Se existe um assunto comum nas rodinhas de conversas neste mês de junho é “quando será a festa junina?” (ou arraial, como alguns chamam). Em qualquer canto do país, independente da relação com o meio rural, é neste momento que, literalmente, o campo invade a cidade, seja nas vestimentas, culinária, músicas, brincadeiras e o jeito de falar.
As festas juninas representam uma importante manifestação cultural brasileira, principalmente na região Nordeste. Mesmo em terra fria nesta época do ano, como o Paraná, a comemoração faz parte do calendário. Inclusive, a festa junina é considerada um patrimônio cultural imaterial do país e sua promoção e proteção estão previstas no artigo 216, da Constituição. Por falar nisso, veja algumas opções de festas juninas que já estão acontecendo no Paraná.
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Mais do que uma ocasião para festejar, comer, beber e se divertir, as festividades deste gênero são um negócio lucrativo no país. Segundo levantamento do Ministério do Turismo junto às gestões municipais e estaduais, as festas juninas devem movimentar algo em torno de R$ 2 bilhões este ano. Isso considerando somente os 151 arraiais do calendário oficial do Ministério. Ou seja, sem contabilizar a festa do seu trabalho, da escola do seu filho, grupo de amigos e da família.
Na origem, desde o Século IV, as festas juninas eram uma celebração católica, europeia e rural ao longo do mês de junho. Inicialmente eram chamadas de festas joaninas, por causa do vínculo com São João Batista, único santo católico festejado no dia de seu nascimento (e não de sua morte). Com o tempo viraram juninas e até julinas (o importante é comemorar, independente do mês). Alguns até brincam que, quando chove no dia do evento, é sinal de inveja de São Pedro.
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No Brasil, desde o Século XVI, os evangelizadores jesuítas associaram às colheitas indígenas as festas joaninas do solstício de verão (na Europa). Eles adaptaram a festividade ao solstício de inverno (o oposto da Europa). Por aqui, são festejados três importantes santos: Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).
No geral, o arraial na cidade tem um check list obrigatório a ser seguido. O local é decorado com bandeirinhas, flores do cipó-de-são-joão, mastro dos santos, barracas de comidas e bebidas típicas, brincadeiras, jogos, danças e músicas. As comadres e os compadres se vestem de caipira, com chapéu de palha, camisa xadrez e botas, no melhor estilo do homem do campo. Até mesmo barba e/ou bigode são pintados em quem não tem. No caso das moças, sardas, além das tranças no cabelo.
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A mesa gastronômica é outra representação do rural. A base da culinária junina são as plantas como milho, amendoim e batata doce. O milho é apresentado em diversas versões: assado e cozido, pipoca, pamonha, curau, mungunzá, canjica, cuscuz e bolo de fubá. Por aqui, na região Sul, o pinhão se faz presente nas festividades, acompanhado do quentão.
Fato é que, além de exposição da cultural brasileira, as festas juninas são uma expressão do meio rural nas cidades. Por alguns dias, milhões de pessoal, em todos os cantos do país, mantêm viva a tradição rural na sociedade urbana. É o campo, mais uma vez, invadindo os centros urbanos com seus hábitos, valores, tradições e costumes.
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