Uma pulga atrás da orelha. Um pé atrás e o outro também.

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É assim que nos sentimos quando é preciso atender a um ferido em capotamento. Isso porque os ocupantes de um carro em capotamento podem, em segundos, ser jogados para diversas direções com intensidades diferentes de energia. Nesses casos, o mecanismo aleatório de trauma pode provocar todo tipo de estrago, o que pode complicar – e muito – o diagnóstico final.

Cintos de segurança ou airbags podem minimizar os danos, mas na prática das emergências aprendemos que muitos não usam o cinto e que poucos são os privilegiados que podem contar com suas ‘bolsas de ar’.

A saber, tombamentos – quando o carro apenas vira de lado – costumam acontecer em velocidades menores. Já os capotamentos são causados, invariavelmente, pelo excesso de velocidade e confiança.

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E nisso somos mestres.

Apenas em janeiro de 2014, nossos pardais fotografaram cinco mil condutores acima do limite de velocidade. Claro, você provavelmente vai lembrar que estamos na cidade que industrializou as multas, não é?

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Mas não esqueça de que somos nós, condutores apressados, que alimentamos uma linha de produção macabra de mortos e feridos no trânsito. E antes que você pare de ler este texto, saiba que sou contra esses fiscalizadores eletrônicos de velocidade.

Por quê?

Porque eles simplesmente não impedem nossas tragédias diárias.

Muitos são os motoristas que colecionam infrações, e o fato de terem o débito de alguns milhares de reais em multas não os faz aliviar, nem por um segundo, o pé do acelerador.

Nesse aspecto, defendo as mal faladas lombadas de asfalto ou concreto. Quando bem construídas, pintadas e sinalizadas, elas se transformam em uma poderosa ferramenta contra motoristas produtores de acidentes. Nesses quebra-molas, até mesmo condutores ‘pilotos’ ou com moderado grau de alcoolemia reduzem a sua pressa incontrolável, a fim de proteger o mais valioso bem de suas vidas.

Estamos falando de seus carros, é claro.

Olha só

Em 2013, quase 200 pessoas ficaram feridas em capotamentos em Curitiba. Dessas, oito morreram. (Fonte: CB-PMPR)