Aquele dia foi literalmente um inferno. Segundo a imprensa, a explosão do barracão pôde ser sentida a quilômetros de distância. Sem dúvida, foi tão rápido quanto destruidor. Quando aquela guarnição de bombeiros se deu conta, todo o lugar foi pelos ares, com as chamas engolindo por completo três soldados do fogo. Embora utilizassem equipamentos reforçados de proteção, isso não evitou que fossem encaminhados diretamente para a UTI. Além de queimaduras severas de pele e de vias aéreas, eles também sofreram lesão de tímpanos e insuficiência respiratória pela toxicidade da fumaça, o que revelou o lado humano desses heróis, que diariamente colocam suas vidas em função das nossas.

continua após a publicidade

Tratou-se de um flashover, verdadeiro pesadelo de quem tem a obrigação de entrar em um incêndio do qual estão todos fugindo. Em meio ao calor brutal das chamas, os diversos materiais do ambiente chegam a temperaturas extremas e, quando atingem seu ponto de ignição ao mesmo tempo, é melhor ficar bem longe. Como esses combatentes não têm essa opção, o jeito é adotar algumas medidas para evitar que ocorra o flashover. Uma delas é o resfriamento vigoroso com as mangueiras e a outra é a criação de pontos específicos de ventilação, de modo que o oxigênio entre aos poucos no ambiente, sem precipitar o fenômeno.

De qualquer modo, nunca é uma tarefa simples. Muitas edificações não passam pelas revisões remendadas, como renovação de mangueiras, troca de extintores, manutenção de hidrantes e dispositivos antichamas. Mais do que facilitar a ocorrência de incêndios, essa cultura do descaso complica o combate ao fogo e expõe bombeiros a todo tipo de risco desnecessário. Ah! Os bombeiros já receberam alta hospitalar. Realmente os caras são duros na queda. E nas explosões também.

Olha só: Em 2013, o Corpo de Bombeiros atendeu no Paraná a 4.757 incêndios em edificações como casas, barracões, prédios e instalações industriais.

continua após a publicidade