Uma grande festa para comemorar a chegada dos 15 anos – para muitas, quase uma ?maioridade? – ainda é, sim, o sonho de várias meninas. Cada vez mais antenadas, as adolescentes fazem questão de opinar em cada detalhe e, assim, tomam conta de tudo. No lugar dos vestidos no estilo ?bolo de noiva?, modelos mais justos, com fendas generosas e nada de branco: a cor da moda é lilás. Palavra de quem entende do assunto. ?Até o ano passado era pink, mas já mudou. E esses detalhes são muito valorizados pelas adolescentes. Elas não querem nada igual ao da amiga, nada que já tenha sido visto. Costumo dizer que festa de quinze anos é muito mais difícil de organizar do que casamento porque noivos normalmente entram em acordo, mas nem sempre isso acontece entre a filha e a mãe que planejam a festa. É preciso negociar com elas cada detalhe – do total de convidados até o tipo de música que o DJ vai tocar?, conta o cerimonialista Baltazar Lemos, 13 anos de carreira, mais de 300 festas de 15 anos no currículo.
Prestes a debutar no Rio de Janeiro, a atriz Tamara Ribeiro, a Marina de Queridos amigos, faz questão de acompanhar toda a organização da festa. ?Dou pitaco em tudo, afinal, sou a aniversariante?, diz ela. Para ser seu príncipe, Tamara convidou o também ator Johnny Massaro, o Fernandinho de Malhação.
?Fizemos par na segunda fase de Floribella e somos muito amigos até hoje?, conta a jovem, que ainda não ensaiou com o parceiro. ?O que me dá confiança é que ele já foi par de outras debutantes?, ri.
Em Curitiba, contratar ator não é tão comum, mas os pais investem alto em som, luz e cenário temático. Vale fazer do Castelo do Batel um cenário de príncipes e princesas, como aconteceu recentemente numa festa que custou R$ 400 mil ou levar a festa para lugares inusitados, como haras e bares da moda.
?Os pais podem desembolsar mais de R$ 80 mil no aluguel do espaço, mas só isso não dá conta do sonho delas. Tem que ter TVs de plasma (R$ 200 o aluguel de cada uma), lounge para ver o bar tender fazer os drinks e um DJ ou MC conhecido?, conta Lemos, confidenciando que, apesar da quantidade imensa de drinks servidos, os produtores combinam com os pais que eles terão mais cor e suco de fruta do que álcool.
Como pista de dança e lounge com pufes para um pit stop não pode faltar dá pra entender porque as aniversariantes se preocupam tanto com o DJ e drink. ?Elas se sentem pressionadas a agradar e para os amigos adolescentes da aniversariante o que conta, hoje, é: quem vai tocar e o que tem pra beber?, analisa Lemos. Segundo ele, como toda a festa gira em torno da pista de dança até o bolo está se modernizando: em vez de fatias, agora ele vem em versões mini, individuais.
As lembrancinhas continuam na moda e a mais disputadas são os chinelos personalizados, distribuídos pela aniversariante. Caricaturistas também andam fazendo sucesso.
E com tamanha produção não espanta que o mercado de festas tenha ?importado? cenógrafos e produtores de teatro, além de seguranças treinados para barrar penetras. ?É que adolescente anda em turma e quando um sabe que a festa está boa, chama todos os amigos, todos mesmo?, diverte-se Lemos, contando que para a aniversariante isso é a glória. Quanto mais gente tentando entrar, mais sucesso sua festa está fazendo. E mesmo que os pais não queiram pagar pelos ?extras?, penetras fazem parte de uma boa festa.
Príncipe por uma noite
Das agências
Se a valsa está garantida, nada melhor do que um belo príncipe para fazer par. E se ele for, além de bonito, famoso e simpático, a festa vai ser mais disputada. Quem não tem amigos assim, bonitos e famosos, pode contratar um príncipe. Um dos mais requisitados, o ator Kayky Brito, 19 anos, já perdeu a conta de quantas debutantes dançaram em seus braços. ?Não dá para calcular, os pedidos são muitos, mas para eu ir depende da disponibilidade de viajar?, diz ele, que completa: ?Não existe segredo quanto a isso de ser tão procurado, o importante é ter carisma?.
Kayky gosta de dançar, mas confessa: ?Aprendi com o tempo, aos poucos fui pegando o jeito?. Enquanto ficam pertinho do ídolo, algumas meninas, claro, já tentaram um ?algo a mais?. ?Sempre rola, mas levo numa boa?, garante ele, que sabe lidar com o assédio. ?Vou preparado para sessões de fotos e autógrafos, é normal. Todas as festas que fiz foram legais, têm vezes que de tão bacanas fico até o fim, curtindo tudo com a debutante e as amigas?.
Alvo das atenções ao lado da debutante, Kayky vive muita história inusitada. ?Já aconteceu de a aniversariante desmaiar, começar a chorar e não parar mais, além dos pisões no pé?, ri. ?Às vezes, chego de surpresa, os pais não contam à menina, e é muita emoção?, garante.
