetacular mostra o drama dos catadores de caranguejo no litoral do Maranhão, em uma região esquecida do Brasil. Eles vivem no meio da lama e, às vezes, só ganham R$ 2 por um dia inteiro de trabalho. O caso dramático de um menino de 13 anos, órfão de pai, que trabalha catando caranguejo para sustentar a mãe e sete irmãos mais jovens. Às 18h, na Record.
Humor
Em Sob nova direção, Pit, que está desempregada, não tem como quitar uma dívida com Horácio, de Otávio Müller. Como pagamento, ele pede o fusquinha rosa. Desolada, Pit tenta comover o amigo, sem sucesso. Ela, então, passa a espioná-lo para saber por onde seu carro tem andado. Às 23h, na Globo.