Pelo dicionário, greve é a “aliança entre trabalhadores que se recusam a desempenhar suas funções enquanto suas necessidades não são atendidas”. Quem é de Curitiba sabe bem como é isso. Afinal, as paralisações do transporte público parecem ter se tornado um evento obrigatório e mensal.

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Enquanto motoristas e cobradores cruzam os braços, exercendo o pleno direito do protesto em prol de seus interesses – e de quebra, de seus poderosos empregadores – milhares de passageiros têm seus direitos sacolejados de ponta cabeça, como num sequestro em que o refém é sempre morto no final.

Para quem precisa dos serviços de saúde pública, o drama é ainda maior. Muita gente não tem como chegar aos hospitais se não for de ônibus. Aliás, muitos só têm mesmo o dinheirinho da passagem.

Então, imagine a situação de pessoas que têm consultas ou cirurgias marcadas há mais de ano. Aproveite e imagine quantas precisam religiosamente de tratamentos como quimio ou radioterapia. Agora, imagine quantas recebem alta hospitalar, precisam desocupar o leito e não podem voltar para casa.São

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apenas exemplos para ilustrar que, sem ônibus, essas pessoas não vêm e nem voltam. Mais que isso, ao perder seus horários, esses pacientes são condicionados a remarcar seus atendimentos sabe lá para qual ano deste século. Para piorar, muitos funcionários do hospital também não conseguem chegar ao serviço. É um caos sem tamanho, com consequências criminosas.

Será que alguém pensa nessas pessoas? Os grevistas certamente não.

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