Não espero que você acredite, mas hoje umas sete mil brasileiras descobrirão estar grávidas. Destas sete mil novas gestantes, certamente sete mil ficarão apavoradas com essa história do vírus Zika.

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Quer saber? Impossível não se apavorar junto com elas.

Aqui no Paraná, a dúvida entre os médicos já não é se haverá casos de microcefalia relacionados com o Zika, mas em qual pré-natal faremos o primeiro diagnóstico.

Agora é aquele corre-corre para eliminar o Aedes aegypti, como se a invasão dele fosse uma cruel maldade da mãe natureza. Ora, pelo menos há um ano as autoridades sanitárias já sabiam que o mosquito nos vencera, tanto na guerra quanto na batalha. Já era, simples assim. Não só porque a população pouco se importa com a saúde coletiva, mas, principalmente, porque o poder público (seja federal, estadual ou municipal) é tão útil e eficiente quanto uma lâmpada queimada.

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Essa tragédia epidemiológica revela o pântano em que nossa saúde está afundada. A falta de políticas reais de saúde pública e o desvio sistemático de recursos fizeram com que uma doença simples, como a dengue, se alastrasse por todo país. Mais que isso, fizeram com que ela deixasse de ser sazonal para infernizar nossas vidas o ano todo.

Parabéns senhores políticos, agora a dengue, o zika e o chykungunya são os novos cavaleiros do apocalipse.

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O Ministério da Saúde então adverte: mulheres, não engravidem mais. Gestantes, usem blusas, calças, mosquiteiros e muito, muito repelente.

Sério, vergonha de ser brasileiro.