Como já é de costume, os vilões se tornaram os tipos preferidos. Em 2007, os de má índole e caráter duvidoso continuaram a fazer a festa. Tanto que Wagner Moura foi eleito o Melhor Ator em disparada, com 63,87% dos votos, pela interpretação do sádico Olavo de Paraíso tropical. ?O Olavo foi diferente de tudo o que já fiz até hoje. Foi uma brincadeira com a figura do vilão. Me diverti muito fazendo?, garante o ator.
Patrícia Werneck, eleita Atriz Revelação pela interpretação da Camila de Paraíso tropical, tem discurso parecido. Ou seja: atribui seu feliz resultado na trama das oito ao autor, ao diretor e aos colegas de elenco. ?É muito bom ser reconhecida pelo meu trabalho. Mas só tenho a agradecer à equipe da novela?, subestima-se Patrícia, que ganhou 46,77% dos votos. Para fechar os prêmios de Paraíso tropical, a novela que disputou a preferência do público com Luz do sol e Vidas opostas, ambas da ávida concorrente Record, também levou a melhor na categoria Teledramaturgia e garantiu 45,97% dos votos. ?Não se pode fazer uma história atraente sem bons personagens?, defende Gilberto Braga, autor da novela.
Já a categoria Ator Revelação não ficou com Paraíso tropical. O ator-mirim Guillermo Hundadze levou o título, com 43,13% dos votos. O intérprete do inocente Quinzinho, da fracassada novela das seis Eterna magia, de Elizabeth Jhin, credita o sucesso do personagem à meiguice do menino. ?Donas-de-casa, vovôs e vovós gostam de ver crianças. Acho que o meu personagem cativou pela simplicidade e pelo ar de desprotegido?, defende o menino.
A grande surpresa do ano talvez tenha sido o resultado da categoria Programa. Ao contrário dos anos anteriores, desta vez A grande família, da Globo, não conquistou o posto de Melhor Programa, que coube ao humorístico Pânico na TV!, da Rede TV! (foto à direita). Com 22,93% dos votos, o programa comandado por Emílio Surita tirou do páreo a tão aclamada família, que obteve 21,99% dos votos. ?Todo mundo que trabalha no Pânico é muito talentoso. Acho que o público também se identifica muito com as idéias loucas que o Emílio tem?, diverte-se a apresentadora Sabrina Sato.
Carla Neves – PopTevê
O dono da história
Aos 51 anos, Gilberto Braga, que escreveu sua primeira novela, Corrida do ouro, em 1974, ao lado de Lauro César Muniz, ainda como colaborador, diz que não é um autor de pesquisa. A inspiração para suas 17 novelas e quatro minisséries vem do dia-a-dia, e da ?lente de aumento? que usa para observar as pessoas e situações ao seu redor. ?Uso coisas que vi em filmes, peças e livros. Mesclo também a vida dos amigos e a minha própria. Mas é claro que uso muito a minha fantasia?, entrega.
Fabíola Tavernard – PopTevê