Queijo, leite, iogurte e outros lácteos vão ficar mais indigestos, financeiramente

Nos últimos meses, a palavra inflação voltou de vez para o vocabulário cotidiano dos brasileiros. A alta dos preços tem atingido diversos alimentos, principalmente aqueles que compõem a cesta básica. Agora, parece que a bola da vez é o leite e consequentemente, além do produto in natura, seus derivados. Essa escalada vai atingir em cheio o nosso bolso. Afinal, o leite é um alimento essencial na nossa alimentação, seja na forma pura ou a partir da agregação de valor, como queijos, iogurtes, manteiga, doce de leite, entre outros.

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A escalada dos preços dos alimentos é algo amplo em Curitiba. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cidade é a segunda capital do país com maior aumento do preço da cesta básica no mês de março, atrás apenas do Rio de Janeiro. No acumulado de 2022, Curitiba é a terceira colocada no ranking, com 11,64%, depois de Brasília (13,37%) e da cidade fluminense (12,68%).

De acordo com levantamento fresquinho do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite-PR), divulgado essa semana, praticamente todos os derivados do leite tiveram ganhos de preço, atingindo os maiores valores da série histórica.

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A alta dos queijos chega a assustar o consumidor: muçarela foi de 24,46%, queijo prato subiu 14,69%, provolone de 14,45%, requeijão de 14,06% e do queijo parmesão, 13,87%. Ou seja, independentemente do tipo de queijo que você coloque dentro do seu misto quente, saiba que o sanduíche vai ficar mais caro.

Mas a situação pode ficar ainda mais indigesta financeiramente se, junto do lanche, tiver uma vitamina de banana. Isso porque o leite Longa Vida (UHT) subiu 21%, o pasteurizado 13,02% e o leite em pó 8,26%.

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Essas altas “coletivas” ocorrem por uma conjuntura de fatores. O primeiro deles dentro da porteira: os produtores de leite têm enfrentado reajustes na ração, tarifa de energia elétrica, medicamentos para os animais e o diesel. Esses itens encarecem o custo de produção que, claro, acaba sendo repassado para os demais elos da cadeia. Ainda, nos últimos meses, por questões climáticas, houve uma queda acentuada na oferta de pasto em razão da seca em algumas regiões do país e excesso de chuva em outras. Desta forma, sem alimento em abundância, os animais produzem menos leite, o que reduz a entrega as indústrias. Sem matéria prima, menos produto a um preço mais caro, pois a demanda segue alta.

Então, caro leitor, você que gosta de tomar um copo de achocolatado, comer queijo na sua forma original ou rechear um sanduíche, prepare o bolso! Os produtos lácteos são saborosos, indiscutivelmente, mas ficarão indigestos, pelo menos financeiramente.

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