Quer economizar na conta de energia e ainda ganhar dinheiro?

Solar é uma das fontes para gerar a própria energia e ainda ter lucro com o excedente (Foto Shutterstock)

Existe um senso comum no Brasil de que se criam muitas leis e, para piorar, grande parcela delas não têm aplicabilidade prática, ou seja, não trazem algo de útil para o cotidiano da população. Mas, diante desta burocrática e obsoleta realidade, quando surge uma legislação com viabilidade e utilidade vale a destacarmos. Ainda mais quando envolve o tema do momento no mundo: sustentabilidade.

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No dia 7 de janeiro, o governo federal publicou a Lei 14.300. Mais do que um monte de números agrupados, essa legislação permite, de ordem prática, que as populações urbana e rural possam pagar menos pelo uso da energia (ou até mesmo deixar de pagar). Essa nova lei veio em boa hora por alguns motivos. Primeiro que energia renovável já é uma realidade no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a energia solar atingiu 13 gigawatts (GW) de potência. Isso é quase a capacidade de produção da Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, que é 14 GW.

Outro ponto que constatamos é que o preço da energia elétrica não para de aumentar todos os meses, principalmente por conta da crise hídrica, pensando no orçamento. Em 2021, de acordo com o indicador do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a energia elétrica subiu mais de 24%.

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Primeiro ponto que vale destacar: essa lei é um marco legal. Como meu amigo Luiz Eliezer ensinou, marco legal significa que antes não existia nenhuma lei que desse suporte para o tema, no caso, as pessoas produzirem sua própria energia, seja na cidade e no campo. Antes eram resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que ditavam as regras e que poderiam ser mudadas do dia para noite, gerando insegurança jurídica para quem optasse por adotar o sistema.

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Como posso economizar produzindo energia?

De ordem prática, essa lei permite que as pessoas produzam sua própria energia renovável, seja solar, eólica ou biogás, injetem o excedente na rede, aproveitem o crédito e ainda abre a possibilidade de comercializar a sobra (isso ainda depende de regulamentação) junto às distribuidoras (a Copel, no caso do Paraná). Isso pode ser em propriedades rurais, casas nas cidades e até mesmo prédios.

Prédios? Isso mesmo, moradores podem se reunir, criar uma associação, instalar uma usina solar em um terreno em qualquer lugar e desfrutar da energia gerada. Essa possibilidade de vender o excedente é mais um chamariz para que as pessoas dos meios urbano e rural invistam na produção de energia renovável. Em bom português, é trocar a conta de luz pela parcela do financiamento dos equipamentos num prazo médio de quatro anos. Depois, pelo menos mais duas décadas de energia limpa de graça.

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Vamos torcer para que essa lei, em especifico, não entre para as estatísticas da burocracia inchada e obsoleta, mas que saia do papel e permita que as pessoas a usufruam. Certamente o bolso de quem surfar essa onda vai agradecer, assim como a natureza. Mas fique atento: qualquer cidadão, seja da cidade ou do campo, tem 347 dias, a partir de hoje, para aderir ao sistema sem pagar taxas.

>> Leia mais sobre a relação entre campo e cidade na coluna Rural & Urbano!

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