Pichadores são figuras frequentes num pronto-socorro.

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Na madrugada, eles lembram morcegos errantes pela noite afora.

Mas há diferenças entre eles. Ao contrário dos pichadores, os morcegos têm alguma atividade cerebral.

De quando em quando, esses pichadores são abatidos em pleno voo. Guardas municipais, policiais militares, vigias e seguranças os adoram. E como não vale a pena encaminhá-los para a delegacia, eles acabam vindo parar é aqui no hospital.

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Bola 1 é um desses “artistas” que vivem trepados por aí. Muros, marquises e fachadas são o trampolim para suas mensagens sujas e vazias.

Certa feita, Bola 1 foi surpreendido por uma viatura policial. Assustado, despencou do terceiro andar de um prédio, caindo de pernas abertas sobre um gradil com pontas de ferro. Foi uma noite dolorosa, na qual ele perderia um dos testículos e ganharia, de lambuja, o apelido de Bola 1.

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Teria ele aprendido a lição?

A resposta veio ontem, com ele todo estropiado numa das macas da emergência. Além de ser todo pichado com a própria tinta, levou uma surra que arrancou seus dentes e quase o deixou aleijado.
As empresas de segurança parecem as mais interessadas em “eliminar” os pichadores. Seus vigias costumam ser violentos ao cubo, o que infelizmente não significa o recuo da ação dos vândalos.
Pelo contrário. Nunca a cidade esteve tão pichada.

Por todas as paredes, palavras de ordem em uma grafia codificada.

Na verdade, são enigmas em spray que sempre dizem a mesmíssima coisa:

“Alguém estúpido passou por aqui”.