O senhor do anel

E começa o segundo tempo de Brasil e Chile!

Pipoca fria, refrigerante quente e um televisor 14 polegadas, sem antena, fazem a alegria de enfermeiros e médicos que estão de plantão no PS.

Quando Neymar se joga ao chão pela septuagésima nona vez, a campainha da emergência dispara teimosamente em nossos ouvidos.

E é justamente nesse parágrafo que acaba a brincadeira.

Trata-se de um senhor que, na comemoração efusiva de um gol da seleção brasileira em seu apartamento, enganchou sua aliança no parapeito da sacada e, num movimento brusco, teve seu dedo anular arrancado da mão.

Não, não é nada bonito de se ver. Analgesia endovenosa, anestesia troncular, lavagem rigorosa, reparo e sutura de coto. Já para o choro inconsolável da perda, eu simplesmente não soube o que fazer.

Fiquei lá, com cara de choro também.

Só eu mesmo.

Então caro leitor, se eu pudesse lhe dar um conselho para a vida, este seria: cuide dos seus dedos.

É assustador o número de pessoas que vêm parar no pronto-socorro por acidentes envolvendo anéis e alianças. O problema desses acessórios vai além das mutilações. Nos casos em que as mãos incham – fraturas, luxações, entorses, queimaduras – a primeira coisa que se deve fazer é a remoção do anel.

Sempre, mesmo, acredite, de verdade, sério.

Você não imagina a dor de cabeça e a dificuldade de retirar um anel nessas condições.

Acredito também que valha a pena atentar para o tamanho de anéis e alianças. Quando muito apertados, eles podem oferecer riscos à circulação sanguínea. Quando frouxos, podem facilitar seu engate em lugares perigosos.

Por fim, quando for realizar uma tarefa que ofereça algum risco, retire anéis e alianças e utilize luvas de proteção.

Suas mãos merecem esse cuidado.

Claro, talvez sua companheira, ou companheiro, não gostem nem um pouco dessa ideia da aliança. Mas tenha a certeza de que seus dedos agradecerão eternamente o seu gesto.