Os agrotóxicos utilizados nas lavouras brasileiras já foram tema, algumas vezes, desta coluna. Mas, diante de novos fatos e, principalmente, de informações incorretas que acendem o sinal de alerta no campo e na cidade, nunca é demais retornarmos ao assunto. Recentemente, esses produtos voltaram a ganhar holofotes por conta da aprovação, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei (PL) 6299/02, relacionado ao controle e aprovação de agrotóxicos no Brasil. A legislação ganhou o apelido do “PL do Veneno”, mas bem que poderia ser chamada de “PL do Remédio para as plantas”.

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Explico o argumento. Considerando que vivemos em um país tropical, onde o clima favorece a proliferação de doenças, é preciso lançar mão de agroquímicos para garantir a produção de alimentos. Esses funcionam como remédios curativos no combate a insetos, doenças e/ou plantas daninhas já instalados nas lavouras. É simples, ao primeiro ato da presença destas em meio às plantações, aplica-se o produto nas doses recomendadas por um profissional habilitado. Assim como quando eu ou você estamos com dor de cabeça ou qualquer outro problema clínico e um médico vai receitar um remédio para inibir o contratempo.

Na continuidade do processo, o produto aplicado não segue no alimento quando ele vai para mesa das nossas casas. Existe um período de carência, desde a aplicação até a colheita, para garantir que a planta elimine os ingredientes ativos. Uma destas formas é a evapotranspiração, quando a planta, literalmente, transpira o agroquímico. Além do mais, para garantir que o alimento consumido por nós esteja saudável, órgãos de controle/fiscalização fazem testes periódicos nas frutas, verduras e outros comestíveis em supermercados e estabelecimentos do gênero.

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Outra coisa de que as pessoas devem estar cientes: o produtor rural não tem interesse em usar agroquímicos além do necessário. Isso porque mais produto significa mais gastos e, consequentemente, menos dinheiro no bolso do agricultor. Fazendo uma analogia, basta pensar em nós. Por acaso gastamos dinheiro e tomamos remédio sem ter motivo, sem uma causa aparente?

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Não há como negar que, todos os anos, os órgãos competentes para isso, como Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovam a comercialização de novos produtos. Mas esse é um movimento natural do mercado, diante dos avanços das pesquisas e das tecnologias. Os agroquímicos de hoje são mais eficientes do que os usados há 10, 20, 30 anos. Assim como um tratamento de câncer, por exemplo, é mais assertivo nos dias atuais, dando mais chance de resultado positivo e qualidade de vida ao paciente.

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Estou defendendo agrotóxicos?

Caro leitor, você que chegou até esse parágrafo, não entenda esse texto como uma defesa dos agrotóxicos. Longe disso! Apenas é necessário esclarecer alguns pontos para que a desinformação não faça com que pessoas da cidade e do campo atribuam julgamentos equivocados em relação ao tema.

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Ninguém quer tomar remédio. Mas as vezes é necessário. Da mesma forma, o produtor não quer utilizar agrotóxicos nas lavouras, mas, às vezes se faz necessário, para garantir os alimentos do dia a dia.

>> Leia mais sobre a relação entre campo e cidade na coluna Rural & Urbano!