A cor do mercado

“Não pinte esse rosto que eu gosto”. O singelo apelo de Dorival Caymmi em uma de suas músicas mais conhecidas parece cada vez mais obsoleto. No país de “Marina”, o mercado está cada vez mais atento a isso. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), desde 2004, a categoria composta por maquiagem para rosto, lábios, olhos e unhas, vem apresentando crescimento, como comprova a Pesquisa Multi VI realizada pela entidade juntamente com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

Em 2009, alguns itens como o blush e os esmaltes tiveram um crescimento surpreendente, em função da moda, da mídia e do aprimoramento das empresas nacionais e do interesse das estrangeiras no potencial ainda por explorar no Brasil.

Neste exato momento, há uma série de pesquisas mensurando os hábitos das brasileiras em relação à maquiagem, além de um intenso monitoramento das redes sociais e dos fóruns de discussão na internet por equipes de profissionais gabaritados. As análises verificam desde os produtos mais consumidos -quesito no qual batom e brilho labial são líderes absolutos -, até minúcias que dão conta, por exemplo, da forma como as consumidoras aplicam determinados produtos. Tamanho interesse se deve ao potencial do país para esse mercado. “Enquanto no mundo a maquiagem é o terceiro cosmético em relevância de faturamento, no Brasil, ainda é o quinto. Isso mostra um grande potencial a ser explorado”, aponta a gerente da categoria de maquiagem do O Boticário, Marselha Tinelli Gomes.

Mais do que galgar posições na bilionária indústria de cosméticos, investir em maquiagem no Brasil é uma aposta certeira de aumento na lucratividade, visto que as gerações mais jovens, a partir dos nove anos, mostram-se bem mais dispostas a fazer uso desse recurso do que as mulheres adultas. “Elas não só usam mais maquiagem do que suas mães usaram na juventude, como também se interessam e fazem da internet uma fonte inesgotável para a troca de informações. Aliás, hoje, são as filhas que ensinam para as mães como se maquiarem para as mais diversas ocasiões”, destaca Marselha.

A estudante Andressa Tozato (foto), de 12 anos, confirma as estatísticas. Ela costuma consultar blogs e vídeos no Youtube para melhorar a performance no momento de colorir o rosto e distingue como ninguém a maquiagem certa para a ocasião certa. “Para a escola, uso mais rímel e brilho labial, mas para uma ocasião especial, acrescento sombras com cores suaves e pó”, revela Andressa dizendo que, na escola, ela se sente mais segura quando vai maquiada.
Magaléa Mazziotti

A vez deles

Maquiagem para homens? Isso mesmo. Para a Abihpec, a tendência vem surgindo dentro do conceito de tratamento e correção de imperfeições da pele, propiciando o “Efeito Fotoshop”. A linha de produtos que empresas nacionais e estrangeiras vêm desenvolvendo para o público masculino abrange corretivo óptico de rugas, pó compacto translúcido e com recursos de anti-oleosidade. “Creio que é uma evolução natural. Na época de meu pai, era muito raro um homem fazer as unhas, e ele tinha esse cuidado que, agora, é comum. Nunca pensei em maquiagem, mas tenho cuidados com alimentação, oleosidade da pele, transpiração porque meu trabalho exige e porque as mulheres de hoje também cobram isso de nós”, avalia o advogado desportivo Domingos Moro. “O que antes era comum ver em festinhas caipiras, quando os homens se pintavam para a caracterização, hoje já é possível verificar nos garotos que usam alguns itens para realçar suas características”, aponta.

No fim deste ano, Justin Bi,eber (foto) vai lançar uma linha de esmaltes de unha em “cores primárias”, mas incrementadas com glitter. O produto não é só para meninas, mas também para garotos. E mais: cada cor terá o nome de uma música do cantor.
Magaléa Mazziotti

Exigências da profissão

Em algumas profissões o uso de maquiagem é imprescindível. A jornalista da RIC TV Paraná Kátia Altoé Scanferla conhece bem a rotina de preparação que antecede cada nova edição do telejornal RIC Notícias que é apresentado por ela. “Trabalho em TV desde 2004, na época tinha 23 anos e aos poucos fui me acostumando a estar sempre maquiada, porém, quando comecei a apresentar o RIC Notícias senti diferença. Por causa da forte iluminação no estúdio, a maquiagem é mais carregada”. Sobre eventuais danos para o rosto, Kátia reconhece que nota alguns efeitos. “Já senti pequenas diferenças na pele e acredito que em longo prazo vou sentir mais ainda. Por isso procuro usar produtos de boa qualidade, nunca durmo sem tirar a maquiagem toda e sempre passo cremes recomendados pelo dermatologista. Levo 15 minutos para maquiar e 30 para remover. Dá trabalho, mas é melhor prevenir”.
Magaléa Mazziotti

Extra

A partir de hoje o “CQC”, da Band, ganha meia hora a mais, só que exclusivamente na internet. De olho na audiência jovem e da web, a Band criou uma edição especial do “CQC”, que irá ao ar ao vivo, na internet, logo após o término do programa na TV. Com 30 minutos de duração, o “CQC 3.0” unirá imagens inéditas e erros de gravação à interatividade com os apresentadores.

Refugiado

Perguntado sobre “Lara com Z’, Aguinaldo Silva não responde se o seriado foi aprovado pela Globo. Mas na casa dele no Rio, a informação dos empregados é de que “o “chefe’ foi para seu refúgio, em Itaipava, escrever o novo seriado da dona Susana Vieira”. Se aprovada, a produção terá 12 episódios e estreará em abril de 2011.

Periguete

Preta Gil dará expediente como atriz no episódio “A Internauta da Mangueira’, da série “As Cariocas’, que estreia amanhã, na Globo. Na história, Preta é Gláucia, irmã de Gleicy (Cintia Rosa). “Ela é pegadora, periguete”, define a cantora, que completa: “Foi um prazer voltar à Mangueira, onde fui rainha de bateria por dois anos!”.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna