Tem dado um desgosto acompanhar os noticiários deste nosso país.

continua após a publicidade

Sem piedade, a imprensa tem nos metralhado com denúncias diárias sobre a industrialização da corrupção. A conclusão tem sido a pior possível: onde quer que tenha um político é quase certo que haverá tanto fumaça quanto fogo.

É claro que ninguém questiona a importância da política. Contudo, poucos sabem responder em que momento ela se tornou sinônimo de criminalidade.

Seriam os desvios da política apenas um reflexo de uma sociedade igualmente criminosa?

continua após a publicidade

Pode parecer estranho, mas comecei a pensar sobre o assunto após os bombeiros trazerem para o hospital uma idosa em estado de coma. Pra começar, seu atropelador fugiu sem prestar assistência. Depois, ainda no local do acidente, alguém surrupiou sua bolsa com todos os seus pertences, atrasando a identificação dela em quase dois dias.

Esses absurdos acontecem o tempo todo. Isso deveria assustar, mas não. Na verdade, a cultura do errado é tão presente que poucos se espantam.

continua após a publicidade

Roubar uma bolsa deveria ser tão grave quanto desviar bilhões de reais. Arruinar por completo a economia deveria ser tão sério quanto fugir após atropelar uma pessoa.

A sensação que tenho é que não importa para qual lado você olhe. Tem sempre alguém fazendo algo de errado.
Nessa terra de ninguém, mergulhada numa crise de identidade moral, resta então a dúvida: Vale a pena fazer a coisa certa?