Você sabia que o nosso trânsito é um dos mais selvagens do mundo?
A cada oito minutos, em média, uma pessoa morre de maneira brutal em nossas ruas ou estradas. Infelizmente, o motociclista tem estado no epicentro de todas as estatísticas.
Algumas pessoas o colocam como vítima. Outras, como o vilão da história.
Prefiro não tomar partido, mas confesso que me assusto com o fato de que, a cada dez ambulâncias que chegam ao pronto-socorro, pelo menos cinco trazem consigo motoqueiros machucados.
Aos poucos, de tanto conversar com os bombeiros, fui chegando à conclusão de que parte destes acidentes, se não muitos, podem estar relacionados com a miniaturização de acessórios.
Isso mesmo.
Pisca-pisca, espelho, farol, suspensão, roda, guidão… todos itens de fábrica que sumariamente são substituídos por peças do mercado paralelo, fabricadas em tamanho reduzido ou fora das especificações mínimas de qualidade.
Então é o espelho que reflete pouco, o pisca-pisca que de tão pequeno não é visto, o guidão que de tão estreito modifica o equilíbrio da moto…
É a cultura do menos é menos. Menos segurança, menos prevenção, menos inteligência…
Você quer saber os motivos?
Desfilar por aí com motos supostamente “tunadas”, desrespeitando a legislação e circulando em alta velocidade por entre os carros, no corredor.
Essas alterações não deixam de ser um tanto quanto curiosas. A saber, a motocicleta já é algo que sai da loja quase sem dispositivos efetivos de segurança. E os poucos que ela tem, os caras trocam por outros acessórios, que simplesmente reduzem ainda mais a segurança.
Vá entender, não é mesmo?
Motociclista, desejo que hoje você não seja a vítima, tampouco o vilão.
E que sua moto seja um reflexo do respeito que você tem pela vida.
Sobretudo, pela sua.
Olha só:
Segundo o Mapa da Violência de 2013, a cada hora dez motociclistas ficam feridos no Brasil. Destes, pelo menos um vai a óbito.