De pouco adianta toda a publicidade em torno da dúvida sobre quem é a vilã de A favorita. Na trama que estréia amanhã no horário nobre da Globo, o autor João Emanuel Carneiro tenta criar mistério em torno da identidade da verdadeira assassina da novela. Mas, para Patrícia Pillar, que será uma das protagonistas da história, não existe incerteza: intérprete de Flora, ela defende a personagem com unhas e dentes. ?Já comprei a briga dela, sim. A Flora tem uma história de vida sofrida, passa 18 anos na cadeia e, quando sai, busca justiça. Tenho certeza de que ela é inocente?, defende a atriz, que fez laboratório na Penitenciária Feminina Talavera Bruce, complexo localizado em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Rival de Donatela, vivida por Cláudia Raia, a ex-detenta não terá com ela apenas um passado em comum. ?Elas têm uma relação de simbiose, em que uma é colada com a outra.
E a vida vai juntando cada vez mais as duas?, analisa.
Um desses reencontros se dará quando as duas se apaixonarem por Zé Bob, o combativo jornalista a cargo de Carmo Dalla Vecchia. Mulherengo assumido, o repórter terá com Flora uma relação que flerta com o tradicionalismo de uma família de comercial de margarina. ?Ele acolhe a Flora. Ela faz a comida e limpa a casa, que são as coisas que aprendeu na cadeia. Mas, ao mesmo tempo, o Zé Bob dá a ela um amparo que ela não tem?, explica Patrícia, que não integrava o elenco de uma produção de horário nobre desde 1996, quando viveu a bóia-fria Luana de O rei do gado. Com papéis seguidos em remakes de Benedito Ruy Barbosa, ela admite que tem um prazer especial em trabalhar com o autor. ?Gosto de variar, mas amo o Benedito Ruy Barbosa. Já fiz várias novelas dele, e faria tantas outras?, derrete-se.
Aprendiz de cozinheira
Carla Neves – PopTevê
Marisol Ribeiro mal sabe fritar um ovo. A atriz paulistana, de 23 anos, que vive a sofisticada chef de cozinha Érika de Água na boca, é boa mesmo de garfo. ?Adoro comer. Até aprendi a cortar e a fazer coisas técnicas de cozinha por causa da personagem. Mas a comida não sai boa não?, entrega Marisol, às gargalhadas. A falta de intimidade com o preparo de alimentos não foi empecilho para a atriz aceitar o papel de cozinheira requintada. Tanto que ela não pensou duas vezes antes de se mudar da Globo, onde recentemente fez sucesso como a professora Eliete de Sete pecados, para a Band. ?Me sinto como uma operária.
E procuro sempre estar trabalhando, seja onde for?, conta.
Melhor amiga da protagonista Danielle, vivida por Rosane Mulholland, Érika é antes de tudo uma invejosa. Segundo a atriz, a personagem é ?meio mocinha, meio vilã?, já que, ao mesmo tempo que está sempre a postos para ajudar a amiga, também faz de tudo para ser como ela. ?A beleza e o sucesso da Dani incomodam a Érika?, analisa a atriz, garantindo conhecer muitas garotas parecidas com a personagem. Marisol revela, inclusive, que se inspirou em algumas delas para compor o papel. ?É muito comum esse tipo de gente que quer ter o que é do outro?, lamenta.
Às voltas com as gravações da novela, a atriz ainda arranja tempo para se dedicar ao longa Família vende tudo, de Alain Fresnot, que tem estréia prevista para julho do ano que vem. No filme, ela dá vida a uma muambeira, que é apaixonada pelo personagem de Caco Ciocler, um cantor pop.
?É uma comédia bem legal, em que ela tenta dar o golpe da barriga nele?, conta Marisol, que pela primeira vez protagoniza um longa.
Falso gringo
Carla Neves – PopTevê
Pedro Brício sempre teve facilidade com idiomas. O ator carioca, que interpreta o dinamarquês Erik de Beleza pura, fala inglês, italiano e francês sem dificuldade. Tanta fluência é resultado de sua estada em Londres, na Inglaterra, onde morou por alguns anos e conheceu pessoas das mais variadas culturas. ?Lá namorei uma norueguesa, cuja língua é da mesma família do dinamarquês?, aponta ele, que não sossegou até conseguir encontrar o sotaque perfeito para o personagem.
A dedicação de Pedro tem dado resultado. Pelo menos é o que ele percebe toda vez que sai às ruas. ?As crianças, especialmente, adoram o personagem e me param direto?, derrete-se. Essa troca com o público tão típica de quando se está no ar em alguma novela é algo que o ator já estava desacostumado. Afinal, sua última novela inteira na Globo foi Desejos de mulher, em 2002, onde deu vida ao personagem Juca. Depois disso, ele fez apenas participações. Uma em América, como Carlos, e outra em Pé na jaca, na pele de Júlio. Neste meio tempo, ele se dedicava ao teatro.
Para Pedro, esse afastamento da televisão foi providencial para a evolução de sua carreira como ator. Além de perceber que também se realizava profissionalmente escrevendo e dirigindo, ele pôde entender melhor as dúvidas e os anseios típicos da profissão. ?Hoje me considero um ator muito melhor. Estou bem mais livre, tranqüilo e seguro? pondera. Tamanha segurança pode ser verificada em seu currículo, recheado de peças como Solos femininos, Fitz jam e A incrível confeitaria do Sr. Pellica, que lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Autor.
Mas, ao mesmo tempo que é para lá de dedicado ao teatro, Pedro garante que também adora fazer televisão. Ele só não gosta do rótulo que o veículo impõe a determinados atores. ?Em tevê, muitas vezes só te chamam para fazer o mesmo papel, porque percebem que você faz bem aquele tipo?, critica. Aliás, esse foi um dos motivos que afastou o ator dos sets de gravação. Ele tinha uma necessidade de expressão artística bem maior do que ficar interpretando sempre o mesmo personagem. ?Mas acho muito gostosa essa rapidez da televisão, que você chega, grava um cena e depois não tem de repetir?, observa.