Roupas que são verdadeiras obras de arte. Ou peças de arte vestíveis, como define Alexandre Linhares. Há sete anos, o designer de produtos está à frente da Heroína, grife curitibana cheia de atitude política. Afinal, para Linhares, a roupa funciona como um suporte para expressão, questionamentos e discussões sobre temas atuais. Prestes a lançar sua 34ª coleção, o estilista apostou no financiamento coletivo para viabilizar financeiramente o desfile. Aproveitamos para retomar a série Made in Paraná com um bate-papo com ele. Confira!

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– Como se deu seu contato com a moda?

Tenho uma tia costureira e ela sempre confeccionou os trajes de festas para toda minha família. Às vezes, eu a ajudava, pregando botões ou cortando moldes. Ainda na infância, também comecei a estudar teatro, desenho e pintura. Depois, passei a usar esses conhecimentos para pintar e bordar camisetas, que passaram a ser encomendadas pelas clientes e me motivaram a montar a minha própria marca, em dezembro de 2007.

– Você mescla arte e moda em seu trabalho, quase sempre exclusivo. Essa é uma tendência?

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Quando estou fazendo uma roupa, não é para uma assimilação rápida, muito menos para um descarte rápido. Não gosto da palavra tendência, pois ela também reforça o sentido de consumo rápido. Acho que hoje existe espaço para todo mundo, desde que seja verdadeiro no que se propõe. O meu trabalho configura-se em peças únicas que carregam em si uma expressão artística genuína, tão legítima quanto a de uma escultura ou instalação.

– É por isso também que você define suas peças como “objetos vestíveis”?

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Sim. Quando elas não estão no corpo, podem estar em uma parede. Ultimamente, não temos apresentado lotes de peças em forma de desfile, mas em formato de exposição. Mas as peças também são passíveis de serem vestidas. Talvez por isso estejamos agora com a emergência de fazer um desfile.

– Trabalhar fora do eixo Rio-São Paulo é mais complicado?

Não sei te responder se é mais complicado, pois nunca trabalhei no “eixo”, mas é claro que enfrento dificuldades. Lojistas de multimarcas, por exemplo, não aceitam o meu trabalho. Também não dá pra competir com preço.

– O que você preparou para esta nova coleção?

A nova coleção, que será lançada no final de abril, é resultado da vida na cidade, do conceito de que estamos todos conectados e fazemos parte de um mesmo organismo vivo. Por isso, a coleção convida os curitibanos a “virarem o olhar” para a sua cidade.

– E como funciona o projeto colaborativo que você lançou na plataforma colaborativa Catarse?

O objetivo do projeto é financiar o próximo desfile. Nele, precisamos levantar os custos necessários de todos os profissionais envolvidos no processo de produção de um desfile. Preparamos várias contrapartidas que são oferecidas a todos que ajudarem, como desfilar como modelo, estar no catálogo, vivenciar os bastidores do desfile e muito mais. Tudo está descrito em www.catarse.me/pt/h-al.

Biju fina

Como já falamos aqui em outras ocasiões, os acessórios são capazes de transformar qualquer look. Um brinco ou um colar podem salvar o visual! A Miscela Acessórios, que acaba de inaugurar sua nova loja no Shopping Crystal, é uma marca de bijuterias finas que traz um mix de peças atrativo e charmoso para mulheres de todas as idades. A coleção outono/inverno da grife traz algumas das tendências para as estações mais frias, com peças coloridas e despojadas. Outra novidade é uma linha de joia alternativa com peças feitas em prata, que ganham banho de ouro, ródio ou ródio negro, e também cravações de zircônias e outras pedras. A loja traz um conceito diferenciado para o universo das bijuterias finas em Curitiba, aliando design exclusivo e de alto padrão de acabamento, por meio da combinação, de linhas próprias com marcas renomadas.

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