Dia 1º de fevereiro termina o recesso da Câmara de Deputados e Senado Federal. O primeiro assunto a ser discutido certamente será a Reforma da Previdência.
Desta reforma depende a recuperação da economia do país e, porque não dizer, o futuro da Previdência Social no Brasil. Se uma reforma consistente não for aprovada, você pode contar que em algumas décadas veremos o valor dos benefícios de aposentados e pensionistas reduzidos à metade, como já aconteceu em países como a Grécia. Isso na melhor das hipóteses.
E temos que ter cuidado para não cair na conversa de categorias que querem apenas defender suas regalias. Não adianta dizer que a Previdência é superavitária, que o problema são as fraudes, o uso indevido das contribuições ou as isenções que são dadas a algumas empresas. Tudo isso pode e deve ser corrigido.
O problema da previdência no Brasil e na maioria dos países é que a população está envelhecendo e vivendo cada vez mais. Quando se tem um regime no qual quem trabalha paga a aposentadoria de quem já parou de trabalhar, a conta não fecha…
Sabem qual a idade média das aposentadorias no Brasil? Pois é só de 54 anos. Pensem comigo: podemos nos dar ao luxo de manter um aposentado durante 31 anos? É uma injustiça com quem está trabalhando e uma maldade com quem já se aposentou e recebe cada vez menos.
Então, leitor, não tem jeito. Tem que consertar o que está aí.
Existe uma sabedoria popular que diz que qualquer mudança exige um tempo para que “as melancias se assentem no caminhão”.
Quando vejo o governo Bolsonaro dando cabeçadas, um ministro desdizendo o outro, não me apavoro quanto ao futuro. As melancias ainda estão se adaptando aos seus espaços.
O mais importante é a qualidade das melancias, e nisso sou otimista.
Ocorre que, no que diz respeito à Reforma da Previdência, a unidade tem que ser em torno de um projeto…e este ainda não existe.
Existem propostas distantes da realidade, elaboradas por acadêmicos que não conhecem como funciona o Parlamento e que buscam o modelo ideal que, normalmente, é o mais distante do possível.
Aprendi nos meus mais de 32 anos trabalhando com previdência, que este é um tema complexo e, por isso mesmo, difícil de ser compreendido.
Tão importante quanto uma boa proposta é a arte de comunicá-la.
Não vejo nenhuma dessas coisas, mas torço para que surja um líder no governo que coloque tudo no seu devido lugar.