E num relance o tapete sumiu sob os pés de dona Ivone.

continua após a publicidade

Sem imaginar, aquele tombo na cozinha seria o início do seu fim.

Trazida por familiares ao pronto-socorro, uma radiografia mostraria uma severa fratura de fêmur, com indicação imediata de cirurgia para a colocação de uma haste, daquelas instaladas dentro do osso quebrado.

O motivo para tanta pressa?

continua após a publicidade

Existe uma máxima de que ‘velhinho muito tempo no hospital, sinal de mau final’. Em parte, isso se deve pela fragilidade imunológica deles, semelhante a uma esponja capaz de absorver bactérias multirresistentes, vírus devastadores e fungos malignos.

Com 76 anos, dona Ivone infelizmente não conseguiu fugir dessa perversa regra. Logo após a operação, uma embolia pulmonar, associada a uma pneumonia por infecção hospitalar, tornaria todo o prognóstico muito ruim. Em poucas palavras, em três semanas uma simples queda abreviaria a vida de uma pessoa repleta de saúde, alegrias e sonhos.
O que eu gostaria de falar hoje é sobre esse desafio que é envelhecer.

continua após a publicidade

Chega a impressionar a quantidade de armadilhas que encontramos em nossas casas. Tapetes, degraus, calçados frouxos, pisos lisos, ambientes pouco iluminados e até animais de estimação podem criar riscos de quedas para o idoso, que naturalmente já apresenta reflexos e força diminuídos, além da perda gradual de equilíbrio. Mais que isso, alguns tipos de medicamentos e de doenças também podem ampliar o perigo, provocando sonolência, tonturas e fraqueza.

Acredita-se que 60% dessas quedas aconteçam em casa. Por isso, é bom lembrar a importância de estratégias que deixem os ambientes domiciliares mais seguros. Do mesmo modo, toda pessoa com mais idade merece nossa atenção. Tanto em sua saúde quanto em sua rotina diária.
Então, abaixo os tombos. Abaixo os tapetes voadores!

Olha só

Em 2012, 39 mil idosos foram internados por fratura de fêmur no Brasil. Mais de 100 casos por dia! (SIH/SUS).