Melhores mulheres é a tradução do título. A noite do Oscar era dos homens, que fizeram papéis mais difíceis, de personagens reais e profundos. Só que a vitória da atriz Rachel Weisz pela atuação no filme dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, no entanto, exige que a Tribuna Pop coloque em primeiro plano as mulheres premiadas na festa mais leve e divertida que o Oscar já ofereceu para o mundo.

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A premiação da atriz britânica como coadjuvante na trama O jardineiro fiel é uma vitória indireta de Meirelles. Procurado pela Agência Estado para comentar o discurso em que ela agradeceu pelo apoio do diretor e o qualificou como uma pessoa extremamente humana, ele se disse emocionado pela homenagem.

Para o brasileiro, a gratidão de Rachel se deve às dificuldades que ela teve para filmar as cenas de um nu frontal em Berlim, na Alemanha. A equipe já havia feito as filmagens na África e a atriz pediu a ele para refazer o trabalho do nu, reconhecendo que não estava bom em matéria de naturalidade.

Grávida, Rachel faz aniversário esta semana comemorando o bom aumento que a estatueta trará para os cachês dos próximos filmes que estrelar, a exemplo do que já ocorreu com a nova queridinha da América, a loura Reese Whitherspoon, que se apresentou com um dos mais belos trajes da festa, e faturou o Oscar de melhor atriz principal pela atuação em Johny & June.

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Antes mesmo de se dizer surpresa com a premiação, Reese, uma mãe superdedicada de duas crianças, já havia fechado contrato para seu próximo filme pelo valor extraordinário de US$ 28 milhões, ou quase R$ 60 milhões. Superou assim o salário recordista que Julia Roberts havia alcançado, de US$ 20 milhões, cerca de R$ 45 milhões.

Fashion

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Moda é o que significa o título, inspirado na rica moda exibida pelos astros da raça negra que participaram da festa do Oscar: diamantes. Escalado para premiar a britânica Rachel Weisz, o sensacional Morgan Freeman surpreendeu quem o viu pela primeira vez com brincos de diamantes, um em cada orelha.

Ao longo da cerimônia, no entanto, apareceu uma sucessão de adeptos da moda diamante, cada um mostrando pedras maiores que a do outro. As pedras de Jammie Fox, Will Smith e Terence Howard colocaram os brinquinhos de Freeman na condição de modesto charminho. Howard, que concorria ao Oscar de melhor ator principal por O ritmo de um sonho, ao invés de brincos, usava um anel com o maior diamante, de todos, com mais de três quilates, com certeza.

Cortesia das joalherias que, assim como os costureiros e marcas de todo tipo de acessórios, brindam os astros com o que têm de melhor em troca da oportunidade de divulgar que uma autêntica celebridade de Hollywood usou seus produtos na festa.

Fashion 2

Moda 2. Destaques entre as mulheres colocadas em foco durante a festa, Charlize Theron, Meryl Streep, Salma Hayek, Sandra Bullock e Jennifer Garner não superaram a elegância da ganhadora do Oscar de melhor coadjuvante, Reese Whitherspoon.

Derrotada na disputa com Reese, a sul-africana Theron embarcou numa furada ao desfilar com um imenso laço que mostra na foto à direita, como enfeite do colo despido. Os decotes foram o ponto alto da moda na festa de Hollywood e também no Brasil.

Com os seios menores do que nunca, a veterana Meryl Streep, da foto redonda, fez bonito com o vestido brilhante de decote pra lá de escancarado, brincos compridos cravejados de pedras e um anel com pedra grande, o máximo também na novela Belíssima e na moda nacional.

A mexicana Salma Hayek usou um lindo vestido azul com os seios marcados por recorte. O chato foi que a única alça repuxou o recorte e deixou um deles amassadão.

The men

Em português: os homens. Cotado diretamente a três categorias de Oscar, o morenão George Clooney faturou apenas a estatueta de coadjuvante em Siryana. O outro filme ao qual Clooney era cotado, Boa noite, boa sorte, não levou nada. Mas ele ficou novamente com o título de o mais elegante da festa.

Na contrapartida, o louro Phillip Seymour Hoffman, que faturou o prêmio de melhor ator pela atuação em Capote, parecia até ter dificuldades para andar em função da barriga saliente, que nem a camisa preta conseguiu disfarçar. De bonitinho, o agradecimento à mãe, que revelou ter criado quatro filhos sozinha.

Outros homens felizes com a noite: Rob Marshal, de Memórias de uma gueixa, que levou três estatuetas, para direção de arte, fotografia e figurino. Peter Jackson, de King Kong, que ficou com as categorias técnicas, de efeitos visuais, edição de som e mixagem de som.

Entre os tristes, todos, e foram muitos, os que acreditaram na vitória do palestino Paradise now. O mundo judaico queria até retirá-lo da competição, mas ele só perdeu para o sul-africano Tsotsi.

Wardrobe

Tradução: armário. Já fazia alguns dias que o noticiário especulativo sobre quem seriam os vencedores do Oscar dava conta de que Crash, no limite, poderia surpreender e derrotar o favorito O segredo de Brokeback Mountain, que era cotado em oito categorias.

Na análise sobre as perspectivas de Brokeback perdesse nas categorias importantes, o que mais se falou foi que seria muita inovação o reconhecimento de uma trama que valoriza o amor gay, e além de tudo, entre cowboys, ícones do cinema americano.

E assim foi. Hollywood continua no armário e Paul Haggis sorri ao exibir, à esquerda, duas das três estatuetas que faturou para Crash, roteiro original e montagem. A terceira foi por melhor filme. Para compensar, a tal Academia deu três prêmios a Brokeback: melhor direção, para Ang Lee, roteiro adaptado e trilha sonora.

 Representantes do até então favorito, os jovens Heath Ledger e Michelle Williams, indicados para melhor ator e atriz, já na chegada, no chamado tapete vermelho, mostravam o ar derrotado que mantiveram durante toda a cerimônia.