Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Mel Lisboa não se questiona mais sobre o porquê de ser sempre convidada para interpretar mulheres sensuais na tevê.

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A carismática atriz concluiu que os convites se devem ao seu desempenho como a Anita na minissérie Presença de Anita, que marcou o início de sua carreira e seus próximos trabalhos. ?Fiz uma coisa que funcionou. É uma fórmula, sei fazer. Se quiserem que eu faça a Anita de novo, sei fazer lindamente. Mas não me enxergam de outra maneira!?, reclama. Apesar de Carla, personagem que vive atualmente em Sete pecados, ser uma espécie de encarnação da luxúria, ela admite que faria a novela de qualquer maneira. ?Lógico que tive um certo receio, porque seria repetir o que já fiz milhões de vezes. Mas queria muito trabalhar com o Walcyr Carrasco e o Jorge Fernando?, valoriza a atriz, referindo-se ao autor e ao diretor da trama, respectivamente.

O sex appeal tem mesmo sido o grande aliado da atriz de 25 anos para tornar a personagem uma jovem sonsa e interesseira ainda mais crível. Na história, Carla usa a sedução para realizar todos os seus desejos materiais, como comprar sapatos, roupas e jóias. ?A Carla é uma cobra.

É puro veneno. Chega a me dar angústia?, confessa. Longe das novelas desde 2004 quando interpretou a Lenita em Como uma onda , Sete pecados é a terceira novela da atriz na Globo. Antes, ela já havia dado vida à Gabriela de Desejos de mulher, exibida em 2002. No período em que ficou afastada, Mel se dedicou à apresentação do Oi mundo afora, exibido no canal a cabo GNT. Ela conta que apresentar o programa foi uma experiência maravilhosa, já que teve a oportunidade de conciliar grandes paixões: a fotografia e o interesse por novas culturas e viagens. Tanto que, quando terminou o programa, lançou

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o livro GNT mundo afora, que reúne cliques feitos por ela própria. ?Gostei desse negócio de ser apresentadora?, diz a artista que tem contrato com a Globo até 2009.

Segura e feliz com o seu atual momento profissional, Mel garante que foi-se o tempo em que se incomodava em ter sua imagem ligada à lascívia. Justamente por ter consciência de que sabe fazer bem outros papéis, ela não se incomoda em ser convidada para viver mulheres sedutoras. Ela só reclama que fazer as ?sensuais? sempre dão trabalho. ?Tem de malhar, viver de dieta, colocar peitão. Assim não dá para ser feliz. É muito chato!?, diverte-se a gaúcha que adora beber uma cervejinha com os amigos e se encher de chocolate de vez em quando.

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Longa espera

André Segatti não vê a hora de gravar as cenas em que a vida de Ernesto, seu personagem em Caminhos do coração, muda completamente. ?É dele a missão de viver o maior drama romântico da novela?, valoriza. Isso porque o honesto policial vai, em breve, se apaixonar perdidamente por Esmeralda, trapezista interpretada por Lana Rodes. Até aí, nada além de uma história de amor típica de folhetins. Mas, assim que se casarem e acreditarem, no auge do romantismo, que nada mais os separa, os pombinhos terão de enfrentar uma tragédia. Num tiroteio, Ernesto é baleado na coluna e fica paraplégico.

?É quando entra o impasse: ela vai abandoná-lo ou continuar com ele??, questiona o ator de 35 anos.

Disciplinado, André se empenhou para tornar o policial um personagem crível. Freqüentou delegacias e fez questão de acompanhar os ?homens da lei? em batidas e rondas. Observador, avaliou seus trejeitos, linguajar e o tom que usam nas diferentes e extremas situações. ?O policial tem de ter uma conduta. Por melhor pessoa que ele seja, tem de ser duro e até cruel com os bandidos?, avalia o ator, que encontrou na interpretação de Wagner Moura como o capitão Nascimento do filme Tropa de elite a referência ideal. ?Se todos os policiais agissem daquela maneira, não haveria mais bandidos por aí?, pondera.

Na pele do policial, André vive seu segundo papel na Record. Bem diferente do primeiro, aliás. Em Prova de amor, também de Tiago Santiago, ele viveu Gerião, um bandido incorrigível responsável por cometer, ao lado de Lopo, de Leonardo Vieira, as piores atrocidades da história. ?Foi meu primeiro papel com consistência, onde as pessoas pararam de me ver apenas como um cara bonito?, acredita o ator, que estreou na Globo assim que saiu da Oficina de atores da emissora como elenco de apoio na trama O amor está no ar, em 1997.

Contratado pela Record até 2012 e visivelmente satisfeito com os rumos de seus papéis por lá, André já vislumbra uma carreira internacional. O ator tem um agente nos Estados Unidos e, sempre que tem um espaço entre uma novela e outra, viaja para Miami e
Los Angeles para fazer testes.

?Já tento há cinco anos, mas sei que é um processo lento. Tenho esse desejo real, e não vou deixar passar. Para mim, nada é impossível?, avisa.

As aparências enganam

Leona Cavalli até parece frágil, muito magrinha e delicada. Mas a atriz já provou, ao longo de sua carreira, o potencial de se transformar, em cena. Com bons papéis no currículo, como a Justine de Amazônia – De Galvez a Chico Mendes e a golpista Valdete de Belíssima, Leona foi conquistando personagens cada vez mais complexos. Hoje, ela encara mais um deles no horário nobre: a ex-drogada Dália de Duas Caras. Além dos problemas com entorpecentes, ela vai se apaixonar pelo homossexual Bernardinho, vivido por Thiago Mendonça. Para a atriz, tudo não passa de acaso.

?Não posso atribuir esses papéis a nada que não seja à sorte?, analisa, para em seguida lembrar da bem-sucedida carreira teatral – já foi dirigida por grandes mestres como Paulo Autran, Lélia Abramo e Zé Celso Martinez Corrêa.

Radical

Aos 15 anos, Leona trocou a tradicional festa de debutante por uma viagem que não teria volta.

A atriz foi para Londres e lá assistiu a uma peça que lhe convenceu, de vez, de que seria atriz. Como os pais, habitantes da pequena Rosário do Sul, no Rio Grande do Sul, eram contra a carreira, ela ameaçou não voltar caso eles não permitissem que ela fosse para Porto Alegre estudar Artes Cênicas. A ameaça funcionou e ela retornou ao País para estudar o que queria na capital gaúcha.

?Nunca quis fazer outra coisa da vida?, afirma a atriz, que encara seu primeiro papel do começo ao fim de uma novela como uma oportunidade de renovação. ?Interpretar em um veículo novo e com um público diferente é uma oportunidade de crescimento. A interpretação sempre parte de um mesmo princípio, que é o coração da personagem. Mas na televisão é um período curto de ensaios e longo de obra. Já no teatro é o oposto. Ao mesmo tempo é uma obra aberta em que estou começando e não sei exatamente para onde a personagem vai.

É uma outra forma de ser ao vivo?.