Para Giulia Gam, prisão sempre foi coisa de cinema. Mas ao interpretar a Diva, de A favorita, a atriz pôde sentir na pele o clima pesado de uma cela. Várias cenas foram gravadas em uma área desativada da penitenciária Frei Caneca, no Rio de Janeiro. A Globo limpou a locação, mas deixou as fotos coladas pelos presidiários que ali estiveram. “Foi impressionante gravar lá e foi bom porque tudo aquilo contribuiu para que a novela ficasse crível”, analisa Giulia, que se divertiu quando teve de cair na pancadaria com as outras presidiárias da novela. “Foi engraçado ver os técnicos olhando um monte de mulher se batendo”, diverte-se. O universo de sua personagem é completamente oposto aos papéis nos quais a atriz iniciou a carreira. Aos 15 anos, ela foi a protagonista feminina em Romeu e Julieta, de Shakespeare, quando entrou para o grupo teatral Macunaíma. “A gente participava dos principais festivais do mundo. Naquela época, eu achava que a vida seria sempre assim”, lembra.
Diva é tudo, menos previsível. No início, esperava-se que ela fosse morrer de alguma doença, mas ela acabou se tornando uma peça importante na história central. “Sempre trabalhei em banho-maria porque nunca sei para onde a personagem pode ir”, explica. Mas mesmo com tantos segredos, a revelação do responsável pelo assassinato de Marcelo, interpretado por Deco Mansilha, não pegou a atriz de surpresa. “Eu sabia que a Flora era a assassina. Fico aliviada em não ter mais que guardar isso”, confessa aos risos.
Com 27 anos de carreira, Giulia Gam chegou a hesitar antes de aceitar um papel na tevê. Mas, apesar de estar muito envolvida com o teatro, não resistiu quando surgiu a oportunidade, em 1987, de viver a Jocasta jovem em Mandala, de Dias Gomes. “Achei bacana porque falava dos anos 60s e eu pude estar perto de atores como Mário Lago e Paulo Gracindo”, orgulha-se ela que, no ano seguinte, interpretou a conflituosa Luísa, em O primo Basílio. Mas a idéia de que estava traindo Antunes Filho, diretor do grupo Macunaíma, do qual ainda fazia parte, não saía de sua cabeça. “Achava que estava me vendendo para o sistema, para a Globo. Mas hoje vejo que era uma bobagem, que poderia ter me divertido mais e ficado com menos culpa”, arrepende-se.
Luana Borges – PopTevê
Segundas intenções
Chamado por Dennis Carvalho, diretor da novela, Bruno Garcia não pensou duas vezes. Mas nem sempre as coisas caem do céu. Para viver o Pedro de Queridos amigos, por exemplo, o ator precisou realizar vários testes até ser escolhido para o elenco da minissérie. Depois de interpretar muitos personagens cômicos, Bruno sentiu que estava na hora de ir para o drama. “Não só por exercício, mas também para as pessoas lembrarem que atuo em outros gêneros”, garante o ator, com diversas comédias em seu currículo. Ele também trabalhou em novelas como Kubanacan, Pé na jaca e Bang bang, além do seriado Sexo frágil, entre outras produções marcadas por textos recheados de humor.
Luana Borges – PopTevê
Entre dois amores
“O artista tem muita coisa dentro de si. Se nós fôssemos dar vazão a todos esses sentimentos na trivialidade do cotidiano, iam nos internar”, avalia. “Por isso, quanto mais coisas eu estiver fazendo e mais diferentes elas forem, melhor”, garante. A oportunidade de viver Amélia veio através do compositor e tradutor Cláudio Botelho e do diretor e cenógrafo Charles Möeller, dupla que assina boa parte das bem-sucedidas produções musicais em cartaz no Brasil. Alessandra, aliás, estreou no gênero com eles. Foi em As malvadas, de 1997, pouco depois que ela voltou dos Estados Unidos, onde estudou como bolsista de Música e de Teatro na Universidade de Evensville, no estado de Indiana. A partir daí, seguiram-se outras parcerias do trio como Ópera do malandro e O abre alas até o convite para protagonizar 7 – O musical. A oferta, ela diz, despertou um “tantinho” de medo. “É uma grande responsabilidade. Eu brinco, dizendo que sempre que me convidam para alguma coisa eu topo, e depois acho que não vou conseguir”, revela. “Mas a vontade de fazer foi mais forte”, recorda.
Louise Araujo – PopTevê