Nas últimas semanas de 2021, em um aniversário de um colega do trabalho, uma moça que estava a mesa pediu uma porção de pastelzinho de PTS (Proteína Texturizada de Soja) por ser vegana (ou vegetariana, não lembro mais). Curioso, interpelei para saber o motivo da opção alimentar. Segundo ela, era por causa dos animais “bonitinhos e que sofriam até virar alimento”.
A posição por uma alimentação isenta de proteína animal e seus derivados é válida, claro. O que não pode é as pessoas acharem que os animais, seja o frango, o boi, o peixe ou o suíno, sofrem do nascimento até o abate. Esse é um daqueles mitos que fazem com que o cidadão urbano, muitas vezes, faça um julgamento incorreto da atividade rural.
O fato é que a produção animal, independente da espécie, tem como um dos pilares o bem-estar animal. Isso pelo simples fato de que o frango, por exemplo, engorda mais e mais rápido em condições ideais de nutrição, sanidade e em ambientes confortáveis com aquecimento. Ou seja, tudo isso é traduzido em lucro para o produtor rural e demais elos da cadeia produtiva, inclusive para o consumidor, que encontra um alimento com preço mais acessível nas gôndolas do supermercado.
O cidadão urbano não pode considerar a hipótese de que um pintainho ou um leitão deva ser tratado como uma criança. O animal, ao longo da sua vida, é criado com a finalidade de se tornar um alimento. E, no campo, a produção de proteína animal é um negócio como qualquer outro, que visa lucro e para isso atende as regras.
Ainda, nós que moramos nas cidades podemos ficar despreocupados em relação ao exercício do bem-estar animal no meio rural, pois inúmeras entidades fazem o monitoramento do trabalho dentro da porteira para garantir a produção de acordo com os padrões sanitários e leis vigentes.
Abrir mão da carne no cardápio, sem problema. A escolha é de cada pessoa. Só não podemos tomar decisões baseadas em mitos e/ou desconhecimento dos fatos. Consumir informação precisa fazer parte da ”alimentação” diária de qualquer cidadão, seja urbano ou rural.