Ele tinha apenas seis anos quando subiu naquele muro.

continua após a publicidade

Em seguida, lançou um olhar sério para o horizonte e se atirou sem medo no vazio do céu.
Foi quando sua armadura-voadora-imaginária de homem de ferro lhe deixou na mão. Na verdade, também lhe deixou sem alguns dentes de leite, que ficaram espalhados pela calçada.

Começava ali sua longa história no pronto-socorro.

Aos sete anos, deu entrada por ter engolido uma moeda de dez centavos. Aos oito, quase perdeu um dos dedinhos da mão ao brincar com bombinhas.

continua após a publicidade

Aos nove, enfiou um dos pés entre os raios da roda de sua bicicleta, arrancando parte de seu dedão. Também aos nove, atazanou tanto o cachorro do vizinho que levou uma bela dentada na perna. Aos dez anos, quebrou o cotovelo com o skate.

Hoje, aos 12 anos, veio suturar o rosto após uma briga na escola.

continua após a publicidade

Capeta, peralta, espoleta, travesso, sapeca, traquina… alguns moleques aprontam tanto na infância, que é de surpreender que consigam chegar vivos na adolescência.

Se você tem um desses serelepes em casa, talvez seja bom pensar numa coisa chamada hiperatividade.

Os hiperativos funcionam a 220 volts, são tagarelas, têm formigas nas calças e são completamente avoados na escola. Tanta inquietude até parece saudável. No fundo, são crianças em pleno sofrimento.

Como ainda não existem armaduras para crianças à venda – até onde eu sei – o melhor seria uma boa conversa com o pediatra ou psicólogo.

Hoje o tratamento da hiperatividade é simples e acessível a todos.

Inclusive ao homem de ferro.