Quem pode mais?
Daniella Cicarelli estréia hoje, concorrendo com Faustão, Eliana e Gugu Liberato. ?A Band nunca veio me cobrar audiência. Eu começo como aprendiz, para fazer o melhor. Eles (a concorrência) também foram conquistando seu público aos poucos?, diz.
Em Quem pode mais?, Daniella promove jogos de perguntas e respostas, faz entrevistas externas, chama convidados e coloca em pauta a eterna questão da guerra dos sexos.
Segundo a diretora-geral de programação da Band Elisabetta Zenatti, o programa nunca foi planejado para ser um concorrente direto das atrações dominicais, até por ser mais voltado para os jovens do que para as famílias, audiência massiva de quem assiste TV aos domingos. No entanto, não há como fugir do assunto. A própria modelo exalta seu lado mais competitivo: ?O apresentador quer o domingo. É um dia nobre. Já é um prazer estar no meio destas pessoas que estão há anos na televisão.?
Daniella defende que, apesar de ter um tema limitado, o programa pode se ?mutar?, como vem acontecendo com seus concorrentes há anos.?Temos pontos definidos, o que não quer dizer que não vamos nos ligar às oportunidades. Esporadicamente vai ter uma celebridade convidada. Esse é o esqueleto, o resto a gente vai conduzir?, explica.
Neste primeiro formato, a platéia é parte fundamental da atração: interage a todo tempo com a apresentadora, que faz ou não piada com seu público.
?Eu estava gravando um dos pilotos e tive uma crise de riso. Qualquer coisa que eles falam eu morro de rir?, diz. ?Eu me identifico com os jovens, porque eu me sinto como eles. Eu tiro sarro da cara deles, mas eles também tiram sarro da minha. Há uma sinergia muito boa.?
A Band também fez altos investimentos para promover Cicarelli em sua programação. Gravada em película, a abertura do Quem pode mais? mostra Daniella vestida de homem e mulher, em diversas situações, tornadas possíveis graças ao uso de efeitos visuais, em que aparece lado-a-lado de várias cópias suas.
As trocas de ?sexo? que aparentemente fariam parte de um quadro fixo, vão ser mostradas apenas na abertura, comprovando que a moça também anda palpitando no formato da atração dos bastidores. ?Eu não consegui achar meu lado atriz?, dispara. ?Quero aparecer todos os dias na TV bonita. Não que bigode não seja bom, mas não combina comigo?, divertiu-se.
Na prática, o Quem pode mais? não se diferencia muito do beija-sapo, programa que Daniella apresentava na MTV. A platéia também é jovem e as entrevistas são tão espontâneas quanto na emissora concorrente. O diferencial é que, ao invés dos meninos e meninas se flertarem, existe o oposto: todos eles ?brigam? para mostrar quem é o melhor, ou ?mais forte?, como anuncia a emissora.
Como qualquer game show, o programa traz diferentes jogos, na maioria das vezes de perguntas e respostas. As mulheres se intercalam testando seus conhecimentos sobre o universo masculino, como quem ganhou a Copa de 2006 e a que time pertence determinado jogador.
Os homens também adentram no suposto universo feminino, respondendo perguntas sobre o nome do namorado da Barbie e quando se comemora o Dia Internacional da Mulher.
Quem Pode Mais? tem 1h40 de duração e estréia hoje, às 14h.
Relax
No seriado Mandrake, exibido pela HBO, a atriz Juliana Lohmann, 18 anos, interpreta uma prostituta. Por causa das gravações da segunda temporada, ela anda sem tempo para relaxar, mas apesar da rotina corrida, ela não deixa que o stress tome conta de seu dia-a-dia. ?Antes que ele chegue ao limite, entro logo em contato com a natureza?, comenta. Juliana revela na revista Nova sua rotina anti-stress. No Rio de Janeiro procura uma praia com pouca gente. ?Ali escuto o barulho das ondas, sinto o sol bater na minha pele… Num instante fico ótima?. Quando está gravando em São Paulo, ela apela para a dança. ?Gastar energia ao ritmo da música me deixa leve?, conta.
Estréia
Em abril, estréia a nova temporada do Happy hour, ao vivo, pelo canal à cabo GNT. A atração será comandada pela jornalista Lorena Calábria.
Ela assume o programa no ar de segunda a sexta-feira, às 19h – na vaga deixada pela jornalista Astrid Fontenelle, que ficou nove meses de ponte aérea (Astrid mora em São Paulo e gravava o programa no Rio). Calábria é carioca, mas mora em São Paulo e vai enfrentar a mesma rotina.
Mascote
Dá só uma olhada nesse coelhinho. Pensou em Páscoa? Nada disso.
O coelho chegou às prateleiras das lojas brasileiras para se tornar o melhor amigo de quem não consegue se desconectar do mundo.
Nabaztag é o nome da criaturinha inteligente criada pela Tectoy com tecnologia Wi-Fi e que, entre outras funções, avisa quando chegam e-mails, canta músicas em MP3 e até lê as notícias do dia. Tudo em português!