Danielle Blaskievicz
É inevitável. Ao sair de casa, Maurício Gonçalves é freqüentemente chamado de Capitão-do-Mato. O perverso personagem que faz em Sinhá Moça já rende, inclusive, histórias inusitadas. ?Outro dia uma senhora veio me dar bronca porque eu estaria denegrindo a imagem dos negros. Teve todo um embasamento teórico para o sermão?, revela o ator. Maurício se diverte. Até porque, é pelos vilões que nutre uma sincera simpatia. ?Com eles, posso mexer com meus demônios internos?, justifica.
Nem sempre os vilões estiveram presentes na carreira que já tem 16 anos. O filho do consagrado ator e diretor Milton Gonçalves já foi até Jesus Cristo no Auto da Compadecida, mas se lembra com carinho de uma participação como um temido bandido no extinto seriado Mulher. ?Descolori os cabelos e fui muito parado em blitz por causa disso?, recorda. Nada se compara, porém, ao apelo que o atual personagem tem. Com uma barba enorme – que não apara há pelo menos seis meses -, o ator tem vivido momentos marcantes na novela das seis da Globo. Como a cena em que o Capitão foi açoitado no tronco. ?Me entreguei de verdade ali e mandei bater com força?, conta ele, já mostrando as marcas de toda essa ?carga dramática?. ?Machuquei o punho, mas só fui sentir depois?, comenta.
Ao interpretar um malfeitor de dois séculos atrás, Maurício acredita estar fazendo um paralelo com os dias atuais. ?O negro não vai mais para o tronco, mas ainda sofre muitas injustiças?, discursa. Para ele, o Capitão-do-Mato é o símbolo do negro que renega a própria raça. ?De certa forma, ele tem uma ascensão social e não quer perder isso?, avalia ele, que deixa escapar que a ?bondade? repentina do personagem – que se bandeou para o lado dos escravos – é apenas momentânea. ?Ele continua aprontando. A índole dele não muda?, adianta o ator, que nada viu da primeira versão da novela para não se influenciar. ?Decidi construir um personagem baseado exclusivamente no texto, que é fantástico?, derrama-se Maurício, que também é escritor.
Carolina Marques – PopTevê
O primeiro Capitão-do-Mato foi feito por Tony Tornado, que é corpulento e metia medo pela figura imponente. O que você buscou para o seu personagem?
Achei que este deveria ser mais ardiloso. Ele é mais racional, sabe onde quer chegar, e mais ainda, ele não quer voltar a ser um negro qualquer. O que mais me surpreendeu ao ler sobre os capitães-do-mato é que, na realidade, eles não passavam de bufões, ou seja, uma farsa. Ele arma mais. Por isso, acho difícil a regeneração dele em tão pouco tempo. Ele já foi corrompido. É um negro emergente.
Ao retratar um período histórico, como foi o da escravidão, a novela contribui para que, em sua opinião?
Acho que o tema é mais contemporâneo do que a gente supõe. Ainda hoje o negro não é aceito como ser humano, isso só acontece politicamente. O negro que atinge um status social é visto com desconfiança. Inclusive pelos próprios negros, que acham que se você ascende socialmente, de alguma forma, está renegando seu passado. É uma teoria longa a ser discutida. Melhorou? Sim. Mas ainda é difícil a abertura de mercado para os negros. Na televisão, os negros continuam fazendo papéis de negros, salvo algumas exceções, mesmo tendo destaque.
Ser filho de Milton Gonçalves, um ator com uma história de militância, o funcionário mais antigo da Globo, ajudou ou atrapalhou a carreira?
Acho que ajudou. Meu pai sempre foi muito consciente, lutou pela abertura de mercado para os atores negros, tem uma importância dentro da dramaturgia. É claro que existem comparações, mas aos poucos a gente vai achando o próprio caminho. Tenho extremo orgulho de ser filho de quem eu sou.
Em 16 anos de carreira, você diria que este é o primeiro personagem de destaque na tevê?
É a primeira novela em que me sinto à vontade. Descobri que em tevê, menos é mais. Sempre fui muito teatral, não sabia me adequar à linguagem do veículo. Sinto que dei um salto. Estou fazendo com leveza e tranqüilidade. Encontrei esse naturalismo pedido.
