O sujeito dormia na maior tranquilidade quando tocou o telefone, em plena madrugada:
– Aqui é o Aristides, o caseiro do seu sítio!
– O que houve Aristides, pra você me ligar uma hora dessas?
– Nada não, doutor! Eu só queria avisar que o seu papagaio morreu!
– Puxa, que pena! Eu havia pago uma pequena fortuna por ele… mas ele morreu de quê?
– Comeu carne estragada!
– Mas quem deu carne estragada pra ele?
– Ninguém… ele comeu de um dos cavalos que estavam mortos.
– Que cavalos?
– Dos seus cavalos puro-sangue! Eles morreram de cansaço, puxando a carroça d‘água.
– Água? Pra que água?
– Pra apagar o fogo!
– Fogo? Onde?
– Na sua casa… uma vela caiu na cortina e ela pegou fogo.
– Vela? Mas quem foi acender vela lá em casa, se tinha eletricidade?
– Foi uma das velas do velório!
– Velório?!
– É… o velório da sua mãe… ela chegou aqui de madrugada, sem avisar, e eu atirei nela, pensando que era um ladrão!

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