Atualmente no ar como a misteriosa Pérola de Eterna magia, trama das seis da Globo, Eliane Giardini atribui tamanha aceitação do público ao fato de ter começado a ser reconhecida quando já estava na maturidade. ?Aprendi a me libertar do ego, dessa coisa ambivalente de querer dar satisfação para Deus e o mundo, de querer não mostrar fragilidade. E isso talvez seja percebido pelas pessoas no meu trabalho?, analisa. Desde que despontou na tevê como a forte Dona Patroa, da novela Renascer, exibida na Globo em 1993, Eliane Giardini emplaca uma personagem de destaque atrás da outra. Prova disso é a simpatia que conquistou junto ao público com a implicante Nazira, de O Clone, e a viúva Neuta de América.
Completamente adaptada ao clima de magia da novela, Eliane conta que sempre se interessou muito por Psicologia, Filosofia e Física Quântica. ?Sempre tive curiosidade sobre o mundo da magia. Tudo que é invisível deixa marcas profundas na vida das pessoas?, acredita.
Serena e madura, Eliane confessa que não se deixa contaminar pelo fato de a novela andar ?mal das pernas?. Ela só acha que, por conta da não aceitação do público e da audiência aquém do esperado, foram feitas mudanças infelizes.
?Como houve um problema em relação à magia, às vezes fico com uma pequena sensação de perda, do que poderia ter sido se não tivesse tido essa rejeição?, lamenta ela, que tem contrato com a Globo até 2010.
Herói da resistência
Carla Neves – PopTevê
À primeira vista, Floriano Peixoto, o William de Luz do Sol, da Record, parece fechado. Mas bastam alguns minutos de conversa para o ator começar a se soltar e a revelar um lado pouco conhecido do público. ?Sou um palhaço. É que nunca me deram uma comédia para fazer até hoje?, protesta, aos risos. Floriano admite que ainda espera pelo dia em que será convidado para interpretar um papel cômico na tevê. ?De repente, percebem que sou brincalhão e me convidam para fazer um papel engraçado?, torce. Na trama de Ana Maria Moretzsohn, o ator dá vida a um cara do bem. Seu maior problema é a relação conturbada com a ex-mulher Milena, vivida por Bete Coelho. Por conta disso, ele exerce o papel de pai e mãe dos dois filhos, Pedro e Bernardo, vividos respectivamente por Bruno Ferrari e Thiago Gagliasso.
Familiarizado com o texto da autora o ator já participou de Esplendor, Estrela guia e Sabor da paixão, todas de Ana Maria , ele se diz fã de carteirinha dela. Tanto que, assim que foi convidado para atuar em Luz do Sol, disse sim sem pestanejar.
Na Record desde o ano passado, Floriano admite que ficou marcado pela sua atuação como o travesti Sarita em Explode coração, exibida em 1995 na Globo. Prova disso é que até hoje, ele é abordado nas ruas pelo público. ?Vira-e-mexe, alguém grita: ?Ô, Sarita!??, diverte-se. Mas o fato de ser lembrado pelo exótico personagem não aborrece o ator. Pelo contrário. Tímido, Floriano conta que, depois de 13 anos na tevê, aprendeu a ter jogo de cintura para lidar com o assédio do público. Ele garante, inclusive, que sempre procura ser educado e dar atenção aos fãs.
Quem vê Floriano acostumado com o dia-a-dia dos estúdios de gravação, não imagina como o ator relutou para estrear na tevê. Cria do teatro, antes de estrear na minissérie Agosto, de Jorge Furtado e Giba Assis Brasil, ele recusou papéis em O Rei do Gado e Irmãos Coragem pura e simplesmente por preconceito. ?Estreei na tevê com muito pé atrás e demorei a me adaptar à linguagem?, admite. Hoje, contudo, Floriano jura que não consegue mais viver longe das novelas.
Aos 49 anos, Floriano conta com um currículo extenso para quem estreou relativamente tarde na tevê. Desde que decidiu seguir a carreira de ator, ele já atuou em oito novelas, mais de 20 peças e vários filmes. Do ano passado para cá, o ator também se aventurou a dirigir uma peça. Em junho deste ano, dividiu com Michel Bercovitch a direção do espetáculo Hedda Gabler, de Henrik Ibsen. ?Foi uma experiência difícil mas interessante?, garante. E pensar que foi por pouco que Floriano não seguiu a carreira de jornalista. Formado em Comunicação Social, o ator pensou bastante antes de largar a redação do Jornal do Brasil para investir no teatro.
Na sala com o Jô
AE
No ano que vem, Jô Soares completa 50 anos de carreira e 20 de talk-show. Ele, que às vezes fala mais do que seu entrevistado para ?não deixar a peteca cair?, foi econômico nesta entrevista. Depois de um dia exaustivo de gravações, o showman disse que cada vez mais gosta de entrevistar, que só faz os espetáculos de que gosta (?Shakespeare é mais teatrão do que os outros?) e se recusa a dar opinião sobre a televisão: ?Eu me ocupo em fazer, nunca em analisar?.
Quem você acabou de entrevistar?
– Hoje foi dia das meninas do Jô discutirem política.
Entrevistado bom é aquele que…
– Fala.
O mala é o que…
– Não fala e me obriga a falar mais do que ele, porque não posso deixar a peteca cair. Acontece de o sujeito tratar de um assunto interessante na pré-entrevista e quando senta na poltrona e quando faço a pergunta, ele dizer que não sabe do que estou falando.
Se a entrevista não rende, você a descarta?
– Nunca, mesmo que não valha nada vai ao ar, porque acho falta de respeito não exibir. No caso do jornal, quando uma entrevista está muito comprida e se corta, é edição. Quando se faz isso na tevê, é censura. Por isso, se formos cortar algum trecho, conversamos com o entrevistado.
As pessoas continuam lhe entregando pautas em velórios para comparecer a seu programa?
– A mim não, mas à Anne Porlan (diretora do programa) sim, em velório, enterro, batizado… Aproveito para dizer o seguinte: não adianta deixar pautas na portaria do meu prédio, porque todas as sugestões entram na fila, mesmo as que eu levo. Afinal, são 500 por semana.
São quase 20 anos de conversa diante das câmeras. Entrevistar pessoas de toda espécie ainda satisfaz?
– Cada vez mais, porque adoro bater papo. A maior forma de diversão que existe é uma conversa animada pela curiosidade. Aliás, a curiosidade é que move a humanidade. Adoro conversar, tanto que continuo fazendo espetáculos-solo em teatro.
Que Brasil você desvenda no talk-show de toda noite?
– O Brasil em que vivo e que muda a cada dia, graças a Deus. O programa é jornalístico à medida que mostra esse Brasil dinâmico.
De todos os trabalhos que você fez na vida, qual o que mais o recompensou?
– O de amanhã e o que eu estou fazendo no momento.
E qual foi a maior roubada?
– Nestes 49 anos de profissão, já passei por pequenas roubadas, mas nada de que me lembre.
Você dirige de Shakespeare (Ricardo III) ao teatrão do Juca de Oliveira (Às favas com os escrúpulos). Por que você é tão flexível em suas escolhas teatrais?
– Eu não rotulo os espetáculos. Às vezes, Shakespeare é mais teatrão do que todos, Ricardo III é teatrão. A partir do momento que vende ingresso, todo tipo de teatro é comercial. Só faço o teatro que eu gosto: já fiz Nelson Rodrigues, Eugene O?Neill, Shakespeare e vou fazer Edward Albee, A cabra ou Quem é Silvia?, no ano que vem.
O que mudou no humor da TV desde Ceará contra 007?
– Não sei, não falo sobre o humor na tevê, não é minha função analisar o trabalho dos colegas. Não sou analista, sou artista. E o artista expressa a crítica por meio do seu trabalho. Então, eu me ocupo em fazer, nunca em analisar.
Elegância provocante
Fabíola Tavernard – PopTevê
Modelo desde os dez anos, Wanda Grandi está sempre antenada quando o assunto é moda. Aos 19 anos, a atriz, que vive a Tamires em Sete pecados, é adepta do estilo básico. ?Detesto salto alto no dia-a-dia. Nada melhor que jeans, camiseta e sapatilha?, aponta. Mas nem por isso ela deixa a sofisticação de lado. Ao contrário. Leitora assídua da Vogue, Wanda admite que as produções para lá de chiques da revista são uma de suas maiores fontes de inspiração na hora de se vestir, principalmente em relação aos acessórios. ?Adoro relógios, jóias e bijuterias. Mas uso coisas suaves, sem exagero?, destaca.
Na hora da maquiagem, Wanda sabe valorizar seus ofuscantes olhos verdes. Sempre com discrição. ?Uso rímel para deixar os cílios longos e pó bronzeador, já que não tomo sol no rosto?, diz ela, que não sai de casa sem protetor fator 90. Viciada em blush, gloss e afins, ela confessa que nem por conta dos vários editoriais de moda que já fez, aprendeu a se maquiar sozinha. ?Adoraria fazer aqueles ?olhões? pretos, mas não sei?, resigna-se, aos risos.
Com 1,65m e 53 quilos, Wanda admite ser vaidosa. ?Eu trabalho com a imagem. Não posso me descuidar?, pondera. Mas jura ser capaz de fazer sacrifícios em nome da profissão. Engordar, emagrecer, cortar ou pintar os cabelos… Tudo está valendo. ?Se engordar, emagreço. Se cortar os cabelos, eles crescem. Nada seria definitivo?, argumenta a atriz, que adota uma alimentação saudável, mas sem sacrifícios.
Feliz com seu primeiro papel em novelas, Wanda diz que, finalmente, se encontrou. Encantada com a carreira de atriz desde a infância, a moça estrelou vários comerciais até ser escalada, aos 16 anos, para ser uma das ?coleguinhas? do Caldeirão do Huck. Após oito meses no programa, a moça intensificou as aulas de interpretação e participou do especial Por toda a minha vida, que homenageou o cantor Leandro, mas sempre buscou uma chance em novelas. ?Fui reprovada tantas vezes… Mas me acostumei com isso, já que na carreira de modelo também há teste quase diariamente?, salienta ela, que carrega cinco tatuagens pelo corpo.