Riso solto
Chega até a parecer estranho ver Bruna Marquezine sorrindo em cena. Depois de personagens sofridos como a chorosa Salete, de Mulheres apaixonadas, e a cega Flor, de América, pela primeira vez a atriz-mirim interpreta um papel ligado à comédia. Em Cobras & lagartos, Bruna vive Lurdinha, uma menina mercenária, que vive repetindo para a mãe Eva, de Eliane Giardini, a pretensão de se tornar uma adulta milionária. ?Ela é maliciosa, sapeca, e muito esperta?, descreve a atriz. Embora as experiências anteriores a tenham transformado em um expert em cenas de chororô, Bruna acha igualmente difícil despertar a risada do público. ?Para fazer rir, você precisa alcançar o ponto certo do humor, senão perde a graça. E, na hora de chorar, você precisa passar verdade para a câmara, o que também é difícil?, ensina a garota, que, apesar de ter apenas 10 anos, já soma cinco anos de carreira e está na terceira novela.
Mas se o trabalho é de ?gente grande?, as preferências ainda são infantis. Como qualquer outra menina de sua idade, Bruna adora brincar de Barbie com as amigas e assistir a desenhos animados. Além disso, divide as horas de gravação com as aulas da 5.ª série do Ensino Fundamental, e com os treinos de ginástica olímpica e natação. ?Tem gente que me pergunta até se eu estudo, como se eu não fizesse mais nada a não ser trabalhar. Adoro ser atriz, mas adoro ser criança. E faço todos os programas comuns a gente da minha idade?, garante a menina, que planeja viver da carreira de atriz.
Natalia Castro – PopTevê
Raio X
Nome: Bruna Reis Maia.
?O Marquezine veio da minha avó paterna, que é italiana?;
Nascimento: 4 de agosto de 1995, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro;
Na tevê: gosto de desenhos animados como Bob Esponja e Arnold;
Ao que não assiste na tevê: programas jornalísticos;
Nas horas livres: gosto de brincar e escutar música;
No cinema: comédias e suspense;
Música: hip hop;
Livro: Festa de criança, de Luis Fernando Veríssimo;
Mulher bonita: Deborah Secco;
Homem bonito: Leonardo DiCaprio;
Cantor: não tenho;
Cantora: Ivete Sangalo;
Ator: Tony Ramos;
Atriz: Fernanda Montenegro;
Animal de estimação: uma cocker spaniel de nome Lala e um poodle chamado Willow;
Melhor viagem: sempre que vou para o Espírito Santo ver meus familiares;
Sinônimo de elegância: educação;
Personagem que gostaria de interpretar: uma vilã;
Personagem que mais gostou de interpretar: todas, cada uma do seu jeito;
Mania: não tenho;
Filosofia de vida: Tudo posso naquele que me fortalece.
Stars shopping
Valéria Palombo
Dois belos famosos da tevê são destaques desta página especial da seção Stars Shopping.
Os atores Eduardo Moscovis e Cauã Raymond emprestam suas imagens para campanhas publicitárias relacionadas ao Dia dos Pais, 12 de agosto. Comprometidos e atualmente fora do ar, os globais foram contratados pela Technos e pela Hering.
O protagonista da novela recordista de audiência no horário das seis, Alma gêmea, foi escolhido pela área de marketing da marca de relógios por se tratar de um exemplo de pai para Gabriela, de 7 anos, e Sofia, de 5 anos.
À esquerda, Eduardo Moscovis é freqüentemente fotografado em programas tipo família com a atual amada, Cynthia Howlett, e as filhas que teve com a ex, Roberta Richard. Ele vive com a apresentadora há cerca de um ano, mas já são mais de três anos de namoro.
Já Cauã Raymond (à direita), que interpretou um garoto de programa na recém-encerrada Belíssima, faz dupla com o próprio pai na campanha da indústria de malhas, que quer vender a idéia de que tem presentes bacanas para oferecer aos pais de espírito jovem.
Após a solteirice que se seguiu ao fim do longo relacionamento sob o mesmo teto com a atriz Alinne Moraes, o ator curtiu várias garotas, mas hoje namora a modelo Lise Grendene, herdeira da indústria que produz sandálias de plástico. Ex-hippie, o pai transmitiu a ele todo um estilo de vida.
Cabeleiras coloridas
Com a carreira ainda sustentada especialmente pela beleza, Juliana Paes é parceira da veterana e consagrada atriz Christiane Torloni em campanhas da L?Oréal Paris promocionais das marcas Imédia Excellence e Garnier, de tintas para cabelos.
