Tanto esforço tem dado resultado. Ovacionada pelos membros da bateria, Grazi sobe ao palco do Clube Monte Líbano, na Lagoa, Zona Sul carioca, cheia de entusiasmo. Vestida com um modelito comportadíssimo – bermuda jeans e bata verde com paetês -, ela não pára de rebolar um só segundo. Com o samba da escola na ponta da língua, a loura prova que está em plena sintonia com a agremiação. ?O samba no pé é importante. Mas acho que a vibração e o entrosamento com a escola são essenciais para uma rainha de bateria. E isso eu tenho de sobra?, garante, sorridente.
É bem verdade que, para Grazi, a arte de sambar não é tão simples. Embora tenha passado a adolescência desfilando pela Unidos do Cruzeiro, escola de Jacarezinho, no interior do Paraná, onde nasceu, ela sabe que ainda tem muito a aprender. Por isso, aproveita os ensaios para observar os movimentos das passistas, todas negras ou mulatas. ?Mesmo sabendo que nunca vou remexer como elas, sempre tento caprichar no rebolado e empinar o bumbum?, reconhece ela, que inclusive chamou a primeira passista da escola, Tatiane Feiticeira, para lhe ensinar alguns passos.
Pelo visto, os ensinamentos de Tatiane foram bem aproveitados. Com um visual enxutérrimo, Grazi tenta convencer de que está em forma para assumir o posto. No entanto, a atriz sabe que na hora do desfile, na segunda-feira, dia 19 de fevereiro, a pressão será bem maior. Para não atrapalhar a evolução dos componentes, Grazi se esmerou também no condicionamento físico. Passou a malhar religiosamente três vezes por semana e fechou a boca. Como resultado, deixou o já belo corpo de 59 quilos em 1,73 de altura ainda mais esculpido.
Sua fantasia, confeccionada por Carlinhos Barzelay – que também cria os figurinos para rainhas como Luciana Gimenez e Quitéria Chagas -, custou a bagatela de R$ 50 mil. É toda banhada em ouro e tem aplicações de cristais Swarovski. Na avenida, a atriz terá a ?escolta? do namorado e também ex-BBB Alan Passos, que sairá na diretoria da escola.
Há uma boa chance de a estrela de Grazi brilhar na avenida. Como acontece desde que ela ganhou a simpatia do público durante a quinta edição do Big Brother Brasil. Com sotaque interiorano e jeitinho brejeiro, Grazi conquistou o segundo lugar no programa. Desde então, participou de inúmeras campanhas publicitárias até ser convidada para a trama de Manoel Carlos, onde sua personagem ganhou notoriedade em meio a histórias mornas e atores insatisfeitos. ?Me preparei muito para isso e estou feliz pela confiança que o Maneco depositou em mim?, derrete-se. Parece que no mundo das celebridades instantâneas, Grazi conseguiu prorrogar seus 15 minutos de fama.
Natalia Castro – PopTevê
Adorável trapalhão
Para construir o personagem, Rodrigo cortou a cabeleira, lançou mão de um par de óculos, no melhor estilo nerd, e encolheu os ombros para dar a Arnaldo a timidez sugerida pelas autoras. ?Eu observei o gestual de personagens retraídos do cinema e me seguro em cena para não fazer movimentos expansivos?, conta. Nos filmes que viu, Rodrigo destaca o personagem Clark Kent, de Super-homem, e o próprio Tom Ripley, de O talentoso Ripley.
Arnaldo, na verdade, passou a protagonizar outra história ao se envolver com Carola.
O entrosamento entre Rodrigo e Fernanda é tão evidente em cena que os personagens ganharam espaço na trama.
?O personagem já está apaixonado, mas suas ações ainda são confusas. Principalmente nas cenas em que a Carola faz algo capaz de tirá-lo do sério?, avalia Rodrigo.
Carolina Marques – PopTevê
Presença irretocável
É um absurdo dizer de que estou insatisfeita com a novela?, afirma.
