Peixe paranaense conquista paladar gringo

Mais de 95% dos peixes de cultivo produzidos no Paraná são tilápias

Assim como na cidade, que algumas datas são emblemáticas para o comércio, como Páscoa, Dia das Mães, Dia das Crianças e Natal, o campo também tem suas ocasiões onde ocorre uma alta no consumo de um determinado produto. Na próxima semana acontece a Sexta-feira Santa, mais especificamente no dia 15 deste mês de abril. A data é considerada o “Natal’ da piscicultura. Afinal, como manda a tradição da igreja católica, não se deve consumir carnes vermelhas e de frango. Assim, a maioria absoluta das pessoas já está programando o cardápio do almoço recheado de pratos à base de peixes.

Saiba que existe a enorme possibilidade da tilápia ou outra espécie de água doce consumida por você daqui alguns dias ter sido produzida no Paraná! Isso porque o Estado é o principal produtor nacional de peixes de cultivo, impulsionado principalmente pela tilápia (mais de 95% dos peixes de cultivo produzidos no Paraná são desta espécie). Mais que isso, a piscicultura paranaense amplia a liderança a cada ano, sendo que produz mais que o dobro do segundo colocado, São Paulo. Isso muito em função da organização da cadeia produtiva, da profissionalização dos produtores e da disponibilidade de lâminas d’água.

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As projeções de crescimento da atividade para os próximos anos seguem animadoras. A tendência é que a piscicultura paranaense cresça de forma ordenada e sustentável, abastecendo o mercado consumidor local e de outras regiões. Até mesmo além das fronteiras do Brasil. Graças a qualidade do peixe produzido aqui, a tilápia paranaense tem embarcado, semanalmente, para Miami, nos Estados Unidos, por meio de aviões. Isso mesmo, o pessoal da Terra do Tio Sam está degustado esse peixe com selo “made in Paraná”. A tilápia caiu no gosto dos norte-americanos a ponto de outras espécies entrarem no radar estrangeiro. Miami, por sinal, pode ganhar um voo direto partindo de Curitiba.

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Mas nem só de tanques fartos e redes cheias vive a piscicultura do Paraná. A atividade tem seus gargalos e desafios, sendo que alguns acabam por respigam no bolso do consumidor. Um deles é um velho conhecido da população urbana: a energia elétrica. O consumo em uma propriedade de peixes é grande, pois os equipamentos que mantêm a oxigenação dos tanques no período noturno, chamados de aeradores, precisam ficar ligados das 19 horas às 7 horas do dia seguinte. Ou seja, aí vão algumas horas de alto consumo de energia elétrica.

Outra questão passa pela alimentação dos peixes, fundamental para engorda até o abate. Os principais insumos da ração são a soja e o milho (como é também dos suínos, aves e bovinos). As duas commodities agrícolas estão com as cotações nas alturas, devida a alta demanda internacional.

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Em outras palavras, altos gastos com energia elétrica e com ração configuram, inevitavelmente, no encarecimento do preço do alimento a nós consumidores. Então, não se espante se o peixe almejado para o almoço da Sexta-feira Santa estiver um tanto caro quando for as compras. O que conforta é a boa qualidade do peixe, produzido dentro dos mais altos critérios sanitários.

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