“Entre pregos e tijolos, a história maluca de um pedreiro e sua cachaça”.
Tomei um susto quando ele chegou com um prego de cinco centímetros enfiado em seu pescoço.
Sim. Tem coisas num pronto-socorro que realmente ninguém acredita.
Eram umas nove da manhã e o sujeito já exalava cachaça. Trazido cambaleando por seu mestre de obras, o jovem pedreiro ainda não havia entendido o que tinha aprontado.
Tudo aconteceu na construção de um prédio chique na região do Novo Mundo. À medida que levantava uma parede, nosso amigo ia usando um fio de nylon para alinhar os tijolos.
A ideia até que é simples. Com a ajuda de um nível e pregos, se fixa a linha de nylon entre paredes, de modo a garantir o correto assentamento da nova fileira de tijolos.
Agora, olha só. Ao concluir uma fiada de tijolos, o cara resolveu tirar o nylon lá do outro lado da parede com um forte puxão. O que viria junto com o nylon?
Um prego de duas polegadas de comprimento.
Não sei quão forte ele puxou aquele fio, mas agora o prego estava enterrado em sua cervical, atravessando estruturas nobres como vasos, nervos e traqueia. A peripécia só seria resolvida, claro, com cirurgia.
Muito se critica as empresas de construção civil e a maneira como expõem seus trabalhadores a todo tipo de esforço e riscos. É, sem dúvida, um segmento campeão em acidentes de trabalho. Contudo, é preciso também falar dos operários que brincam em serviço, que não usam dispositivos de segurança ou então que trabalham bêbados.
No canteiro de obras, a história logo viraria piada.
A piada do prego e da pinga. Somos uma piada. Mesmo.