Ela elogia a relação de cumplicidade de Teresa com o filho, o pianista Luciano, interpretado por Rafael Almeida. Para a atriz, é normal que assuntos corriqueiros – à exceção das ameaças sofridas por sua personagem e o posterior seqüestro do filho, que ganharam relevância – fiquem em segundo plano. Afinal, a trama aborda assuntos polêmicos como aids, síndrome de Down, alcoolismo, preconceito e bulimia.
?O Maneco aborda tudo muito bem, sem aquela linguagem didática. Seus diálogos são consistentes?, avalia ela, em sua primeira novela do autor.
Apesar da experiência – que lhe permitiria até ?relaxar? ao se preparar para um papel -, Renata mantém a disciplina. Resolveu conhecer um mundo até então desconhecido para ela: o do poder público. Para viver Teresa, passou três dias acompanhando a rotina de advogadas, promotoras e juízas em tribunais e audiências.
O objetivo era perceber como mulheres ?poderosas? se dividem entre a profissão e o lado mãe, dona-de-casa, esposa…
?Esta é uma profissão que eu poderia ter escolhido.
Minha identificação com essas mulheres foi enorme?, garante.
A identificação tardia chega a ser curiosa. Afinal, na juventude, Renata pensou bastante em qual carreira seguiria. Cogitou ser jornalista, socióloga e até cursou Psicologia. Mas durante um intercâmbio em São Francisco, na Califórnia, em 1964, fez Artes Dramáticas e foi aconselhada pelo professor a ser atriz.
?Ele disse que eu levava jeito.
Quando voltei ao Brasil, três anos depois, percebi que era mesmo no teatro que me sentia à vontade?, recorda ela, que estrearia na tevê dois anos depois, na novela Um gosto amargo de festa, da extinta TV Tupi.
Fabíola Tavernard – PopTevê
Destino selado
A atriz acreditava piamente que tinha tido um dos piores desempenhos da avaliação. Ligou para sua professora de teatro e desabafou. Chorou mais um pouco e, com a certeza da reprovação, resolveu não pensar mais naquilo. A surpresa veio dias depois, quando recebeu o telefonema de uma produtora de elenco dizendo que ela não só tinha sido aprovada, como também iria interpretar Cecília, uma das protagonistas na nova fase da novelinha. ?Eu me senti tão mal no teste… Nervosa, dura em cena. Nem acreditei quando soube que passei?, recorda, já rindo da situação.
Mas as surpresas da carioca de 20 anos não pararam por aí. Maria Eduarda arregalou os olhos quando percebeu que teria de convencer na pele de uma moça com personalidade tão ?pacífica?. A atriz confessa que, a princípio, gostaria de estrear na tevê já na pele de uma vilã. Ou de, ao menos, viver Marcela ou Vivian, as outras protagonistas interpretadas pelas também novatas Thaila Ayala e Fiorella Mattheis, respectivamente. Mas Cecília é a ?certinha? do trio. Calma, romântica, responsável, trabalha para ajudar nas despesas da casa e pensa muito antes de tomar qualquer decisão. Mesmo as amorosas. Apaixonada por Mateus, de Klebber Toledo, ela não toma coragem de se declarar. ?Tenho mais a ver com a Vivian e a Marcela. Mas estou percebendo que consigo me transformar para fazer a Cecília. É um bom exercício?, valoriza.
Maria Eduarda também diz que ainda está se adaptando à tevê. Aluna de teatro desde os seis anos, ela revela que encontra certa dificuldade em interpretar de uma forma mais contida, já que no palco as expressões e gestos pedem mais espaço. Na tevê, ela tem de se segurar para controlar a voz e buscar o melhor posicionamento para a câmera.
Pelo menos no que diz respeito aos estudos, o dia-a-dia da estreante, inicialmente, não mudará por conta da novelinha. Aluna do quarto período de Psicologia, ela diz que seus pais não permitem que ela tranque a faculdade. Ela até gosta do curso, e acredita que pode ajudá-la a entender e construir personagens. Mas, se depender da própria vontade, Maria Eduarda ainda viverá muitos tipos na tevê, no cinema e no teatro, sua grande paixão.
Fabíola Tavernard – PopTevê