Faltando pouco para chegar aos 50 anos, Torloni foi notícia recente ao representar a classe brasileira na festa de despedida de Sir Sean Connery do cinema mundial, que gosta de tratá-lo como o eterno agente 007, James Bond.
?Falar com Sean Connery foi um frisson. Quase desmaiei?, comentou a atriz, que foi à festa, em Los Angeles, com o terceiro marido, o diretor da Band, Ignácio Coqueiro, da mesma idade dela.
Torloni hoje grava para a minissérie Amazônia, de Glória Perez, que vai ao ar em 2007, mas foi colega de Ju Paes em América: a primeira fez uma cleptomaníaca, e a outra foi a falsa beata.
Com muito mais convites desde que entrou para o ranking das maiores beldades do Planeta da respeitada revista People, Ju tem sido capa das principais publicações brasileiras. Elas gostam de defini-la como uma celebridade simples e que, além de linda, encanta pela espontaneidade, alegria e bom humor.
No auge da fama, a bela de 27 anos vive com o namorado, Carlos Baptista, e se empenha para valorizar seu lado atriz. No cinema, hoje participa das filmagens de Casa da mãe Joana, e volta à tevê em Pé na jaca, próxima novela global das sete.
Marrom Camila
Camila Pitanga é a estrela de duas campanhas de verão que chegam ao mercado publicitário em setembro. Empresta a beleza de mulata brasileira para os novos modelos de sandálias Melissa, inspirados no estilo tropical, e se mantém como garota-propaganda das tintas de cabelo Movida, com direito à cor Marrom Camila na coleção Marrons envolventes.
Aos 29 anos, Camila Pitanga ocupa o noticiário dos famosos desde os 16 anos. Foi quando estreou com sucesso na minissérie Sex Appeal, sendo escalada para a novela Fera ferida. Ela conta que aprendeu a lidar com a fama com o pai, o ator Antônio Pitanga, que vê a atividade como uma função social, sem deslumbres.
Filha e irmã de dois dos bandidos em Belíssima, recém-substituída por Páginas da vida, como a personagem, sonha com uma vida comum. Quer oficializar a união com o diretor de arte Cláudio do Amaral Peixoto, aumentar com um bebê a família, que já inclui a filha dele. e construir uma casa sob medida.
Camila também atua no cinema e produz peças de teatro. Para dar conta de tudo, procura se organizar e equilibrar. Tem aulas de canto e termina a faculdade de teatro. Faz ginástica três vezes por semana, terapia e yoga duas, e massagem, uma.
Com Giannechini
Daniela Escobar ainda espera pela sorte no amor, mas no trabalho não tem do que se queixar. Fora do ar desde o término da novela América, na qual viveu a perua Irene, empresta sua beleza para duas campanhas publicitárias da Avon Color. Foi escolhida também pela elegância e modernidade que empresta à marca.
Numa delas, a atriz foi maquiada para se parecer com a mitológica Cleópatra em anúncio que convoca maquiadores de tevê, teatro e cinema para o concurso anunciado como o Oscar da maquiagem nacional. A festa da premiação, amanhã, terá Daniela como apresentadora, ao lado de Reynaldo Giannechini.
A outra campanha com a estrela começou há pouco na tevê e em revistas, e promove a nova coleção de batons da mesma Avon Color, que lança 16 cores com efeito metálico e fator de proteção solar.
Ex do diretor de Páginas da vida, Jayme Monjardim, Daniela Escobar está solteira novamente, após mais de um ano de namoro com o belo modelo Tiago Riani. Vive com o filho do único casamento, André, de 8 anos, e sempre diz que gostaria de ter mais filhos.
Piovani & Barbie
Sem emprego na tevê, Luana Piovani tem atacado de modelo. Nesta foto, mostra um vestido balonê que a Cavalera criou para o verão dentro de projeto da Mattel para difundir a marca Barbie na moda para adolescentes e adultos, inclusive homens.
De cabelos curtos por conta da interpretação do personagem Pequeno príncipe no teatro, Luana está às vésperas de estrear no segundo papel no cinema, como a ex-modelo Elke Maravilha, no filme Zuzu Angel. Namorando com o ator Dado Dolabella, de Cristal, do SBT, volta às novelas no fim do ano, com a trama global Pé na jaca, que substituirá Cobras e lagartos.
Criada em 59, a boneca que está sempre na moda e que Luana Piovani ajuda a promover no Brasil já foi vestida por grandes estilistas internacionais, como Dior e Armani, e também nacionais, como Walter Rodrigues e Lino Vilaventura.
